sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Como repor a memória afetiva?

Acabo de ler o texto aí embaixo, que recebo por e-mail de uma pessoa daqui de Belo Horizonte.
Me ocorreu que a perda é muito maior do que aquilo que a televisão mostra, do que as pessoas falam.
A tragédia de Santa Catarina agora, como tantas outras em tantos outros lugares do mundo, não é só o que se perde de bens.
Casas, móveis, plantações, estradas.
Há uma perda muito mais irreparável, com exceção da vida, naturalmente.
Para aqueles que ficam sem teto, sem roupas, sem móveis, sem comida, há uma realidade mais cruel: a perda da identidade.
Com os desmoronamentos, soterramentos, perdem-se as lembranças da vida: papéis, um bilhete, uma foto, uma carta, um objeto de família.
Reconstruir a casa, ganhar móveis, outras roupas, comida é possível e o povo brasileiro está dando este exemplo de solidariedade com seus irmãos catarinenses.
Mas como repor a memória afetiva?
Como resgatar os momentos vividos, eternizados em fotos, cartas, poemas, cadernos copiados, livros grifados, panos pintados a mão, pequenos bordados, roupas tecidas em crochê ou tricô, lembranças múltiplas da família, desde um avô ou avó há muito desaparecidos?

Um comentário:

APPedrosa disse...

Estava rascunhando um texto sobre isso. Depois coloco no blog. Sem dúvida, o drama é maior e é por toda a vida.
beijo