quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Agora só falta o Renan

O Supremo botou ordem no galinheiro. Ali Babá e os 40 mensaleiros já podem ser processados, ainda que sem o Ali. Nem tudo está perdido, graças a Deus. Já podemos soltar o UFA que oprime nosso peito.
Mas ainda falta o Renan, aquele do boi voador.
Que o Senado tenha a dignidade de fazer o seu papel.
Mas é preciso achar um meio de punir a gostosona também, e acabar com essa palhaçada de "só denunciei porque estava com a consciência pesada". A consciência pesada ou o "bolso leve"? É só denunciar e depois posar pelada pra revista masculina? Nananinanão!
Deixa ela sem a mesada. Bota ela pra trabalhar. Nem que seja pra outro trouxa qualquer, afinal deve ser só o que ela sabe fazer.

POR AÍ
Mas estou mesmo é ansiosa pelo casório do Beira Mar, que parece que sai mesmo dia 20 de setembro. Como não vou ser convidada, já que sou ralé, reservei minha CARAS na banca, pra ver tudinho, tintim por tintim.
E viva o amor!
E para comemorar, vou trocar a poesia aí do lado, "Cruel", do Sérgio Sampaio, que é linda, mas é cinza, por uma bem amorosa do Pablo Neruda. Leiam os poemas postados no final da coluna lateral direita, que troco de tempos em tempos, apesar de chamar "poesia da semana". Seleciono sempre o melhor, conforme a ocasião.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Restabeleça-se a ordem

A camarilha já pode ser processada!

UFA!!!!

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A camarilha "núcleo central"

Na Itália são chamados de Máfia e também nos Estados Unidos. Na China, onde foram condenados à morte, de camarilha.
Aqui no Brasil, no mais espetaculoso julgamento feito pelo STF, são somente o "núcleo central". Dirceu, Genoíno, Delúbio e Silvinho não são quadrilha, são só o "núcelo central". Mas "núcelo central " de quê?
Bem, mas para definir o que fizeram - desvio de dinheiro público, corrupção ativa e passiva, compra de votos -, a melhor palavra ainda deve ser "quadrilha".
Gosto mais de camarilha. Para isso busco o dicionário e encontro esta definição primorosa: "grupo de pessoas que convivem com uma autoridade ou personalidade importante e procuram influir direta ou indiretamente sobre suas decisões". Melhor do que esta só a seguinte:
"grupo de cortesãos que convivem com um soberano e procuram influir nos negócios públicos".
Não é o próprio espelho da situação planaltina? Então por que o eufemismo "núcleo central"?
Bom, mas tomando de empréstimo o dito popular "nada é tão ruim que não possa piorar", pior que a nomenclatura é o resultado: a camarilha se livrou da acusação de peculato. Pode? Pode. Como pode também trocar piadinhas pelos computadores durante o julgamento.
E se o que fizeram não foi peculato, estamos precisando de uma revisão urgente dos dicionários e da própria lei.
E hoje o STF continua o julgamento: aceita ou não a acusação de formação de quadrilha e corrupção ativa contra os quatro?
Será que o mensalão realmente não existiu, como disse o Lula, naquela época? Será que não compraram o PTB e o PL (ou seja, seus comandantes, Roberto Jefferson e Waldemar Costa Neto?) Será que aquele tanto de deputado não recebia "mesada"? Será que não houve nada com o Banco Rural e o BMG? E aquela agência de publicidade, a SMP&B?
Será que só vai sobrar para a arraia miúda?
Acho que tudo não passou de imaginação de uns poucos loucos e desvairados. Acho que a imprensa inventou tudo, na falta de fatos reais.
Acho que ainda vamos acordar e descobrir, aliviados, que aquele escândalo e tantos outros, não passaram de um sonho ruim, desses que quando acordamos, deixam escapar um inefável e longo ufa.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Cadê Marisa Letícia?

Dia destes, ao abrir o Estadão, meu coração sofreu um abalo sísmico de 7.7 na escala Richter. Lula estava lá, estampado, bem no meio da primeira página, num quase beijo com Nilceia Freire, aquela do Ministério das Mulheres. Fora os dedos entrelaçados sobre o colo dela (colo mesmo, aquele que a gente senta sobre).
Onde estava Marisa Letícia?
Será que foi defenestrada do cargo de "acompanhante do marido", que ocupa galhardamente, há seis anos?
Não sei o que me abalou mais, o beijo ou a ausência de Marisa Letícia. Ainda mais que no dia anterior, os jornais haviam estampado o casal, de capacete da Petrobrás, provando, com caras não muito boas, o biodiesel da empresa. Provando, entenda-se, é claro, só pelo olfato. E parece que não haviam gostado.
Será que Marisa Letícia adoeceu com o combustível de gordura de picanha? (No rítmo que vamos, combustível de soja, de milho, de cana, de mamona, de pinhão manso, de picanha, não vai sobrar nada pra gente comer).
Será que brigou com Lula?
Será que Lula retaliou a ausência da Marisa e beijou a Nilceia?
Depois de ter ficado um dia inteiro levantando suposições, cheguei à conclusão de que há fotógrafos muito bons mesmo. Aqueles que ficam feito um pescador, na sua canoa, sozinho, bem lá no meio do rio. De tocaia, na espreita, horas e horas e quando o peixe bobeia, pimba! Clique nele!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

A classe média ressentida

A classe média detonou a campanha do "Cansei". Sob o argumento de que foi feia pelos ricos. Argumento, diga-se de passagem, amplamente difundido pelo marketing luleiro (lula mais eleitoreiro), que ainda, ou novamente, usa e abusa do ultrapassado maniqueísmo "ricos X pobres", ou "norte X sul".
E sob este argumento vamos tapando o sol com a peneira para a insatisfação nossa de cada dia. Afinal, não é politicamente correto discordar de "sua majestade" em público, porque ele é pobre, é operário, enfrentou a ditadura.
E vamos engolindo o "isto é coisa dos ricos, que andam de avião" e fechando os olhos para tudo o mais, e ignorando qualquer outra explicação, indiferentes a qualquer outra análise mais profunda, que não a difundida, estrategicamente, por uns poucos, mas abraçada pelo senso comum.
A classe média detonou a campanha do "Cansei", porque tinha a Hebe Camargo (que apoiou o Maluf, por isso, com certeza virou bandida, porque banditismo e falcatrua pegam por osmose. E se a assertiva é verdadeira, logo quem trabalha com empresários corruptos, ou parlamentares idem, ou instituições idem, também é).
E também porque tinha a Ana Maria Braga, a Regina Duarte, ai, ai, coitadas, execradas sempre, porque têm a coragem de divergir do senso comum. Este senso comum indefinido, mas bem analisado por Saramago, em o "Homem Duplicado". ("Quanto ao senso comum, aparece-me de vez em quando. Às vezes, acato o que me diz, outras vezes mando-o passear. O senso comum deve ser tomado em doses homeopáticas, nem de mais, nem de menos").
A classe média detonou a campanha do "Cansei" porque foi rico quem fez. Como se não fosse legítimo rico protestar, mesmo que o protesto seja contra aviões atrasados, falta de caviar, dificuldades de importação da veuve clicquot.
Preconceito é não reconhecer o direito legítimo de todos. Cada um protesta conforme sua posição: nos países nórdicos protestam saindo pelados pelas ruas e parques. Aqui temos protestos de agricultores com tratores de última geração. Temos os caras pintadas, que estudam todos nas universidades federais, porque não trabalham e os pais puderam pagar o melhor colégio para o ensino fundamental e médio. E temos protestos de sem terra, com longas e extenuantes caminhadas. Todos eles são protestos válidos, porque representam uma resposta a uma situação que, na sua medida contraria um determinado interesse. Todos nós temos direito a defender nosso interesse de classe, rica ou pobre.
O problema é a classe média. Perdida no meio termo, ora apóia a ditadura e faz o golpe militar; ora apóia Collor e seus descamisados; ora apóia FHC e a segurança do status quo e ora apóia Lula, porque está na moda e é preciso seguir a "onda" que varre o continente, em mais uma grande tendência mundial, tão bem descrita por Hobsbawm.
O problema é a classe média em crise de identidade, doida para ser "burguesia e chegar ao paraíso", mas precisando dar satisfações ao vizinho e mostrar engajamento social.
O problema é a classe média ressentida, que não tem as benesses da classe rica e nem o "charme" da classe pobre.
Tadinhos de nós, que não temos nem opinião própria!

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

5 Ricardinho x 5 Bernardinho

Bem, diante da repercussão do 10 a zero, sou obrigada a refazer minha postagem de ontem. Depois de ler algumas entrevistas e ouvir algumas ponderações de colegas, não posso deixar de me redimir. Vamos lá, vou dividir a culpa 5 para um e 5 para outro.
Não vou nem considerar a entrevista que o time pretende dar. Nem as declarações do Gustavo ou do Giba. Se eu fosse juiz de Direito desqualificava estes depoimentos: "testemunha comprometida".
Giba e Gustavo esão no time, têm de defender o deles, ainda mais que o colega está fora e o ditado antigo deve valer ainda :"rei posto, rei morto". Ô gente ingrata e sem companheirismo!
Mas eu continuo a achar o Bernardinho um aloprado. Com aquela cara sempre feroz e os berros e gestos. Acho que o time ganha todas de tanto medo dele.
Mas gostaria que alguém me explicasse o que está por trás mesmo do imbróglio.
Creio mesmo que estrelismo, indisciplina, descontrole emocional são só a superfície. No fundo, no fundo, o problema é mesmo de money
Mas continuo fã do Ricardinho. Adoro gente que encara e desmascara o status quo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

10 Ricardinho X zero Bernardinho

Não sei pra que serve técnico de futebol ou de vôlei. O cara fica lá de fora se esgüelando, enchendo o saco do jogador que está lá no campo, suando, se matando e ganhando todas as bolas e botinadas.
É isto que penso do Bernardinho, que nos jogos da seleção mais parece um aloprado, com aquelas caras medonhas para closes das TVs. Finalmente começa vir à tona a briga dele com o Ricardinho. A retaliação já havíamos visto.
Gente, o Ricardinho é simplesmente o melhor do mundo! Merece ser indisciplinado, ou estrela, ou o que for. E aposto que não é, pelo menos não este tanto.
E o outro o que é?
O melhor técnico do mundo, podem dizer. O técnico medalha de ouro, podem dizer ainda.
Mas tem técnico sem jogador? Sem time?
Jogador sem técnico tem. Time também.
Então de quem é o estrelismo?
É preciso acabar com esta ditadura de técnicos que têm certeza de serem deuses, em atitudes ultrapassadas de puro mandonismo.
Já viu coisa mais ridícula do que aqueles coitados jogadores de futebol - os mais humildes, claro -, pedindo desculpas para o "professor", quando chegam atrasados, faltam, ou qualquer outra falta?
Abaixo o Bernardinho! Viva o Ricardinho!
Giovani pra técnico!

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Respostas cretinas para perguntas idiotas

Vou aproveitar esta frase aí, que meu colega Gleidson vive repetindo, para sugerir à revista NãoVeja, umas páginas amarelas com o maior cafetão do País, Oscar Maroni Filho, preso no início do mês. O cara é dono da boate de luxo "Bahamas", encalacrada na zona sul de São Paulo, e fechada pela Justiça, depois que ele deu uma entrevista num programa da TV Bandeirantes, afirmando com todas as letras, que no local, havia sim "prostituição de luxo".
O MP de São Paulo apresentou denúncia contra o falastrão, claro, afinal ele confessou, publicamente, que é autor de um crime do Código Penal, o lenocínio; e também porque ele já estava sendo investigado, depois que conversou fiado até não poder mais, metendo o pau em todo mundo, quando a prefeitura de São Paulo interditou aquele hotel (será que seria mesmo hotel?), que ele estava construindo bem na cabeceira do aeroporto de Congonhas.
Mas voltando ao "respostas cretinas", do Gleidson. Por que as páginas amarelas da NãoVeja?
É que pela linha que a não-revista enveredou agora, publicando nas amarelas, o maior besteirol com uma ex-socialite de Brasília, que está presa desde o escândalo do Orçamento do João Alves (aquele deputado anão do Orçamento, lembram-se?), precisa superar-se com algo pior. E imagino que pior que o assunto da boneca, seria um pingue-pongue com o cafetão de luxo.
Pra se ter uma idéia do que estou falando, entre as "pérolas" da entrevista estão: se a mulher continua a badalar; se levou roupas novas para a prisão; se continua a gostar de comidas e vinhos finos. E as respostas são melhores ainda: tipo, "tive de comprar soutiens novos, porque os meus, todos da 'Victória's Secrets' tinham arame no bojo e não puderam entrar na prisão".
Não é o máximo? Mais instrutivo, impossível.
A NãoVeja pode perguntar pro cafetão: "o que é prostituição de luxo? É de "homens de luxo, com meninas pobres, ou é de meninas ricas mesmo?"
Como ele declara a atividade ao Imposto de Renda? Paga Imposto sobre Serviços?
Já imaginaram as respostas?
O Gleidson tem ou não tem razão?

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Felicidades, Fernandinho!

Fiquei emocionada com a notícia do casamento do Fernandinho Beira Mar. Afinal o home já tem seis filhos mas ainda estava solteiro. Não sei como, afinal é um partidão.
Mas agora vai regularizar tudo. Afinal é um sujeito cumpridor de seus deveres.
Nao se falou em festa, mas quando se trata de Beira Mar, tudo é possível.
Não foi ele quem fugiu da carceragem em Belo Horizonte, pela porta da frente?
Não foi ele quem já ficou em não sei quantos presídios especiais, em cela individual, mesmo não tendo curso superior?
Pois o Fernandinho Beira Mar está agora em Campo Grande, onde vai casar com a Jaqueline Alcântara de Morais, nome mais aristocrático impossível.
Felicidades aos noivos. Vida longa ao casal!

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

A culpa é do Renan

Afinal do que o Renan Calheiros não é culpado?
Em pouco mais de dois meses, ele foi acusado de tudo.
De ter "caso" com a Mônica Lewinsky. De ter filho fora do sacrossanto matrimônio (aaarrhhh). De receber da empreiteira. De ser amigo do lobbista. De ter vaca no pasto. De ter boi voando. De dar nota fiscal fria. De vender lote na lua. De achacar colegas do Senado. De vender carne estragada. De ser dono de rádio e tv e de beneficiar estes mesmos. De tudo que é mutreta que se possa imaginar.
E, no entanto, o home resiste. "Daqui num saio, daqui ninguém me tira".
Capaz de precisar fazer outro impeachment neste País pra tirá-lo de lá, carrapato tinhoso a desdenhar nossa paciência.
Voltemos às ruas - "fora Renan" -, pra acabar com este escândalo que já está com o prazo de validade vencido.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Economia criativa

Terminei a última postagem falando da criatividade da economia brasileira, que se vira das formas mais excêntricas possíveis. O exemplo é a Faculdade dos Concursos.
Mas fui informada, por alguém que leu o texto da Facon, que existe um caso mais surreal ainda de "viração" para ganhar o pão do dia-a-dia.
No encerramento do Festival de Jazz, no último domingo, lá na Savassi - que por sinal é um evento de qualidade inigualável - os freqüentadores podiam contar com um serviço "delivery" de compra de quilo de alimento.
É que para entrar no recinto cercado do evento, a única cobrança era o cidadão doar um quilo de alimento não perecível. Mas quem se esquecera, não precisava se descabelar, porque lá estava um "cambista" oferecendo seu quilinho. Não é o máximo da sofisticação?

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Faculdade para concursos

Tenho sido recorrente em postar alguns temas, vocês que me perdoem. Mas tem coisa que não dá para ignorar. Um assunto já tratado aqui foi sobre os cursinhos para tudo, comentário que se originou de uma pichação que vi num muro, anunciando o cursinho para o Enem. Enem é aquele provão do Mec, tão lembrados, né?
Mas hoje vi faixas em vários locais da cidade anunciando a Facon. Sabe o que é Facon? Faculdade dos Concursos. A Facon, gente séria de Brasíla, vem aí dar uma demonstração, com aulas de graça, pasmem, de uma semana!!!
Mas o que será uma faculdade de concursos?
Será que você se gradua em fazer concursos? Tem vestibular? Pode usar o Enem?
Depois tem curso de especialização latu senso? E mestrado? E cota para negros, tem?
Ah, vai-se saber o que é isso.
Mas que a economia brasileira é dinâmica e criativa, isto é incontestável.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Parques ambientais X mineradoras

Enquanto a criação de parques ambientais leva cinco, dez anos, para sair do papel, a atividade minerária vai de vento em popa. Para transformar a Serra do Ouro Branco em parque estadual, a comunidade de Ouro Branco e algumas pessoas de Ouro Preto, estão lutando há mais de quatro anos. Mas o negócio não sai do papel.
Não sai justamente porque não é "negócio".
"Negócio" mesmo é a exploração do minério de ferro de Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas, Serro e Dom Joaquim pela MMX.
A agilidade dessa empresa é coisa de louco. O sistema (como ela chama) Minas-Rio tem menos de dois anos no mercado e já rendeu milhões para seu fundador, o Eike Batista. O troço ainda nem produz nada e já virou operação financeira bilionária.
Em junho passado, a empresa anunciou uma valorização de seu capital de 123% e neste mesmo mercado, a MMX vale agora R$ 7,8 bilhões.
E o tal sistema Minas-Rio teve 49% de seu capital comprado pela Anglo-American em julho.
É negócio de muitos bilhões, que a população não usufrui, a não ser por uns caraminguás chulos, parecidos com os espelhinhos e contas dos portugueses de 1.500.
E o ferro vai escoar, inexorável, pelo andar da carruagem, para o porto do Rio. E de lá para o mercado internacional (China à frente), como mais uma matéria-prima barata, sem valor agregado, que rende uma mixara para os governos municipais, do Estado e federal e um dinheirão para a meia dúzia de "donos", deste rico e desprotegido solo pátrio.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Novamente a tragédia é só uma reportagem

Fugindo da polêmica da causa do crime do Airbus A300 da TAM, ou causas, o que é mais provável, mas já criando outra: novamente a tragédia foi banalizada pela compulsão de dar "furos" (informação de primeira mão), de alguns órgãos de imprensa. Depois que a Veja mostrou o conteúdo das caixas-pretas, em sua edição de fim de semana, a CPI do apagão aéreo, ou CPI dos confusos e aéreos, tão desatinados são alguns de seus integrantes, libera para todo o Brasil a transcrição das fitas das caixas.
É uma coisa aterrante. Pior que "Sexta-feira, 13", dez vezes mais horripilante que "O exorcista", mais nauseante que "Jason". Desespero e gritos e barulhos.
Uma coisa é uma revista - que tem uma tiragem de pouco mais de um milhão de exemplares, ou seja, nem 1% da população de 190 milhões de brasileiros a lê -, mostrar os dados.
Outra, é a exibição nua e crua em todas as redes de tv, quando pelo menos 85% da população (índice de domícilos com tv) pode assistir aos telejornais. Os dados sobre aparelhos de tv são da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domcílios de 2005.
A culpa é da Veja ou da CPI?
E coloco a coisa em termos de culpa sim, porque a ânsia do furo está levando menos à informação precisa e mais à especulação, o que não contribui em nada para o esclarecimento do acidente.
Não sei quanto a vocês, mas eu me retorci de corpo inteiro, quase espasmo, ao saber do desespero dos passageiros e dos pilotos.
Para espantar nosso medo, nossa paranóia com avião, ainda tínhamos o consolo - antes de escancararem a caixa-preta -, de que nem havia tido tempo para nada. Que as pessoas nem sabiam que iriam sofrer um desastre fatal.
Mas e agora?