sábado, 31 de janeiro de 2009

Barack Obama me visita


Troco uma roupa para receber Barack Obama. Coloco uma bermuda e uma blusa combinando, que está muito calor. Vou ao bairro Cruzeiro buscá-lo. Arrumo um tapetinho azul para que ele possa se sentir confortável no trajeto até minha casa.
Em casa, ele examina o ambiente com ares de superioridade. E para que se sinta no próprio lar, deixo-o à vontade na cozinha. Ele anda para cá e para lá e se encolhe num canto.
"-Ihh, não gostou..."
Após esta pequena escala, levo-o pela Linha Verde. Não, ele não foi tomar o Force One em Confins.
Barack Obama foi para Lagoa Santa, viver numa bela casa.
Seu primeiro contato foi de reconhecimento: andou, correu, cheirou, fez xixi.
Barack Obama se apossou da Casa Branca!
Escolheu logo o quarto de casal, gostou especialmente do tapete de pelinhos
Obama é o filhote de gato persa, olhos infinitamente azuis, pelo café com leite, com longes de marrom nas pontas, que dei para meu irmão.
Chegou na minha casa com o nome de Gordon, virou Barack Obama, mas corre o risco de terminar Rafinha ou Neguinho, dependendo do humor do meu irmão.
Ô gente sem imaginação, nem para entender que um gato persa tem que se chamar no mínimo, Ciro I, Dario, Xerxes, Ayatolá, Mahmoud Ahmadinejad, ou para estar na moda, afinal tudo é rei e imperador, Barack Obama!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Fórum Social, povos indígenas e mídia livre

Há uma mobilização extraordinária pela divulgação do Fórum Social Mundial, que acontece em Belém. Canais não convencionais, como jornais de bairros, rádios comunitárias, sites de ONGs, blogs têm feito uma varredura, já que a "grande" imprensa se limita às linhas parcas de sempre.
Recebo material de São Paulo, das Pastorais Sociais, que tem lá uma participante. As pastorais acompanharam a marcha dos povos indígenas da Amazônia, pelo rio, até Belém. São representantes de 18 povos e mais de 20 organizações indigenistas. Na terça foi lançada a campanha “Povos Indígenas na Amazônia: presente e futuro da humanidade”.
Recebo, ainda que meio atrasado, um boletim dos eventos do dia.
Me chamou a atenção este sobre mídia livre, que aconteceu segunda e terça-feira e que reproduzo abaixo, com o link do blog onde está para ser visualizado por completo.

Fórum Mundial de Mídia Livre: rede de “ampliação das vozes”

"Em meio a uma atmosfera plural, o Fórum Mundial de Mídia Livre que está acontecendo em Belém do Pará, como uma das atividades antecedentes ao Fórum Social Mundial, pretende abrir um espaço para discussões acerca do midialivrismo no mundo.O evento reúne diversas entidades e pessoas envolvidas direta ou indiretamente com esse tipo de “fazer mídia” para compartilhar informações, trocar experiências e fomentar novas formas de gestão dos canais de comunicação desse tipo de atividade"...
Cenário, oportunidades e desafios
Comunicação compartilhada foi um dos principais temas discutidos na mesa “Como ampliar o midialivrismo”, que deu início ao Fórum Mundial de Mídia Livre que acontece em Belém do Pará nos dias 26 e 27 de janeiro. Dentre os participantes da mesa estavam Gustavo Gindre (Intervozes), Sóter (Abraço), Ivana Bentes (UFRJ), Renato Rovai (Revista Fórum), Sérgio Amadeu (Cásper Líbero), Maria Pia (AMARC), Oona Castro (Overmundo). Gustavo Gindre (Intervozes) colocou que a tarefa principal a ser cumprida para que a mídia livre aconteça é “ampliar as vozes”. É preciso conter as mídias hegemônicas, e para que isso aconteça é preciso combater as bases deste modelo".... Leia íntegra

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sociedade mundial em Belém


Em Davos, Suíça, os ricos começam o blablablá de que é preciso nova ordem econômica para o mundo. De que é preciso eles assumirem a responsabilidade pela crise financeira internacional. E o primeiro ministro da China, Wen Jiabao e o da Rússia, Vladimir Putin, pediram mais cooperação internacional. Ou seja, pediram para quem, se eles são os responsáveis pela crise?
Em Belém, no Pará, os pobres e os quase pobres dão o troco, no Fórum Social Mundial: querem que a nova ordem seja mais justa, sólida e estável, conforme defendeu o ministro Luis Dulci, da Secretaria Geral da Presidência.
Enquanto em Davos só tem blablablá e inócuos e cansativos mea culpa, que não levam a nada, pelo menos nesses 39 anos de encontros, em Belém, ontem foi o Dia da Pan-Amazônia.
Povos dos países que compõem a região fizeram manifestações diversas. Uma beleza os índios do Peru.
A Pan-Amazônia é composta por Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além da Guiana Francesa, e é reconhecida pela riqueza da maior biodiversidade do planeta e pela força e tradição dos povos e das entidades que constróem um movimento de resistência na perspectiva de um outro modelo de desenvolvimento.
A região é uma das últimas áreas do planeta ainda relativamente preservada, em um espaço geográfico de valor imensurável por sua biodiversidade e que agrega um conjunto amplo e diverso de movimentos sociais, centrais sindicais, associações, cooperativas e organizações da sociedade civil que lutam por uma Amazônia sustentável, solidária e democrática, articuladas em redes e fóruns.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Uma praça do mercado

O mercado em Belo Horizonte já era uma visita obrigatória não só para turistas, mas para os da casa também.
O mercado com seus cheiros, sons, cores e as comidinhas, naturalmente, como as dos botecos onde a turma se espreme nos sábados para tomar uma cerveja geladíssima e comer um filé acebolado com jiló frito, combinação deliciosamente improvável. Vou ao mercado pelo menos uma vez por semana. Adoro as expedições no andar de cima.
Mas depois da reforma que a prefeitura fez no entorno do mercado, agora é impensável não bater pernas por ali, tanto dentro como fora.
O quarteirão da Augusto de Lima ficou maravilhoso, com uma calçada estilo boulevard e uma iluminação moderníssima.
Juntando tudo, a Praça Raul Soares e o entorno do mercado (avenida Augusto de Lima, ruas Goitacases e Curitiba), a região está digna de um prêmio de revitalização arquitetônica. Isto é que é melhorar a qualidade de vida de quem mora por ali.
Lojas do Paulo
Mas além do mercado, a expedição naquele ponto guarda outras curiosidades.
Alguém conhece a Loja do Paulo? Quase um quarteirão de... de... de tudo! Aquilo sim é o paraíso!
E não é para gastanças inúteis não.
É para encontrar tudo que se quer, de casa, utilidades, presentes, reformas, num lugar só.
É uma viagem em três andares.
Fui comprar uma "feiticeira" (uma escovinha que limpa migalhas), que não encontrava em lugar nenhum e saí carregada com veda-portas, duchinhas de banheiro, uma panela de alumínio grandona, uns ganchos para guarda-roupa, buchas de parafusos e os próprios, ufa!
Acho que resolvi um tanto de probleminhas que a gente vai deixando acumular em casa.
Passear na região do mercado eu recomendo.
É um passeio que se faz em todas as cidades que visitamos, incluindo aquelas de outros países, apesar de geralmente serem locais degradados ambientalmente em quase todas elas, por muito lixo e abandono.
Em Belo Horizonte, visitar o mercado agora é limpo, agradável aos olhos e muito chique!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Benjamim Button

Vejo o filme O curioso caso de Benjamin Button. Suas treze indicações ao Oscar são pouco para o que o filme vale.
Vale pela história, um lindo conto de F. Scott Fitzgerald, que sabia contar muito bem, com doçura, com crueza, uma história de amor, de traição, de sofrimento.
Vale pela direção delicada de David Fincher, que não é exatamente um diretor delicado (Seven, Clube da luta, etc).
Vale pela metáfora do tempo, que começa com o relógio da estação de trens, que corre para trás e que permeia toda a narração.
Mais uma vez o tempo como senhor dos destinos, das escolhas, das consequências.
Vale a pena ver.
Veja indicação ao lado

O cartel das liquidações

Dou uma passeada por um shopping para ver as liquidações.
Olho daqui, olho dali e pergunto preços.
A resposta é sempre a mesma: "uma peça é tanto, duas é tanto, três é tanto e quatro é tanto".
Tanto é o percentual de desconto.
Em todas as lojas é a mesma coisa: aquilo que se vê anunciado do lado de fora "até 50 ou 60% de desconto", é só uma forma de atrair o consumidor para dentro da loja. Lá dentro, se você quiser comprar uma só peça, praticamente não pode, porque os vendedores tentam convencê-lo de que não vale a pena. O melhor é comprar muitas peças para aproveitar o desconto progressivo, afirmam.
Não sei o que aconteceu com as liquidações.
Não há opção. De sapato, perfume a bijuteria, é o tal do desconto progressivo.
As lojas combinaram uma forma de não concorrerem entre si nas liquidações.
É o cartel da liquidação.
É pool de notícia. É consórcio de saúde e de educação. É cartel de combustível.
Não há nada de novo neste mundo.
Ô mesmice!
Ai que tédio!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A mudança passa para as paredes

Depois de arrumar as gavetas - menos as de roupas, que estas estou criando coragem para começar-, resolvi dar uma mudada mais ampla.
Peguei uma lata de tinta, sobra de alguma outra reforma, e lá fui pintar a parede do meu quarto, que tinha um azul esquisito num dos lados.
Ô canseira!
Deixei um pouco para amanhã, afinal não achei um pincel de acabamento, por isso, os cantos estão com a cor antiga. E também já estava meio morta.
Depois que passei as duas mãos de tinta, ou a "demão", como dizem os pintores de paredes, não gostei da cor. Ficou muito sem graça.
Amanhã, ao invés de retocar os cantos, vou comprar outra cor: um verde clarinho que está usando muito, acho que se chama erva doce.
Isto é, se hoje à noite eu conseguir dormir com a dor nas munhecas, costas, joelhos, braços e dedos, que já começam a dar sinal.
Sinal de que, definitivamente, não sou trabalhadora braçal.

Seja um doador

Como sou divulgadora voluntária (blogueira divulgadora) do Instituto Voluntários em Ação (IVC), recebo minha primeira tarefa deste ano. No ano passado participei, ajudando a divulgar as doações para as vítimas das chuvas de Santa Catarina. Este ano, as atividades começam com uma campanha de doação de sangue. Aí vai:


"Você é doador por natureza. A doação está no seu sangue. Seja um doador"

Há um assunto bem importante, mas que poucas pessoas levam a sério: doação de sangue.
Sabemos que o Brasil necessita diariamente de aproximadamente 5.500 bolsas de sangue, sendo que este número aumenta em períodos de grande movimentação no País, como férias e final de ano. Pacientes em todo o Brasil correm risco de vida quando falta sangue no atendimento médico de emergência.
Todos nós podemos ajudar a diminuir esse número e assim, salvar muitas vidas.
A doação de sangue é segura e não demora mais do que meia hora. Todo o material utilizado é descartável e oferece total segurança ao doador. O sangue coletado na doação também é utilizado em cirurgias, no tratamento de doenças como: hemofilia, câncer no sangue, anemias intensas e em casos de queimaduras.
Existem apenas alguns requisitos para ser um doador, conheça-os.
Seja um doador e ajude a salvar vidas! Candidatando-se a uma das vagas disponíveis no Portal Voluntários Online, clicando em um dos links abaixo, de acordo com a região que você está.

Voluntário doador de sangue na região Centro-Oeste
Voluntário doador de sangue na região Nordeste
Voluntário doador de sangue na região Norte
Voluntário doador de sangue na região Sudeste
Voluntário doador de sangue na região Sul

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Que venha Obama!

E começou o show: dia inteiro na transmissão da posse do Obama.
O home tá entrando com o gás todo: até os jovens, naturalmente alienados lá nos Estados Unidos, estão morrendo de amores por ele.
Mas ele merece. Tem carisma e postura ética.
E chegou lá não apenas pela incompetência de Bush, ou da política republicana.
Obama chegou lá porque o povo americano se cansou da mesmice, da empáfia "de somos os melhores do mundo".
O 11 de setembro, a invasão do Iraque e do Afeganistão mostram aos americanos que há algo mais no horizonte do que a vã filosofia deles.
Algo mais do que hambúrguer, ford, chevrolet, molho barbecue, milk shake.
Há chinese food, toyotas, mitsubish, sonys, sansungs, sakê, sushi, etanol.
Os americanos descobriram, penosamente, que o mundo não é geocêntrico e nem os Estados Unidos seu centro.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O desemprego se confirma

E os números divulgados pelo Ministério do Trabalho confirmam o que todos já sabiam: a crise chegou pesada ao Brasil. Segundo dados do MT, só em dezembro foram fechadas 650 mil vagas, pior número desde 1999. Mesmo acreditando na "marolinha", Lula não pode ignorar que este número é bem maior do que até as previsões mais pessimistas davam conta.


x.x.x.x.
Tédio e morte
Fiquei mais de três horas acompanhando pela Record News, ontem à noite, o desenlace do desabamento do teto da Igreja Renascer em Cristo, em São Paulo. A TV esteve ao vivo desde 19 horas, quando aconteceu a tragédia.
Hoje chego ao item "tédio e morte ", do livro de Lars Svendsen, "Filosofia do Tédio", que estou lendo. Me espanto com a crueza da análise: "o mundo se torna entediante quando tudo é transparente. É por isso que algumas pessoas anseiam pelo perigoso e pelo chocante. (...) O caos e a violência representam o motor que nos impele do tédio para a vida."
Me vêm à memória os casos de Isabella Nardoni e Elloá e a loucura de um país inteiro por consumir mais e mais detalhes sórdidos.

Correspondência não entregue

De quem é a culpa quando você não recebe uma correspondência, uma conta, por exemplo, que tem data de vencimento e tudo mais?
Você liga para a empresa a quem tem de pagar e ela diz que mandou a fatura, que o problema é com o Correio.
Aí não há nenhuma greve do Correio, como costuma acontecer vez e outra, e você fica sem saber. E paga multa depois que a empresa lhe envia a segunda via, ou você mesma retira pela internet.
Mas há uns casos hilários.
Minha secretária não consegue mais receber o boleto da Unimed e do cartão do Carrefour.
Todo mês é aquela peleja. Outras contas como água e luz são entregues normalmente.
Este mês ela ligou para a Unimed, como fez em dezembro e recebeu a confirmação: o boleto foi enviado sim. Cansada de ter de pedir alguém para retirar a fatura na internet, foi à agência do Correio que atende seu bairro, o Vale do Jatobá, aqui em Belo Horizonte, para pedir satisfações. A agência responsável é a da avenida Sinfrônio Brochado, no Barreiro.
O gerente disse para ela que não estão entregando correspondência na rua, porque ela mudou de nome "e a empresa está proibida de atender ruas que mudaram de nome".
Me espantei com a explicação.
A rua mudou de nome há três anos. Outras contas são entregues, como a de luz, telefone e água. Outros moradores da casa recebem folhetos de propaganda, correspondência de políticos, etc.
Procuro no site do Correio algo que esclareça o assunto e não encontro nada.
Ou seja, não há qualquer lei, decreto, portaria, norma interna proibindo a entrega em ruas que mudaram de nome.
O que não dá para entender é por que o gerente, que inclusive forneceu seu nome para minha secretária, dá uma explicação estapafúrdia dessas.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Maysa x Big Brother

Vou à internet para descobrir mais sobre a Maysa, depois que a minissérie da Globo acabou.
Consegui assistir até o último capítulo, apesar de na última semana o programa ter sido jogado para a madrugada, com o começo do Big Brother.
Ai meu Deus, vai começar tudo de novo: programas esticados para o final da noite, conversas e discussões intermináveis e chatas sobre os "moradores da casa mais vigiada do Brasil" nos salões de beleza, consultórios médicos, local de trabalho.
Ai como eu gostaria de gostar daquilo, pelo menos não me sentiria uma alienígena por três meses (é este o tempo que dura?), sem poder palpitar nas rodinhas de conversas em nossos momentos de descontração.
Gostei mais de conhecer em detalhes as intimidades da Maysa, pelo menos ela foi uma grande artista.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A estranha


Assisto um filme na Tv noite dessas, duas vezes seguidas, como forma de fugir da insônia que me acomete ultimamente. É com Jodye Foster, uma repórter de rádio em Nova Iorque, que perde o noivo e quase morre também, depois de um assalto no Central Park.
Ela se torna uma assassina justiceira e vai sofrendo com a mudança em sua personalidade.
Não sei como o filme se chama, acho que é A estranha, porque ela vai narrando, em uma voz intimista, as transformações que sofre no comportamento, nas ideias.
Fico pensando que acontecimentos traumáticos levam a pessoa a se transformar, quase sempre imperceptivelmente para ela mesma, mas gritante para os que estão
à volta. Mas às vezes nem são só acontecimentos traumáticos. São novas realidades que têm de viver, como deixar uma cidade, um emprego, uma profissão.
De alegres, descontraídas, se tornam carrancudas. Fechadas. Paranóicas. Às vezes repetitivas, presas a um passado distante.
E o mais evidente: extremamente rígidas nas ideias.
Rigidez que se revela no corpo, nos gestos.
Rigidez que se revela em doenças de músculos e ossos e em dores constantes.
Fico pensando que acontecimentos traumáticos mudam assim as pessoas, em que elas mesmas não se reconhecem mais e sentem saudade de seu outro eu antigo. Pelo menos este era o caso de Jodye Foster, que se chamava Érica Bain no filme, e que via e sofria com a estranha em que se tornara.
Já com quem não percebe a mudança ou se recusa a aceitar as observações daqueles de fora, o sofrimento fica para os que acompanham "a estranha".
Estes sentem saudade daquela outra antiga.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A venda de lugares para o seguro-desemprego

Uma pessoa leu o que escrevi sobre o desemprego e mandou uma mensagem para o meu e-mail e não para o blog. Como achei muito interessante resolvi publicá-la, usando um pseudônimo para a pessoa, que se quisesse ver seu comentário publicamente teria escrito no próprio blog. Como é uma informação muito importante, reproduzo:

"Acordei às 5h da matina e cheguei no posto do Psiu, para entrar com os papéis do seguro desemprego, às 5:27. Havia poucas pessoas, portanto, eu tinha certeza de que conseguiria minha senha. Não fosse por um tal homem de camisa verde bandeira que parou logo atrás de mim e disse para a coitada atrás dele: - "tô guardando lugar pro meu primo", e simplesmente saiu.
Passados uns 20 minutos, vejo um burburinho da PM (santa segurança!!!!), que no final das contas era pra retirar três sujeitos que estavam na fila, digamos assim, "guardando lugar pro primo"!
Descobri tudo imediatamente.
Não bastasse o mensalão e todas as máfias que ocasionaram CPI'S, agora a mais nova onda é cobrar por um lugar na fila do PSIU (míseros 20 contos) e depois colocar essa pessoa que pagou como se fosse seu parente.
Cansada de ver uns cinco parentes entrarem na minha frente, depois que a PM deu uma sumida, resolvi, juntamente com uma jovem branquinha botar a boca no trombone!!!!
Fomos atrás da PM e falamos o que estava acontecendo. Que o 'guardador de lugar' chegava com a pessoa, levava-a num café ali perto mesmo (possivelmente para efetivar o pagamento pelos serviços prestados) e depois enfiava a pessoa na fila com um olhar muito intimidador para todos da fila que ousassem falar ai, mesmo aqueles que estavam lá desde 4:30.
Eu não quis nem saber. Falei tudim com o policial, que muito solícito me contou que essa é a razão de policiarem ali todos os dias, 'mas que vagabundo você sabe com é, né..., volta assim mesmo!'
Logo após perguntou-me se eu reconheceria as pessoas que foram 'encaixadas' na fila. Apontei duas, a branquinha mais uma, e um homem, outros dois.
Felizmente para mim, eles foram 'convidados' pelos PMs a se retirar da fila que furaram e ainda tomaram um prejú de vintão, porque vocês sabem como é né? Malandro que é malandro, já tinha vazado!!!!!!
Cômico para não dizer trágico!!!
Amanda"
Esta é a fila do seguro desemprego do posto Psiu, Praça Sete.
E o Lula ainda naquela de "marolinha".

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Israel e o genocídio em Gaza


Quando Israel bombardeia um edifício que abriga várias emissoras de TV não só árabes, mas ocidentais (alemã, americana e luxemburguesa), um hospital e um escritório da ONU para refugiados palestinos, não está errando o alvo.
O país tecnologicamente mais bem preparado belicamente, com o melhor serviço de inteligência do mundo não tem o direito de errar alvos. E ninguém acredita nesta desculpa esfarrapada.
Israel bombardeia sim alvos preferenciais, ainda que de forma mais suave, se se pode chamar de suave destruição de prédios, equipamentos e pessoas feridas.
E bombardeia porque faz parte da sua guerra a demonstração inconteste de sua supremacia, ainda que na forma de uma guerra semi-psicológica.
Como se não bastasse o genocídio dos palestinos, Israel quer calar a boca de quem se atreve a mostrar as atrocidades, de quem quer prestar ajuda aos milhares de atingidos, sobretudo crianças.
Israel é o Golias, não mais o Davi, como ainda gosta de se intitular.
Só que parece ter-se esquecido do final da história.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O golpe do sequestro

Atendo o telefone às 3 horas da madrugada. Não tenho o costume de fazer isso, pois abaixo a campainha, fecho a porta do meu quarto e não escuto mais nada desse mundo. Sono para mim é sagrado. É ritual de passagem, seja lá isso o que for.
Mas ontem, não dormia de jeito nenhum. Vi televisão até 1h30, incluindo aquele programa de venda de jóias que me dá sono. Depois de quase uma hora vendo as jóias da Marquesa de Santos, segundo o apresentador, deito, mas o sono não vem.
Mas voltando ao telefone. Atendo porque estava acordada e escutei a campainha. O aparelho é novo e ainda não descobri onde abaixá-la.
Era uma ligação a cobrar. Meu coração dá uma ligeira acelerada. Depois da gravação, escuto um aflito, indagativo e choroso alô feminino. Na terceira vez desligo, apesar da acelerada cardíaca.
Fico com o telefone na mão, olhando feito besta, esperando que ele tocasse novamente.
Vou ao telefone da sala para conferir a bina.
Bingo! Lá estava o prefixo do Rio, 21, e o número 76687002, com certeza um celular pré-pago, não sei de qual operadora.
Bem, o azar dos bandidos do trote do sequestro é que pegaram uma dorminhoca contumaz, que fica uma arara o dia que não dorme. Não conseguiram me pegar!
Mas já deito de novo maquinando um texto para meu blog, amanhã. Quer dizer hoje, já que amanhã já é hoje, e eu dormi ontem, mas não dormi, então ontem também já é hoje. E amanhã era na hora que eu deitei a primeira vez, depois da minissérie Maysa, lá pelas 11h30. Mas na verdade logo em seguida já era hoje, mesmo eu falando amanhã ou ontem.
Viiiixe! Acho que vou voltar para a cama e dormir um pouco porque acho que estou com as ideias meio embaralhadas.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O otimismo tupiniquim


O que faz do brasileiro um povo tão confiante?
Enquanto o resto do mundo se acabrunha diante da crise econômica, por aqui, nós, em um significativo patamar de 34% dos entrevistados, achamos que ela não passa de uma "marolinha" e que tudo vai melhorar nos próximos três meses.
A marolinha é por conta do Lula e parece que pegou.
Será que os brasileiros não lêm notícias?
Não sabem que o setor minero-metalúrgico e siderúrgico está demitindo desde novembro passado?
Só em Minas, as demissões podem chegar a 5 mil postos de trabalho. O número não é definitivo porque por enquanto os dados são dos sindicatos de trabalhadores. A pesquisa mensal do IBGE, disponível no site do Ministério do Trabalho, ainda não tem os resultados de dezembro.
Em São Paulo, a Motorola liderou a guilhotinada, desde outubro, com mais de 300o demissões.
E para comprovar que os cortes estão mesmo aí, é só recorrer aos números do seguro-desemprego. Em São Paulo, apenas num posto integrado, tipo o Psiu da Praça Sete, só na primeira semana de janeiro foram mais de mil pedidos do benefício, 48% a mais do que em janeiro de 2008.
E por falar no Psiu, as senhas para atendimento dos desempregados acabam às 7h30 e o posto abre às 7h, de acordo com uma conhecida que foi lá hoje, para dar entrada nos papéis.
A pesquisa sobre a crise foi feita em 17 países e só o Brasil, Índia e China estão otimistas.
"Levando em consideração os números globais, aproximadamente metade do mundo teme pelo pior. No globo, 49% acham que a crise vai piorar, e apenas 12% acham que vai melhorar. Os mais pessimistas são os britânicos (78%) e os japoneses (70%). Os alemães vêm na terceira colocação, com 68% de pessimistas.
Otimismo, os pesquisadores só encontraram nos países em desenvolvimento, as chamadas economias emergentes. Indianos, chineses e brasileiros parecem estar na contramão desse mau humor internacional. Os indianos são os líderes, com 39%, seguidos pelo Brasil (34%) e pela China (27%)." - Portal G1
O povo brasileiro é ou não é um eterno otimista?
Ou seria alienado?
Tem razão o ministro Carlos Luppi, do Trabalho, que quer fazer uma varredura nas empresas que estão demitindo, para saber se elas estão entre as beneficiárias do pacote de socorro do Lula, que inclui a redução do IPI de carros novos e o aumento do crédito para estimular o consumo.

O "Magayver" está de volta

A viagem pelas gavetas me põe na mão um cartão do "Magayver, prestação de serviços em geral".
Isto mesmo, Magayver com a e y. E o homem faz de tudo: jardinagem, eletricista, bombeiro hidráulico, dedetização, limpeza de caixa d'água, caixa de gordura e aquecedor solar; desentupimento, vidraceiro, instalação de cortinas e outros.
Morro de rir da criatividade ao lembrar o seriado que passava na TV com este nome, nos anos 90.
Alguém se lembra do seriado MacGyver, profissão perigo?
Era o máximo. Richard Dean Anderson, com aquele cabelo espetadinho, prenúncio dos heróis que viriam já nos anos 2000, saía de tudo quanto é tipo de perigo, apenas usando um canivete, um pedaço de linha, um barbante, um fósforo. Foi um dos melhores seriados, com uma mensagem muito clara: superar os perigos com criatividade, usando o material que houvesse à mão, as coisas mais improváveis, como um chiclete mastigado, uma barra de chocolate. Com isso, o cara explodia até submarino e se safava sempre. Lindo, lindo.
Pois guardei o cartão num lugar de destaque da minha agenda, agora.
Para usar tanta criatividade e relacionar tão bem sua atividade com o nome, o cara dos consertos deve ser mesmo muuuiiito bom.
E viva o marketing pessoal!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

As gavetas da alma

Enquanto não volto a trabalhar vou botando a casa em ordem. A interna e a externa.
A interna vai sendo alimentada com boas leituras e filmes.
A externa passa por uma limpeza completa: dedetização, lavagem, arrumação de louças e gavetas.
Me espanto com o tanto de papel que jogo fora hoje: um saco de lixo de 50 quilos, só das gavetas do meu quarto. Amanhã passo para as gavetas de roupas e o quarto do computador. E assim ao longo da semana até chegar na sala, que parece ser o único local que não tem nada guardado.
Fico pensando na nossa mania de engavetar as coisas. Na nossa mania de compartimentar a vida.
É endereço, pedaço de papel de tudo quanto é tipo, cartões de visita, folhetos de lojas, catálogos, papel de presente, tudo que a gente nunca usa.
Acho que temos dificuldade de nos desfazermos das coisas. Talvez resquício de um medo atávico de olhar em volta e nos vermos sozinhos, sem nada, na escura caverna dos tempos imemoriais. Nus.
Vamos juntando bugigangas no esforço cotidiano de construir nossa história pessoal e familiar.
E quando assustamos, esta história está vazando pelas gavetas.
É hora de renovar e de deixar algumas lembranças somente na alma e no coração.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Minha nesga de lua


Da minha janela vejo meu pedaço de lua. Inusitado presente na cidade grande, como o galo e os passarinhos que cantam na casa ao lado.

Casa que resiste bravamente à investida dos prédios em Lourdes. Será tombada?

Abro a janela da sala e olho a lua. Brilha com um halo mágico em volta, me lembrando outros lugares, matos, cidadezinhas, onde a lua, num céu limpo, passa despercebida de tão presente.

Aqui é uma raridade.

O colchão Ortorruim

Comprei um colchão de mola no final de novembro passado. Desses cheios de trique trique, afinal o objetivo era acabar com uma dor nas costas. Mola pocket, pillow top e essas frescuras todas que o marketing inventa para nos impressionar.
Ontem, já cismada com o desconforto do mesmo, vasculho sua superfície e descubro umas depressões.
Pego o telefone para reclamar na loja, mas dou uma olhada antes na garantia.
Tomo um susto: está lá com todas as letras: "depressões de até 4 cms são consideradas normais, até pela ABNT".
Desligo.
Creio que não vai adiantar reclamar. E nem vou perder tempo medindo a "depressão", para ver se está dentro do que a empresa considera normal.
Para mim, um buraco, de que tamanho for, já é anormal, ainda mais que foi a deformação do outro, que só tinha quatro anos de uso, que me levou à troca. E olha que ele só tem um mês de uso.
Mas a ABNT não pensa assim então, azar o meu.
Depois de ler no blog da Patrícia Duarte, um problema que ela teve com uma secadora, vi que ainda temos muito chão para andar na conquista dos direitos do consumidor. Ou então, nos acostumarmos aos produtos descartáveis.
O colchão é um Ortorruim.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A marvada pinga



Gui vendo disco voador
e a casa do pânico








Alexandre é dessas pessoas muito à vontade, que o vulgo costuma chamar de "folgado". É o caseiro da casa que alugamos em Búzios.
A casa é grande, em um terreno também muito amplo. E ele ficava por ali, o tempo todo, "desculpa", "com licença" e trançando por todo o lado. Logo cedo já estava rodeando a casa, ligando, desligando a bomba da caixa-d'água, muito conversado.
Bem, Alexandre é dado às lides alcoólicas, digamos assim, para não ofender Ana Paula, sua esposa, muito religiosa. É um casal novo, de trinta e poucos anos. Ela foi contratada para cozinhar para nós.
No dia 31, aquele climão todo de festa, a parentada da esposa espremida toda num barracão de dois quartos e o Alexandre comemorando o dia inteiro.
Comemorando a mineirada camarada que convidou todo mundo para a ceia, mas não esperou, porque estava doida para ir ver os fogos na praia, sabe como é, mineiro não perde trem.
Comemorando, puto, a parentada da Paula que veio para o Ano Novo, enquanto os seus próprios, mãe, irmãos e não sei mais quem, não apareceram para o Natal, porque estavam alagados em Campos.
E o Alê bebendo, "desculpe", "com licença", obrigou o sobrinho a passar um cortador de grama, deu um banho gelado no cunhado, namorado do irmão da Paula, no chuveiro da piscina, o coitado tremendo e olhando para nós com aquela cara de cachorro que caiu da mudança, "tó tintindo um frio"; e o Alê mandando, senhor dos impérios de Geribá e além mar.
Dia seguinte, a bebedeira continua.
Aí a briga explode, não podia ser de outro jeito, ainda mais que não houve explosão de fogos suficiente. Alguém tinha de soltar a pólvora acumulada o ano inteiro, que dependendo da situação, fica entalada mesmo ali no pescoço.
Foi efedepê para tudo quanto é lado, no finalzinho da tarde.
Aí a Paula juntou a família, incluindo o bebê de seis meses, e foi esfriar a cabeça na rua. E nós ficamos por ali, numa coisinha e noutra, a meninada mineira e pernambucana, travestida de paulista há mais de 13 anos, apagada no andar de cima, que mineiro também bebe os tubos.
Aí o Alê perdeu a medida, já nem "com licença" mais, reclamou que não foi convidado para o churrasco que os meninos fizeram à tarde. Que ninguém lhe ofereceu uma cerveja e dentro da casa procurou a Paula. Entrou em vários cômodos, "cadê a Paula?"
E disparou o alarme lá mesmo do barracão e vinha correndo xingando que alguém estava de brincadeira com ele. Isto três ou quatro vezes, cada vez mais alterado.
Minha irmã, tentando contornar, "vai para casa, amanhã a gente conversa". "Não, vou desligar o alarme, no andar de cima".
Foi lá, seguido de minha irmã e do meu sobrinho Guilherme, um galalau de 1,90m. Andou por lá, onde Touro Indomável estava no oitavo sono dos justos. Não desligou nada, desceu as escadas correndo e gozando a "vagareza" de minha irmã e sobrinho.
E levou ela até o barracão, totalmente às escuras. Saí correndo atrás e chamei o Guilherme. Imagina, ir sozinha lá naquela escuridão, com o Alê surtado, afirmando que estávamos escondendo a Paula.
Pano quente vai, pano quem vem e o Alê diz que vai embora, descansar, mas pede para dar um mergulho na piscina e usar o chuveiro. "Pode?"
"Não, não pode", arrebento, com minha corda finíssima de violino. "Meu irmão está dormindo e vai se incomodar".
Ele sai para seu barraco catando cavaco, desembainhando espadas, enfrentando dragões e xingando e "muito obrigado", "muito obrigado".
Entramos meio assustados agora, conjeturando se a Paula tinha enchido o saco e se mandado de vez.
E sintoma do nosso medo: não fizemos piadas como em outras situações. É que alguém lembrara que ele dissera ter uma arma. Ficamos por ali, "faz isso, vamos fazer aquilo, liga para o dono, e tal", quando vou à cozinha e dou de cara com o Alê do lado de fora dando murros na janela de vidro.
Saio correndo, subo ao andar de cima, acordo o Samuel. "Samuel, Samuel, acorda, estamos tendo um problema com o caseiro, ele está surtado".
A irmã do pano quente conversa com Alexandre, depois de abrir a porta da cozinha e ouvir as queixas dele sobre a Paula ter sumido, eu não ter deixado ele entrar na piscina às 23 horas do dia 1º de janeiro e de os garotos não terem lhe chamado para o churrasco.
Ele se vai e nós ficamos por ali, assustadíssimas, só as mulheres, (dois homens apagados embaixo e um em cima e dois acordados, olhando com cara de filhos, esperando a decisão da mãe).
E alarmadíssimas, mirabolando chacinas, ataques a machadadas, incêndios com nós todos dentro da casa: "liga para o Pedro, cadê o telefone, vamos à polícia". Pedro é o dono.
Brigamos entre nós, nos agredimos e o Alê no santo sono pós porre.
Sai uma comitiva para ir à polícia, fica duas horas na rua, vai numa delegacia e não é aquela, fica presa num engarrafamento, pega uma van do turismo sexual e volta para casa de mãos abanando, mas pelo menos falamos com o proprietário que promete vir no dia seguinte, logo cedinho.
Entre mortos e feridos, salvamos-nos todos, depois de uma noite em claro, esperando o ataque do Alê.
E a meninada de plantão o resto da noite na cozinha, conversando casos de família, que os paulistas não conhecem, porque foram embora muito pequenos e não sabem nada de nós.
De nossas bebedeiras, de nossas idiossincrasias, de nossas doenças, de nossas explosões e paranóias. E com certeza não ficaram sabendo de nossa generosidade, de nossa estranha afetividade, de nosso companheirismo, porque o dia não era para estas histórias. Estas ficam para uma outra vez. O clima era de terror e histórias de bondade não combinam.
Pedro quis mandar os caseiros embora e nós não permitimos. Pediu para um de nós fazer um boletim de ocorrência para ele se municiar para o caso de uma demissão por justa causa.
"Eu é que não vou ajudá-lo a resolver um problema que é dele. O nosso foi ontem, com a ameaça do caseiro", acordamos entre nós, depois de muito custo para convencer uma das irmãs, que queria porque queria ir, para não parecermos incoerentes.
E ficamos nisso. Com muitas desculpas do Alê e da Paula, pela "carraspana", e no resto da temporada cada um no seu papel.
Ah, quase me esqueci. O Alê não tinha arma nenhuma, segundo o Pedro, tudo não passava das mentiras que o caseiro gosta de contar, como a de que o proprietário é militar, quando na verdade é engenheiro. "Bravatas"...
Palavras há muito esquecidas, como carraspana e bravatas, usadas por um caseiro e um engenheiro, foram o meu saldo.
"A marvada pinga é que me atrapaia"....

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Esperando 2009











Em Geribá, casa e praia, esperando 2009




terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Búzios precisa de cuidados

Praia de José Gonçalves
Como no ano anterior, fizemos uma expedição familiar para passar o reveillon na praia. Fomos para Búzios onde ficamos dez dias. E ao contrário de todas as expectativas, só pegamos tempo bom.
Não solão, mas uns bons dias levemente nublados, mormaço e também sol depois do meio dia.
Búzios ainda tem aquele clima especial. Uma cidade tipo Riviera francesa, com gente bonita, um local de "footing", encantador, a Rua das Pedras. Ainda há referências históricas de mais de 20 anos, como o Chez Michou com seus crepes maravilhosos e a sorveteria Itália.
Mas a impressão que dá é que a cidade não está preparada para os picos de temporada, como o reveillon. Foi uma inundação de carros e gentes. Consequência: engarrafamentos quilométricos, ruas entupidas de carros.
E o pior: não houve queima oficial de fogos na praia. Apenas uns minguados foguinhos de festas particulares ou de restaurantes, na Tartaruga, Ferradura.
Em Geribá, onde vai mais gente, por ser a praia maior, foi um fiasco. Lá pelos lados do Beach Club houve alguma coisa.
Tudo porque o prefeito perdeu a eleição e resolveu dar o troco na população. Nada de festa para os ingratos.
E o prefeito perdedor Toninho também deixou a cidade meio que sem dono: o recolhimento do lixo nas praias estava precaríssimo.
Nas ruas nem se fala.
Ruas esburacadas e a estrada Búzios/Cabo Frio é só uma lembrança.
O que entra, Mirinho, com certeza vai enfrentar um problemão: postos de saúde fechados, degradação ambiental.
Aliás, neste quesito, Búzios precisa se atualizar. Suas reservas ecológicas estão privatizadas (caso da praia de Ferradurinha). E agora a ameaça de um empreendimento turístico italiano em uma APA. Coisa de louco.
Uma das praias mais agradáveis, por ter um mar calmíssimo e águas menos geladas que as demais, a Tartaruga corre o risco de ficar completamente poluída, tal o número de escunas e táxis aquáticos que despejam gente por lá, queimando óleo diesel em suas águas ainda claras.
Outro problema que incomoda os turistas é a falta de uma infra-estrutura nas praias. Não há barracas com banheiros e nem sequer um chuveiro de água doce, como até praias mais simples oferecem.
Talvez seja querer muito, mas a gente se acostuma ao conforto das praias da Bahia e aí acha que todas devem ter, ainda mais que Búzios é um dos locais mais antigos de turismo. Está faltando é organização, regras para os carros, para os próprios turistas.
É um pedaço de Brasil muito bonito, muito agradável, que merecia um tratamento melhor dos administradores e uma consciência preservacionista melhor da população local.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Tropeços no Natal

Bem, um mês fora do ar é tempo suficiente para resolver todos os conflitos. Os de ordem afetiva, os físicos e os tecnológicos. E até mesmo os preguicísticos.
Voltei.
Agradecendo a todos que me desejaram bons fluídos no fim/início de ano.
Que me mandaram mensagens lindas e que não respondi.
Não respondi, não escrevi, mas me comovi com o carinho de todos.
Um mês é tempo suficiente para recuperar de tropeços, mesmo quando estes doem muito e nos pegam no contrapé.
Não vou prometer nada para este ano.
Talvez andar com mais cuidado, olhar mais à minha volta, selecionar melhor os caminhos a percorrer.
Bem, não deixam de ser promessas.
Quero continuar partilhando minhas ideias com vocês, principalmente com aqueles que me visitam espontaneamente e me mandam e-mails cobrando minhas bizarrices.
Vamos que vamos 2009, estreando a grafia nova, sem acento em ideia!