sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Índice para medir felicidade

Enquanto a Copasa não me responde quem paga a conta da lavagem das calçadas do shopping, recebi uma notícia que de tão interessante reproduzo na íntegra, sem nem comentar, mesmo porque em si ela já diz tudo.

Da Agência Estado:


Inspirada numa idéia de um país tão longínquo quanto o Butão, pequena nação asiática incrustada no meio do Himalaia, São Paulo pensa agora em medir o progresso com base na felicidade de seus cidadãos. O conceito de FIB (Felicidade Interna Bruta), instituído no Butão em 1972, com a proposta de incorporar conceitos díspares como felicidade e progresso, alegria e desenvolvimento econômico, será apresentado nesta quarta-feira, numa conferência internacional em São Paulo - e conta, desde já, com apoiadores dentro da administração municipal“A idéia do FIB é incorporar a felicidade, medida por critérios técnicos em questionários de até 150 perguntas, aos índices de desenvolvimento de uma cidade, Estado ou país”, explica a psicóloga e antropóloga Susan Andrews, organizadora da 1ª Conferência Nacional sobre FIB, que ocorre hoje no Sesc Pinheiros. Para medir o FIB, a percepção dos cidadãos em relação a sua felicidade é analisada em nove dimensões: padrão de vida econômica, critérios de governança, educação de qualidade, saúde vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, gerenciamento equilibrado do tempo e bem-estar psicológico.“O FIB situa a felicidade como pivô do desenvolvimento, em oposição ao PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma das transações econômicas de uma nação), que falha em contabilizar os custos ambientais e inclui formas de crescimento econômico prejudiciais ao bem-estar da sociedade, como o corte de árvores” afirma Susan.“Os bons resultados no Butão chamaram a atenção da ONU (Organização das Nações Unidas), que passou a estudar a implementação do exemplo butanês em outros países”, afirma. Uma versão internacional está sendo elaborada no Canadá, com aplicação prática prevista para este ano.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Água que escorre


Me espanto e me preocupo com a lavagem de calçadas. O desperdício de água é imenso, ainda mais depois que inventaram aquela máquina de alta compressão. Aquilo é um sorvedouro infindável.
Passo toda manhã em frente a um shopping que ocupa todo um quarteirão.
E lá está a maquininha lavando, lavando. Lavam as calçadas, lavam as pilastras de mármore marta rocha, lavam as duas cúpulas.
Sempre pensava: "como deve ser alta a conta de água desse shopping".
Mas aí observei melhor e vi que a máquina estava ligada no hidrante do chão.
Será que esta água é direta da Copasa e por isso o shopping não paga nada?
Vou apurar direitinho.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quem ama não mata

Já repararam como a violência contra as mulheres recrudesceu?
São namorados, maridos, ex, amantes, todo mundo querendo desforrar por ter tomado um fora.
O que não dá para entender é porque os homens querem ficar com as mulheres a qualquer custo, depois de terem sido chutados.
Será por orgulho?
Sim, porque por falta de mulher não é, afinal os censos demográficos indicam excesso de mulheres no Brasil inteiro e em alguns lugares elas são quase 10% a mais do que os homens.
Então por que os machos não se contentam com o pé e procuram outra simplesmente?
Por que querem infernizar aquela que não os quer mais?
Será que vamos ter de fazer outra campanha "quem ama não mata", nos moldes daquela feita nos anos 80, diante de tanto marido ciumento matando mulheres e exs?
E agora, em pleno século XXI, com a Lei Maria da Penha, milhares de mulheres dando sopa por aí, até ex-namorado se julga no direito de "lavar a honra" .
É parece que o macho não muda mesmo!

domingo, 26 de outubro de 2008

Alea jacta est

A sorte está lançada.
Vamos ver como se sai o novo prefeito, a partir de janeiro.
Diante do que foi o segundo turno, a responsabilidade de Lacerda com o eleitor é maior ainda. Mesmo porque a diferença foi pequena, o que indica que a população realmente estava insatisfeita, ainda que tenha sido uma insatisfação conduzida por um marketing enganoso.
Não vai ser possível continuar com as mesmas práticas políticas desenvolvidas até agora, de arrogância, personalismo, pressão sobre o funcionalismo, mordaças diversas.
As urnas mostraram claramente o engano de algumas políticas autoritárias.
Agora é cumprir as promessas de mais diálogo com a população.
E Márcio Lacerda pode começar paralisando a licitação da nova rodoviária, para escutar o contraditório.
E o contraditório não são só os moradores daquela região. São técnicos, engenheiros, sindicatos.
Lacerda tem a obrigação moral de abrir a discussão sobre a construção da rodoviária no Calafate, porque prometeu reavaliar a obra.
E mesmo que não houvesse prometido, a população deixou claro que uma administração moderna não significa somente continuar obras, mas defini-las de forma participativa, principalmente se elas representam um enorme impacto na vida das pessoas.
Uma cidade democrática é feita de locais e pessoas que vivem neles.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O desespero final

Estávamos no encerramento da semana do servidor com um show do Wander Lee marcado para as 17 horas.
Lá pelas 16 chega uma tropa de choque de um candidato, ocupa a frente da Assembléia, onde seria o show, e em seguida um trio elétrico com o som lá nas alturas.
Conversa vai, deixa disso, é coisa de servidor, não tem caráter político, etc, etc. E o candidato empatou nosso show por quase uma hora.
Desrespeito de gente que descuida de gente, que persegue um objetivo obsessivamente, desconhecendo métodos, ética, dignidade.
Ficamos todos ali, com cara de bobos, esperando o trio elétrico sair.
Saiu o trio e o candidato deixou alguns bate-paus com bandeiras e balões vermelhos, por via das dúvidas e "doidos" para arrumar outra encrenca, tentativa desesperada de criar um fato político. Candidaturas fúteis e inúteis precisam destes expedientes.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Um vaso de suculentas


Hoje aprendi a fazer um vaso de mini suculentas.
Fiquei feliz de pegar a terra, colocar o cascalho, separar as mudas dos vasos, plantar, cobrir com areia e finalizar com mini seixos brancos. Ficou lindo.
Foi um curso de jardinagem rápida em comemoração à semana do servidor.
Não, não estou pensando em me aposentar e por isso, procurando atividades para preencher o tempo.
Mas a montagem do vaso de suculentas me deu tanto prazer, tanto bem estar que já começo a pensar em me dedicar a este tipo de atividade.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A baixaria mobiliza

Entre uma baixaria e outra vamos discutindo as eleições.
Não discutimos a política, os projetos, o futuro.
Isto não dá ibope.
O que dá ibope é big brother, crianças atiradas pela janela, namorados matando namoradas.
E como eu disse numa postagem antes do 1º turno: esta é a eleição da volubilidade e da volatilidade. Volúveis somos nós eleitores que mudamos a qualquer movimento estranho. Voláteis são nossas construções míticas: hoje heróis, amanhã bandidos.
A pesquisa mostrou hoje que a preferência eleitoral mudou novamente. O que estava em cima, desceu, depois do que estava em baixo ter subido.
É o humor da cidade variando como o clima.
Como as propostas dos candidatos.
Como os ataques pessoais.
Será por que?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Mais uma vez o lamentável espetáculo da mídia

"A cobertura do sequestro por parte da Mídia paulista foi lamentável, para dizer o mínimo. O espírito sensacionalista, espetacularizando o episódio contribuiu também para a morte de Eloá. A apresentadora Sonia Abraão, da Rede TV!, chegou ao absurdo de estabelecer contato telefônico com o sequestrador, interferindo diretamente no trabalho da Polícia. O namorado desesperado acaba se transformando em 'personalidade nacional'. Não estranha, portanto, a singular resistência do dito cujo no apartamento."

Uso um trecho da postagem do Flávio Sapori, que escreve no portal UAI, para mais uma vez comentar o comportamento da mídia (tvs à frente) em mais um caso policial.
O Sapori disse tudo: mais uma vez a notícia virou espetáculo.
Até quando as tvs vão ficar de campanha nesses casos, criando fatos?
Uma coisa é você dar a notícia, quando ela ocorrer naturalmente; outra é ficar 24 horas no ar, até no programa da Ana Maria (que um dia foi de variedades) e ficar inventando fatos ou repetindo, repetindo.
E depois a mídia critica todo mundo: a polícia, a família, o cachorro, o papagaio.
Quando vai começar a olhar para o próprio umbigo?
A única coisa positiva da cobertura foi a informação da doação dos órgãos de Eloá.
A garota de Santo André não morreu: multiplicou-se.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

E a Jô, heim?

Não vi, mas me contaram.
A Jô Moraes no programa eleitoral do Leonardo Quintão. Fala, dá depoimento e no final, o Quintão "manda" ela fazer "jóia" - aquele gesto do dedo polegar para cima. ¨Faz JÔ, faz jóia aí"...
Se foi como ele mandou a mulher dele, Poliana, fazer o mesmo gesto, digo para a JÔ que ela pode encerrar a carreira política de defesa da dignidade das mulheres.
O Leonardo Quintão falando para a mulher dele "vamos Poliana, faça jóia", soou aos meus ouvidos e olhos, algo como assim: "vamos, mulher, você que não pensa, não tem idéias próprias, só faz o que o marido manda".
E a JÔ, meu Deus se prestando a este papel!
É constrangedor!
Como ficam suas bandeiras feministas depois dessa ridícula participação na tv?

Inveja dos americanos

Vejo na sexta-feira uma reportagem de tv sobre um jantar beneficente em Nova York onde estavam Obama e McCain e Hillary Clinton. Descontraídos, cheios de brincadeiras e piadinhas.
Fora dali é artilharia pesada. Mas em determinados momentos volta a civilidade.
Morro de inveja.
É isso que a eleição americana tem de diferente da nossa: os candidatos são patriotas acima de filiados partidários.
Acabou a convenção partidária, são todos democratas ou republicanos, não ficam divididos em alas e alas autofágicas.
Ainda temos muito caminho a percorrer rumo à democracia real.
Aquela democracia que envolve vitórias e derrotas dentro dos partidos, mas que prevê também que a derrota não é dissensão, é parte da mesma moeda do jogo. E que em algum momento da disputa deve prevalecer o bem comum.
Me vem à lembrança uma frase lida há muito tempo, já nem me lembro mais de quem, acho que é do psicoterapeuta Ângelo Gaiarsa: "a liberdade é ótima, conquanto não nos bata à porta".
Esta é a situação de determinados grupos políticos de Beagá.
Só sabem ganhar e quando não concordam com o resultado de uma disputa se insurgem e debandam.

domingo, 19 de outubro de 2008

Fora do ar

Cai uma chuva braba no sábado.
Um pico de luz me tira do ar. Sem tv a cabo, sem internet.
Ligo para a operadora, agendam uma visita para segunda.
Puxa, como vou ficar sábado e domingo sem tv e sem internet?
Mas a moça não entende.
Só decorou o "senhora" e "nosso técnico só tem agenda para segunda".
Com as mudanças impostas ao telemarketing pela Justiça, na semana passada, vou sugerir às operadoras que façam um treino extra para os funcionários.
Que eles aprendam a dizer uma palavra gentil, de conforto, fora do script, do tipo concordar que é mesmo muito chato ficar sem internet um dia e meio; que é um absurdo só ter visita na segunda!
Só para ser solidário com quem liga querendo o serviço pronto na hora, do mesmo jeito que paga a conta no dia certo.
Meu sinal volta agora à tarde.
E eu já nem sei se quero ver tv...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Nosso prêmio da Aberje

E por falar em política, ontem comemoramos um prêmio nacional que a Assembléia recebeu: o de melhor campanha do ano, com o projeto Expresso Cidadania.
Para nós comunicadores, é gratificante um prêmio do nível dos conferidos pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial.
Mostra que estamos fazendo um trabalho comprometido com a sociedade e que a instituição está acima de seus membros, embora a população nem sempre diferencie isto.
O Expresso Cidadania foi um projeto de incentivo à participação política dos jovens de 16 e 17 anos. Percorreu diversas cidades, levando a escolas estaduais palestras, oficinas, teatro e a emissão de título de eleitor e carteira de identidade. O projeto foi concebido a partir de uma constatação do TRE de que houve um refluxo grande no interesse dos jovens pela política antes da idade obrigatória, os 18 anos.
E foi um projeto muito bacana. Em cada cidade-pólo descobríamos realidades específicas.
Não houve interferência dos parlamentares, mesmo quando o Expresso estava em alguma cidade de sua base, porque a idéia foi de promover cidadania e não filiação partidária. Essa é uma tarefa para partidos e políticos.
Os resultados mostraram o acerto da idéia: foram mobilizados cerca de 19 mil estudantes de 17 cidades mineiras. Entre março e abril foram emitidos 4.818 títulos de eleitor e 2.855 carteiras de identidade.
Por isso, nós da gerência de comunicação ficamos muito orgulhosos com o prêmio, afinal, o reconhecimento é sempre bom, principalmente para servidores que trabalham numa instituição muitas vezes incompreendida, ou confundida com práticas condenadas pela sociedade, de alguns de seus membros.
E comemorar com todos os envolvidos no projeto foi um magnífico momento de cumplicidade, reencontros e compartilhamento.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dois telefonemas na manhã

Tomo um susto com um telefonema no final da manhã de ontem.
Uma voz masculina, grossa, pausada e educada me diz: " A senhora está sendo convidada para comparecer ao gabinete militar, para explicar as ofensas que vem postando em seu blog".
Gelo!
"Ai meu Deus, e agora?"
Bem que eu achei que estava exagerando com o Quintão. "Não devia ter citado nome. Devia ter hospedado este blog em algum provedor de Mianmar, aí ninguém me acharia.
E o projeto dos crimes virtuais já foi aprovado?"
E o cara falando e eu imaginando, imaginando...
De repente uma risada corta meu susto.
- Márcio, seu f*...
E caio na risada, aliviada.
Não era o Lacerda, mas meu colega Márcio Metzker, que adora uma piada e que manda fotos de mulher pelada para mim, como se eu gostasse da coisa. Mas olho todas, sem nenhum preconceito.
Prefiro acreditar que meu nome está lá perdido no meio daquela enorme lista de nomes masculinos.
Lista, aliás, que ele abastece diariamente com umas peladonas russas e com umas legendas engraçadíssimas que ele inventa.
Poucas horas depois, recebo outro telefonema: "Aqui é do comitê do Leonardo Quintão e estamos querendo saber por que a senhora está perseguindo o candidato".
Já mando logo um palavrão (eu posso, não sou candidata a nada e falo palavrão mesmo, talvez resquício dos tempos de redação, onde o ambiente era, digamos, meio "oficina mecânica").
E Eduardo Ávila ri do outro lado da linha, mesmo não tendo conseguido passar o trote. E ri também de algumas expressões que inventei para os Quintão.
Isto é porque ele não sabe o susto que passei antes.
E nós até esquecemos de falar da torcida do Atlético que inferniza a minha porta toda vez que vai ter jogo com o Cruzeiro. Eu sempre xingo e reclamo com ele, que é atleticano da cozinha do time. Eduardo morre de rir e promete arrumar mais e mais torcedores para gritar a noite inteira na minha porta.
Jornalistas são assim, adoram fazer piada com tudo!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Os olhares sobre Beagá

Não, não vou falar do segundo turno. Chega.
Falo hoje de Belo Horizonte. De como sou privilegiada ao passar todos os dias, a pé, pela avenida Barbacena, no último quarteirão antes de chegar à Praça Carlos Chagas, ou da Assembléia, para os íntimos.
Aquele trecho é único. Um túnel de árvores e canteiros bem cuidados. Imensos paus-ferro sombreando a avenida.
Um gari luta com o vento forte na praça, tentando ajuntar as folhas caídas. Junta, junta e o vento espalha. Alguns garis usam umas folhas secas de palmeiras para varrer, mais largas, abrangendo um pedaço maior do passeio e rua.
Passo perto dos varredores e digo que é uma tarefa ingrata varrer a cidade com esta ventania.
-"Não é?", responde um.
Na frente da casa da minha sobrinha há uma linda sibipiruna, florida escandalosamente.
Vou elogiando o privilégio de ter uma árvore assim, bem na porta, e ela começa a varrer as flores miudinhas que inundam sua varanda e passeio. "Dá vontade de cortar à noite, bem caladamente".
Estes são nossos olhares sobre Belo Horizonte: os que se encantam com as árvores, os que suam para juntar suas folhas, os que sonham ficar livres delas para não ter tanto trabalho.
A vida nos possibilita esta multivisão, nós é que teimamos em vê-la de forma míope e estrábica.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

E o Collor se confirma!

Mudei meu voto!
Não vou votar nulo mais. E peço a todos que estavam me seguindo nesse propósito (Gleidson, Jader, Naiara, Camila, Fabricia, etc, etc), que façam o mesmo.
Vou votar no Márcio Lacerda.
Depois da propaganda eleitoral de ontem aderi ao voto útil: vou com o menos ruim.
Não dá para votar na edição revista e atualizada do Collor.
Aquele vídeo de ontem, o Leonardo Quintão gritando ensandecido, na convenção do PMDB em Ipatinga, correndo num exíguo espaço de uma sala e berrando que "nós vamos chutar a bunda deles" me convenceu: precisamos nos mobilizar todos e salvar Belo Horizonte.
Cada um de nós precisa convencer o outro de que é preciso esquecer a forma espúria como foi escolhido o Lacerda. Esquecer a interferência do governador ou do prefeito.
Precisamos acreditar que pelo menos por trás da candidatura do PSB há um projeto político de partidos e não de aventura.
Esqueçam o que eu disse antes sobre anular votos, prescindir de partidos. Vamos deixar esta discussão para depois, para fora do período eleitoral.
Neste momento é preciso salvar a cidade do perigo quintanista. E o perigo não é o PMDB, ou o Hélio Costa.
O Leonardo Quintão & família não são uns ingênuos que se deixarão manipular por caciques decrépitos.
Eles são sim os messiânicos Quintão. Aqueles que montaram um valerioduto em Ipatinga, usando o mesmo esquema via publicidades superfaturadas. O Ministério Público já denunciou e encaminhou as denúncias à Justiça, portanto, não estou inventando nada.
Bom seria que as facções do PT que discordaram do Pimentel, como Patrus Ananias, Dulci, Rogério Correia, o Quintão do bem, se revestissem de um pouco de magnanimidade e abrissem mão das picuinhas, pelo menos nesse momento.
O que está em jogo não é a sobrevivência dessa ou daquela facção. Ou o futuro político desse ou daquele personagem petista.
O que está em jogo é a cidade e o seu futuro, diante do aventureirismo obscurantista de um clã, que tem no sedutor galã Leonardo Quintão seu mais arrematado embuste.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Sou mais o Skank

Nem Lacerda nem Quintão. Muito menos o debate de domingo à noite.
No domingo me dediquei mesmo ao showzaço do Skank, claro depois de rezar para Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
Fui ver o show no Chevrolet Hall, e melhor, de greitis.
Dava para trocar por aquela xaropada de debate?
Ver aquele Quintão Johnson dizendo prestenção, dá para fazer.
Pois então deixa ele fazer, uai!
Depois não reclamem que a cidade está uma porcaria.
Ou então o Lacerda, piscando, piscando e dizendo "eu tenho o apoio do Aécio e do Pimentel..." que nem disco arranhado?
Eu não, ninguém me chamou para opinar antes dessa confusão que agora está aí. Agora aguentem.
Além do voto nulo eu agora tenho uma outra tese, que acho que deveria ser estudada com muito carinho:
Chegado o final do mandato de prefeito, governador ou presidente, nem deveria ter eleição. O TRE fala assim: "tá na hora de escolher de novo o prefeito. Se vocês acham que este que está aí está bom então é só votar nele. Se ele não está bom tem mais este, este e este candidato".
Não precisa fazer campanha, aliás, deveria ser proibido, para não falar que o que já está no poder seria beneficiado
Se o cara está ruim deve ser trocado, independente do que o próximo fala que vai fazer. Isto porque programa é só figura de retórica. Quase nunca o candidato cumpre, depois de eleito.
E os concorrentes podem ser qualquer um de nós, sem partido, sem nada.
Não precisa de partido, apenas um conselho de cidadãos, sem filiação, encarregado de mostrar para a população, "olha ele fez isso, fez aquilo, mas deixou isso e isso de lado.
Podemos aproveitar agora e escolher outro. E se ele não cumprir os compromissos conosco, daqui a quatro anos a gente muda outra vez".
Simples assim, como deve ter sido o contrato social no início do estado.
Mais ou menos isso. O resto penso depois, porque hoje eu quero falar mesmo é do Skank.
Skank for ever
Eita moçada que está cada dia melhor! Novas músicas cheias de erotismo. E as de sempre, que não tem como não tocar, o público exige.
A empatia da banda com seu público é tanta que Samuel Rosa fez um duo (ele na guitarra e a platéia cantando) como se tivesse sido ensaiado de tão sincronizado e perfeito.
E o público era só entusiasmo: gente de idades diferenciadas, incluindo algumas crianças com seus vovôs.
Que me perdoe Belo Horizonte com seu dilema eleitoral: mas o Skank continua sendo "a sua mais completa tradução".

sábado, 11 de outubro de 2008

O movimento "Rodoviária Não" e a política

O que desanima nesses movimentos sociais é o uso político deles. Me engajei no movimento contra a Rodoviária no Calafate, porque morava ali pertinho do local e mudei correndo quando a informação sobre a transferência do terminal se concretizou há dois anos.
Meu irmão ainda está lá, no final do Padre Eustáquio, quase na Via Expressa, tentando acreditar que a rodoviária não irá para lá. E com ela, os assaltos, a prostituição, os menores, pedintes, trânsito empacado.
Assinei lista, fiz inúmeras postagens e descubro agora, na maior preguiça, pra não dizer decepção, que o movimento na verdade estava eivado de outras intenções.
Não sou contra a politização do movimento social, mas em ano de eleição é preciso muito cuidado.
O movimento contra a rodoviária viu a Maria Lúcia Scarpelli, a única vereadora do bairro, votar favorável à transferência na Câmara e depois, na campanha, dizer que era contra, como se fôssemos mentecaptos.
E agora, a lista do movimento na web, ao invés de trazer informações, traz convocações para uma "caminhada com o 15". Ou ainda a pérola do "compromisso assinado em cartório" de paralisação do projeto!
Ah, me poupem!
Vão fazer campanha para o Papai Noel, que é mais produtivo e instrutivo. Ou para o Coelhinho da Páscoa!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Conceição do Mato Dentro

Continuo aguardando as notícias do pessoal do fórum de ongs ambientalistas que está na expectativa da liberação da licença de funcionamento da MMX Anglo American.
Gentes de Conceição do Mato Dentro não puderam participar de uma audiência no início do mês em Diamantina, porque era "fechada", só para técnicos. Havia um parecer do Sisema que iria ser apresentado, mas só para os "interessados".
A Serra do Espinhaço, as cachoeiras, a festa do Bom Jesus do Matosinhos agradecem. Daqui a um tempo serão só "uma lembrança na parede".
E pior, não terão nem um Carlos Drumond de Andrade para colocá-las em verso.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Comentários sobre o fim do monopólio partidário

Cutucada pelos rumos da campanha eleitoral em Belo Horizonte e pelos resultados, me aventurei a fazer umas análises mesmo que superficiais, devido ao espaço e à pouca disposição de muitos em ler textos maiores. Minha surpresa foi que muita gente se manifestou com outros ângulos de pensamento, mesmo que fora do blog, no meu e-mail.
Foi gratificante.
Um dos e-mails reproduzo hoje, porque é um ponto de vista muito inovador, para um país, como o Brasil, acostumado a estruturas arcaicas de política e poder.
Apolo Heringer, que todos conhecem, me manda um artigo em que defende a candidatura avulsa, fora dos partidos políticos.
Literalmente ele defende o fim do monopólio partidário no lançamento de candidaturas. O objetivo, segundo ele, é arejar a cena política do país, com candidaturas mais éticas, comprometidas com a população, e menos com as estruturas profissionais de ganhar eleições em que se transformaram os partidos.
Para ele, a via é uma mudança na Constituição, para que seja superada a incongruência do texto legal, onde ao mesmo tempo em que garante a plena liberdade de associação, poder ao povo, e que ninguém é obrigado a permanecer associado e ainda que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, exige que para ser eleito o cidadão seja filiado.
Para Apolo, não é o partido político que garante a democracia, como preconiza a Constituição, mas o contrário: o fim do monopólio e, conseqüentemente, dos modelos corrompidos que aí estão é que garantirão a plena democracia.
"Somente o fim do monopólio partidário das eleições e da governança pode garantir avanços do regime democrático. É só olhar os escândalos do panorama político brasileiro e a indignação de cidadãos competentes e honestos marginalizados da governança do país, monopólio de indicações partidárias, na lógica eleitoreira".
E ele lista alguns escândalos protagonizados por políticos para corroborar sua tese e defender a punição a partidos, cujos membros, no exercício de mandatos, sejam flagrados em qualquer tipo de falcatrua. A principal punição seria a suspensão das prerrogativas legais do partido.
É uma tese inovadora e plausível sobre a qual deveríamos refletir.
Concordo com ele, em que a mudança não se daria por uma varinha de condão.
E antes que alguém mais apressado pense, não se trata também de nenhum anarquismo.
Esse sistema existe nos Estados Unidos. Lá é permitida a candidatura avulsa, apesar do bipartidarismo arraigadamente histórico.
Não sei se funcionaria no Brasil, diante de nossa história e prática política, onde o dinheiro pode tudo, o sistema de fiscalização é pífio e muitas vezes integrante dos mesmos esquemas de corrupção. Não sei se funcionaria, diante da desigualdade econômica das candidaturas, e diante da condição financeira precária de enorme parcela da população, que usa as campanhas políticas como trabalho temporário, com remuneração muitas vezes superior à de muitas atividades econômicas. Mas concordo com o Apolo Heringer: há espaço para os movimentos sociais começarem uma mudança.
Há espaço, sobretudo, para que reflitamos e comecemos a recuperar nosso poder e retomar às nossas mãos, o destino que um dia entregamos na mãos de uns poucos, num pacto social perdido nas brumas do tempo.



Fim do monopólio partidário

Deveria ser permitido a candidatura sem ser por partido político ?

FIM DO MONOPÓLIO PARTIDÁRIO DAS CANDIDATURAS E DAS ELEIÇÕES
Apolo Heringer Lisboa

O fim do monopólio partidário teria um efeito salutar na vida política brasileira. Falar em reforma política mantendo o monopólio é não reformar o essencial. Como o fim do monopólio das candidaturas nós teríamos um sistema mais arejado, com a possibilidade de opções reais fora do controle destas máquinas constituídas por profissionais. Porque atualmente o eleitor escolhe entre nomes definidos pelos partidos nas suas respectivas convenções. Na verdade o voto não é livre, é condicionado por uma lista imposta aos eleitores. E as circunstâncias internas dos partidos são insuportáveis para muitos cidadãos que repelem certos compromissos e cumplicidades eleitorais e o silêncio corporativo diante de falcatruas. Um ex-presidente de Tribunal de Contas de um estado brasileiro expressou de forma corajosa suas convicções quando foi acusado de expedientes pouco condizentes numa campanha eleitoral, dizendo: "o único crime eleitoral é perder eleições". Nada sofreu com esta declaração, muita gente graúda achou até graça, pois a nossa moral política está muito pobre.A Constituição Federal da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, nos garante o "pluralismo político", diz que "todo poder emana do povo", que "é plena a liberdade de associação e que ninguém poderá ser compelido associar-se ou a permanecer associado". Diz que "a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos". Ótimo. Mas no artigo 14, § 3º, que trata das condições de elegibilidade, o inciso V exige "filiação partidária". Interessante que no § 4º está escrito que são inelegíveis os inelistáveis e os analfabetos. Na lei complementar 64/1990, que trata das inelegibilidades e inelistáveis, praticamente se refere a criminosos. Ou seja, o cidadão que decide não associar-se a partido, por motivos fundados e de consciência, é comparado a criminosos e analfabetos pois torna-se inelegível.A Lei Federal nº 9096 /95, chamada lei orgânica dos partidos, diz no artigo 1: "O partido político, pessoa jurídica de direito privado, destina-se a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal". Estamos convencidos de que é justamente o contrário: somente o fim do monopólio partidário das eleições e da governança pode garantir avanços do regime democrático. É só olhar os escândalos do panorama político brasileiro e a indignação de cidadãos competentes e honestos marginalizados da governança do país, monopólio de indicações partidárias, na lógica eleitoreira. Como pude defender em palestra no seminário Eleições e Ética, promovido pela ONG Mãos Limpas dia 10 de setembro de 2004 em Belo Horizonte, o caminho é mobilizar a sociedade para alterar o artigo 14 da Constituição Federal, § 3, incluindo entre as condições de elegibilidade, além da filiação partidária, a inscrição de qualquer cidadão em pleno gozo de seus direitos políticos, que atenda às exigências incluídas em lei.O fim do monopólio partidário das candidaturas e da governança contribuirá par sanear o ambiente político estruturalmente corrompido. Não que será uma varinha mágica, mas introduzirá no processo político eleitoral forças sociais fora do controle político do governo e do Estado, mas forças sociais legitimadas e agindo dentro da lei e do regime democrático. Permitirá também romper com o voto de legenda, instrumento que permitiu Enéas com mais de 1.000.000 de votos em São Paulo, carregar candidatos do Prona com menos de 1000 votos à Câmara Federal. Um deputado me disse que os partidos são importante porque representam um conjunto de pensamentos e compromissos. Pessoalmente, não conheço discussões de idéias nos principais partidos do Brasil, mas o exercício do mais pobre pragmatismo eleitoral. É o jogo de forças do poder, o sonho acabou para eles.Majoritariamente, a população vota nos candidatos não em partidos. Cada cidadão tem sua história, é um programa vivo, mais merecedor de acatamento que um programa de papel. O movimento social não pode continuar sendo cassado pelas eleições, dando com seu voto um cheque em branco para os eleitos formarem um grupo fechado agindo em nosso nome durante alguns anos. Todos os cargos públicos são exercidos por indicações do esquema eleitoral. Não há valores éticos além desta lógica, a qualidade do trabalho das pessoas não é levado em conta na composição de um governo. Chego a comparar estes esquemas com o modus operandi de uma máfia. Em Minas Gerais a ONG Mãos Limpas surgiu devido à indignação cívica com o escândalo do megasalários dos deputados estaduais descoberto em 2001. Todos os partidos representados na Assembléia foram pegos em flagrante delito por denúncia publicada num jornal mineiro. Ninguém foi expulso, ninguém devolveu o dinheiro, pediu desculpas à sociedade ou renunciou ao mandato por vergonha. Quase todos se reelegeram. Vários deputados chegaram a receber num só mês mais de 100 mil reais e alguns mais do dobro. E houve ali partidos que recentemente expulsaram militantes por motivos de divergências ideológicas, mostrando que a obediência é o único valor ético exigido para filiação.No interesse do regime democrático os partidos deveriam ser punidos com suspensão de suas prerrogativas, em diversos níveis e por tempo variado, se seus membros com mandato popular fossem surpreendidos em corrupção ou outro crime grave. Hoje apenas quem exerce mandato corre o risco de ser punido, ou renuncia para não ser cassado e fica assim habilitado para concorrer de novo. Isto mostra que o partido não assume suas responsabilidades pela lista de candidatos que apresenta. Sendo assim porque ter o monopólio?

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A desconstrução da "aliança"

Estou doida para ver como será o segundo turno de campanha em Beagá. O que irá para a tv. O Lacerda está prometendo uma reviravolta. Mas como ele vai fazer isso? Não sei como alguém conseguirá transformá-lo de "picolé de xuxu" em um algodão doce colorido. Acho uma missão impossível.
O Quintão, tá na cara, vai continuar com o Jeca Tatu, afinal deu certo. E quando o povo cai de amores por um personagem, não tem jeito. Os exemplos recentes são o Alemão, a Grazzi, ambos do big brother, ou o Foguinho, de uma novela aí, ou ainda a viúva Porcina, tão antiga, mas até hoje lembrada.
Os personagens marcam o público de tal forma, que não há nada que os desmistifiquem. Na política, não podemos esquecer o "Lulinha paz e amor", que levou finalmente, o ex-sapo barbudo ao paraíso.
Mas a campanha do Lacerda não fez água só porque ele é muito ruim de tv.
Aos poucos a gente vai sabendo do massacre que foi a "construção" da aliança: imposições do governador sobre segmentos do serviço público mais suscetíveis a hierarquias e disciplinas.
Pressão sobre partidos menores, alguns de cor bem definida: tiveram suas cúpulas "compradas", para não lançarem candidatos. Outros, quando as cúpulas não conseguiram desestimular o renitente, deixaram seu candidato praticamente sozinho, só com apoios de senadores externos.
E no próprio partido concorrente do Lacerda, a pressão para que um determinado candidato não emplacasse, porque ele tinha um "perfil" mais à esquerda, que poderia concorrer na mesma raia do candidato do prefeito e do governador.
Quem teve esta brilhante idéia para minimizar o PMDB deve estar se remoendo agora e lamentando eternamente não ter deixado o outro concorrer, que para quem conhece, sabe que não tem o apelo popular do Quintão. E para quem não sabe do que estou falando é só rever as notícias que antecederam a preparação das chapas.
Tanta imposição, tanta arrogância, tanta prepotência tinham que desaguar em rebelião, afinal ali na urna, o voto é seu e somente seu.
Voltando ao Quintão. Esse crescimento me lembra muito o fenômeno Collor.
Entrou pequeno, inexpressivo e caiu no gosto popular. Virou herói. Mocinho de cara bonita e discurso populista, apelativo.
E os políticos protagonizaram a maior revoada partidária que se tem notícia. Todo mundo foi para o PRN, que na verdade continuou desconhecido. O partido era o Collor, tanto que o político que o seguia era o "collorido".
E deu no que deu.
Os afoitos por apoiar o Quintão deveriam se lembrar disso.
E eu torço para queimar a língua, se o Leonardo Quintão for eleito.
E não defendo também o apoio ao Lacerda. Cruz credo.
Mas também concedo a ele o benefício da dúvida.
Minha opção é pelo voto nulo: é legítimo, é das regras do jogo, tanto quanto o voto útil, que alguns se preparam para fazer agora no segundo turno.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Agora é que a porca torce o rabo

Bem, não queimei a língua. Belo Horizonte vai mesmo para o segundo turno.
E ao contrário de muita gente, não acho que vai ser mais democrático. Vai ser o horário do embuste contra o engodo.
E a população é que perderá ao final.
Bem, falando sobre a cobertura das eleições: o portal UAI deu um show.
Acompanhei a apuração sem qualquer problema, assisti ao videochat, fiz pergunta, mas como entrei muito atrasada não deu tempo de vir a resposta.
Pela página do TRE não dava para acessar nada. É a sempre e recorrente sobrecarga de acessos.
No UAI havia entrevista ao vivo no videochat, matérias do interior, pingue pongue com a redação do jornal Estado de Minas, tudo bem ancorado por dois jornalistas muito descontraídos.
E de televisão, o show ficou por conta da TV Assembléia. Realmente a melhor em cobertura de eleições.
Segundo turno
E vamos ver se a Jô vai apoiar o Quintão, mesmo.
Não é possível que ela vai rasgar o passado histórico (dela e do partido, claro!).
Para ser coerente, tanto ela, quanto o Sérgio Miranda têm de ficar na deles, "liberar a militância", porque o apoio a qualquer um dos candidatos é incompreensível. Pelo menos para quem pensa, para quem acompanha política. Não se consegue imaginar partidos ideológicos como o PCdoB, partindo para uma linha de "oportunismo", "queremismo", "utilitarismo". Se for para esse lado o partido estará caindo na vala comum dos demais.
E para os petistas, o problema é pior ainda. Não dá para colar Márcio Lacerda apenas em Aécio e usar isso como desculpa para não apoiá-lo. Não dá para ignorar que ele é o candidato do PT sim. Será que o PT vai se prestar a ser implodido depois de 16 anos em Belo Horizonte?
E é preciso também que os petistas não se esqueçam que um partido dividido agora, já era nas próximas eleições.
Ô dúvida cruel. É como eu disse: isto é que é sinuca de bico, nem tanto para nós eleitores - que ainda temos o legítimo voto nulo e branco, apesar da campanha da Globo -, mas para os partidários.

domingo, 5 de outubro de 2008

A eleição volúvel

O que acontece com o eleitor de Belo Horizonte? Em menos de dois meses ele optou por três candidatos para prefeito. Com perfis inteiramente distintos, com ideologias desde a "bem esquerda" até a direita completa. É o eleitorado volúvel, de escolhas voláteis.
O eleitor belo horizontino está dando um banho nos analistas políticos: não dá para classificar esta movimentação ora para um, ora para outro candidato.
Nem matematicamente dá para entender, afinal os números de indecisos, brancos e nulos não cobrem as oscilações bruscas.
Parece até o clima da cidade, que de repente deu para despejar granizo de bom tamanho sobre nossas cabeças.
E agora, quase ao final da votação, é certo que haverá segundo turno (depois digo se queimei ou não a língua).
E o belo horizontino que começou a campanha roxo pela Jô Moraes, virou fã de carteirinha de Márcio Lacerda, de repente e espetacularmente; e no finalzinho caiu de amores por Leonardo Quintão.
Não dá para entender, afinal o morador da cidade aprova a gestão de Pimentel, com índices elevados de credibilidade. Aprovou também a aliança formada pelo prefeito e o governador e deu mostras disso, com a estrondosa subida do candidato deles. Mas no final da campanha começou a debandar para Quintão, seduzido pelo bom mocismo e carinha bonitinha do candidato.
Parece que a população de Beagá não tem aprendido lições recentes: bom mocinho e estampa levaram o Collor à presidência e todo mundo sabe no que deu.
Ou não. Há um eleitorado muito jovem e outro muito desinformado. Collor é coisa de um passado que já pode estar esquecido nas gavetas.
E o que se avizinha para Belo Horizonte é a possibilidade de uma gestão retrógrada, depois de 16 anos de governos populares e progressistas.
Pior, mais do que o histórico do PMDB, o grande temor é o engodo popular diante da construção de uma imagem falsa do seu candidato.
A população pode ter um choque ao acordar depois do segundo turno e descobrir que seu príncipe não passa de um sapo!
Do outro lado, a aliança. A intenção pode ter sido boa, mas o produto mostrou-se muito ruim.
Vamos ver se os marqueteiros conseguem ajeitar as coisas para o segundo turno. Duvido.
Para nós, eleitores que pensamos, que refletimos, infelizmente a coisa está perdida.
E a propaganda do TSE tem razão: quatro anos é muito tempo.

sábado, 4 de outubro de 2008

A campanha caiu de nível

Há muito não se via em Belo Horizonte os ataques pessoais a candidatos. As ofensas, o uso de métodos espúrios de difamação.
Pois a cidade amanheceu, nesta última semana, coberta de panfletos onde o candidato Márcio Lacerda é comparado a bandidos procurados.
Num método que há muito não se via, extremamente condenável em minha opinião, o cartaz chama o Lacerda de "mensaleiro".
Os cartazes estão sobretudo próximo a universidades.
O mesmo teor já havia varrido a internet de cabo a rabo.
Acho que as coisas têm de ser travadas no campo jurídico, como fez a candidata Jô Moraes, que ajuizou diversas ações contra a campanha de seu concorrente.
Agora, usar estes métodos da época da ditadura, que difama sem esclarecer, no famoso "vale tudo", é abusar da população. Isso não contribui em nada para o esclarecimento do eleitor.
É preciso lembrar que eleição , como muitos pensam, "não é uma guerra", onde vale tudo.
É uma disputa com regras claras e limites legais

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A eleição do magnata contra o riquinho

Depois do debate da Globo entre os cinco candidatos a prefeito de Belo Horizonte, fiquei muito triste.
Belo Horizonte vai perder a melhor oportunidade de ter o Sérgio Miranda como prefeito. Não estou fazendo campanha. Só estou me reportando ao debate e fazendo um juízo de valor, diante do desempenho de cada um naquela sabatina global, chamada de debate.
Foi um show do Sérgio: de lucidez, preparo, segurança, conhecimento de causa.
Comecei a assistir a sabatina torcendo para o Márcio Lacerda se sair muito bem e desmentir tudo que os demais passaram a campanha inteira dizendo: que ele é produto da cabeça louca de Pimentel e Aécio, num dia de porre.
Pior: ele não é nem produto do porre. A minha impressão é de que ele é uma emenda frankenstein, aquela coisa colocada no texto às pressas, sem nada a ver com nada, para cumprir um objetivo muito específico, normalmente muito espúrio.
Não teve jeito: o homem é ruim demais: não tem dados, não tem segurança para falar, aliás, não fala nada.
O pior: ele nem se apoderou (no sentido sociológico, de empoderamento) da própria candidatura. Só se referia a si mesmo, como "ele", o "Márcio Lacerda", porque foi assim que Pimentel e Aécio levaram sua propaganda eleitoral o tempo todo. Ele mal mal falou em seu horário gratuito. E imagino que para falar aquela mínima participação deve ter sido preciso gravar e gravar e gravar, quase ad infinitun.
O pior de tudo, o mais triste, é que a eleição de Belo Horizonte está numa sinuca de bico: ou dá Márcio Lacerda no primeiro turno ou vai para o segundo com Lacerda e Leonardo Quintão.
Ou seja: o magnata x o riquinho.
Sim, porque se formos falar de personagens criados, longe do "Jeca Tatu" inventado para Quintão, ele é mais o Riquinho, aquele menino do quadrinho norte-americano, bonitinho, engomadinho, lourinho, cheeeiiinho de dinheiro e de brinquedos caros, que quer brincar com os meninos pobres. Coitadinho!
E fica falando "oceis", "me ajude", "pelamordedeus" "cê vai".
E diz que quer cuidar de gente. Vai ser médico então!
Pena que a legislação eleitoral e seu sargentão, o TSE, transformem a democracia, a cada eleição que passa, nesta coisa amorfa, sem sal, esdrúxula, onde um produto bem embalado fica no ar por 15 minutos. E outros autênticos, artesanais, não tenham nem lugar na prateleira da tv.
E o povo não pode comparar, porque é um massacre. E é o tempo de tv que tem definido mesmo as eleições.
Pena que as idéias sejam só "uma lembrança antiga na parede". Porque o candidato hoje, pelo menos na eleição de Belo Horizonte, não passa de um sabão em pó, ou um xampu.
Se não fosse o Sérgio Miranda, que fosse a Jô, guerreira sim, mas sem foco. Ou o Gustavo Valadares, que não inventou o que não é. Foi o tempo todo ele mesmo: o candidato do DEM, com a ideologia privativista do partido, mas com clareza de idéias, com programas e projetos coerentes e viáveis.
Belo Horizonte merece um produto melhor!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O aniversário da Jane

Se somássemos as idades naquela mesa, ontem, no Vinil, daria mais de 500 anos.
Dou risada ao me lembrar do comentário que fiz a este respeito e da reação de todas nós. Todas sim, porque tirando o namorado da Dirce, bendito fruto, o resto dos convidados da Jane eram mulheres.
Quando liguei para a Rosângela convidando para o aniversário, a primeira reação dela foi de surpresa: "Mas a Jane comemora aniversário?"
- "Claro, sempre e em grande estilo", confirmou a própria, à noite no Vinil, quando ainda podíamos conversar, porque o Chevette Hatch não havia começado a tocar.
E depois que recebeu inúmeros elogios sobre sua aparência, seu cabelo modernérrimo e tal.
Ainda bem que ninguém saiu com uma daquelas pérolas: "nossa, como você está conservada!" Poderia ter escutado poucas e boas, afinal a Jane tinha sempre uma piada sobre "coroa conservada".
Depois que a banda Chevette Hatch, puro anos 80 brasileiro, começou, foi aquela festa!
Eu cantei e dancei até.
Aproveitei que tinha tomado uma garrafa de vinho inteira, junto com a Rosângela, afinal combináramos de chegar mais cedo para botar o tricô em dia, e me soltei toda.
Comi bolo de limão também, apesar do regime. As amigas merecem qualquer sacrifício (como se um bolo delicioso daqueles fosse sacrifício. Eu, heim!!)
E quando já havia ganho um brinde da banda, por responder que o Nunes fez carreira no Flamengo, e me preparava para atacar um bofe que estava de olho em mim, a Jane chama para ir embora.
Fazer o que, né? Fica para a próxima.
E além do mais, depois escuto que mulher não fala"bofe". Bofe é gay quem fala.
E eu com isso?
Quero mais é me divertir.
E depois voltar ao Vinil com a Rita, a Fátima, a Dirce, afinal somos amigas desde criancinha a partir de ontem à noite.