sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Terremoto no Brasil

Fomos surpreendidos com a notícia de tremores de terra no Ceará ocorridos nesta sexta-feira (29) e que atingiram 100 municípios. Há 10 dias, o Estado já havia sido brindado com outro tremor, que atingiu 13 cidades.
De repente ficamos com aquela sensação ruim de que não estamos mais livres da "fúria" (como se não fôssemos os culpados dela) da natureza no Brasil. Agora já podemos disputar com o resto do mundo, ainda que em escala pequena, os tremores, os furacões, etc.
Ainda não temos os terremotos, graças a Deus, mas depois de uma rápida pesquisa pela internet, descobrimos que o Brasil não está livre dos abalos sísmicos.
Pelo contrário, desde a época colonial há registros de tremores.
Alguns até de certo porte, como os de 1955, no Mato Grosso e no Espírito Santo, com 6,6 e 6,3 pontos na escala Richter. E o do Amazonas, em 1983, de 5,5 na escala.
No ano passado foram dois: os de Minas Gerais, (Itacarambi) e o do Rio Grande do Norte (Taboleiro Grande), ambos na faixa de 3 a 3,5 graus na escala Richter. Em 2006 aconteceu um em Goiás e no ano anterior em São Paulo.
E no Sul temos as tempestades tropicais, pequenos furacões que fazem muitos estragos como o de Santa Catarina que matou 8 pessoas.
Em inundações quase somos campeões. Queimadas nem se fala.
Só nos faltam os tufões e nevascas para podermos entrar para o mapa mundial das catástrofes.
Cruzes! Vade retro, satanás!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Cuidado com sua integridade no hospital

Quando você pensa que já viu de tudo nas barberagens de médicos e hospitais, outra bizarrice acontece. Tiraram o útero de uma mulher em Goiás, por engano.
Simples assim, como quando você abre a geladeira e em vez de pegar a caixa de leite, pega uma laranja. Ou uma melancia.
Internada para fazer uma operação de períneo, a cozinheira Dorcelina da Paixão ainda escutou o médico dizer que ela estava sentindo "uma puxada, porque seu útero estava sendo retirado". E nem adiantou ela informar para o médico que sua operação não era aquela.
Como sempre vão investigar o caso, e tentar descobrir de quem é a culpa.
E adianta? Dá para recolocar o útero no lugar de novo?
Na Assembléia mineira tramita um projeto de lei que obriga os hospitais públicos e privados a publicar a relação de índices de infecção hospitalar.
É outro problema. Desde 82, quando Tancredo Neves morreu de tudo, menos da negada infecção hospitalar que pegou no Hospital de Base em Brasília, os hospitais são obrigados a manter as comissões de controle da infecção hospitalar.
Só que como não há qualquer fiscalização, ninguém sabe o que essas comissões estão fazendo, quais seus resultados.
Mas o que a infecção hospitalar tem a ver com o útero retirado de Dorcelina?
Quem sabe aí pela frente, alguém não faz um projeto para que seja feito um "ranking" sobre os erros médicos cometidos em hospitais e clínicas, para divulgação maciça?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A anacrônica "jirad" da Universal

A Igreja Universal promove sua "guerra santa" - que nós ocidentais gostamos de chamar "jihad islâmica", por absoluta falta de conhecimento do termo árabe -, numa anacrônica censura à imprensa.
A liberdade de imprensa está ameaçada, mais uma vez, por um poderoso qualquer, descontente com a exposição de suas entranhas pela mídia. Edir Macedo e seu império de comunicação, capitaneado pela Universal, quis revidar o simples fato de um órgão de imprensa ter feito um levantamento de seus bens.
E o "império contra-atacou" com balas de canhão: lotou a Justiça de ações contra os jornalistas e os jornais.
Sempre defendi a liberdade de imprensa, não incondicionalmente, mas com responsabilidade. Não dá para sair por aí publicando suposições, interpretações alheias amparadas em aspas. Nossa responsabilidade como jornalistas é informar a opinião pública, mas precisamos de confirmação do que nos é entregue como informação.
Levantar bens ou o enriquecimento da Igreja Universal nem precisa de muito esforço. Os magníficos templos estão por aí, ostensivamente, nos melhores endereços de muitas capitais. O crescimento da Rede Record e dos jornais também.
O que não se consegue entender é como a Receita Federal vem sendo olimpicamente ignorada há pelo menos uma década. Essa mesma Receita que costuma fisgar aí umas taínhas em sua malha fina, gente que erra nos cálculos, que se esquece de um recibo alí, outro aqui, que coloca em lugar errado uma declaração.
Mas quando se trata de Edir Macedo e suas moradias magníficas nos Estados Unidos, aí são outros 500. Euros, naturalmente.
Ainda bem que alguém tem um pouco de juízo neste país, como o Supremo Tribunal Federal, que revogou vários artigos da Lei de Imprensa e acabou com a farra de ações dos "fiéis" de Macedo contra os jornais. Só porque estes ousaram falar que a religião da Universal é uma mina de dinheiro.
O Supremo teve juízo para acabar com a "jihad" da Universal e também para começar o enterro de uma das legislações mais ultrapassadas: a Lei de Imprensa e sua fundamentação autoritária, resquício da Ditadura.
Que morra o resto da Lei de Imprensa e que se investigue seriamente Edir Macedo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A culpa é do Fidel

Depois de ontem, quando foi anunciado que Fidel Castro finalmente deixaria de concorrer às eleições presidenciais de Cuba, que aguardo com ansiedade a estréia do filme "A culpa é do Fidel". Vi o triller na semana passada e fiquei curiosa.
Trata da revolta de duas crianças que têm a vida inteiramente mudada por causa da militância política dos pais.
Com o anunciado afastamento de Fidel, me lembrei do filme e me senti triste. Primeiro, pela imagem de um Fidel decadente, cambaleante, frágil, exaustivamente exibida no último ano.
Segundo, pelo que Fidel representou na vida de todos nós. Como no filme.
Fidel foi uma mudança de paradigma em nossas crenças políticas. Ainda que não fôssemos seus adeptos ou seguidores, nunca pudemos deixar de tê-lo como referência.
Necessidade de satisfazer nosso ideário mítico, aquele de que é possível fazer a revolução via povo e colocá-lo no poder. Situação que até Fidel, só havíamos visto na Rússia, portanto muito longe, e nos livros.
O que veio depois é outra história.
O ostracismo (seja desterro político, exclusão de cargo público ou político, ou ato ou efeito de repelir, afastamento) de Fidel derruba o último mito dos três presentes no último século: a queda do muro de Berlim, o esfacelamento da União Soviética e Cuba sem Fidel.
O primeiro foi saudado e festejado por nós. O segundo deixou aquele gosto de sonho interrompido e o terceiro ainda não sei.
Não sei o que estou sentindo, além do estranhamento de ver Fidel fora do jogo, ainda que insistentemente mostrado com um agasalho "jogging".
Estranhamento de ver que Fidel deixou como herança só pálidos modelos como Chávez ou Morales.
O filme "Adeus, Lenin" mostra um pouco desse estranhamento de que falo.
De sentimento real, começa a surgir o medo de não poder usar mais, daqui a algum tempo, em alguma discussão sobre qualidade de vida, as expressões "a saúde em Cuba", "a educação em Cuba"...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Diálogos da Terra em Beagá

Em dezembro, Belo Horizonte entra no circuito internacional das discussões sobre o direito de todos à água de qualidade. Durante pelo menos três dias, a cidade recebe, no Expominas, especialistas e bambambans do assunto no "Diálogos da Terra", programa permanente da ONG Green Cross, que a cada dois anos discute um tema para virar política global.
As informações foram passadas ontem em uma coletiva no Hotel Ibis, pelos presidentes da Green Cross, que promove o evento junto com o governo mineiro, dois secretários de Estado e um deputado federal. Celso Claro, Xavier Guijarro, da entidade nacional e espanhola, respectivamente, Otávio Elísio Alves de Brito, subsecretário de Ensino Superior do governo mineiro, Ilmar Bastos, subsecretário de gestão ambiental e o deputado Nárcio Rodrigues.
Para quem não sabe, a Green Cross é a ONG fundada e presidida por mrs Mikhail Gorbachev, que se aposentou do governo russo tendo em seu currículo o pior acidente nuclear do mundo, em 1986: a explosão de um reator da usina de Chernobyl. Gorbachev, à época, preferiu esconder do mundo e da própria Rússia, as dimensões da catástrofe, o que contribuiu muito para que a contaminação fosse maior.
Mrs Gorbachev é autor do livro "Carta da Terra", que norteia os três eixos principais das ações do Green Cross: a necessidade de manter o mundo em paz; a luta contra a pobreza, que continua a crescer em tempos de globalização intensa; e os problemas relacionados com a preservação do meio ambiente.
Apesar da gênese da entidade, (ou talvez por isso mesmo, afinal o homem sabe do que fala, e que também não tira em nada sua seriedade e méritos), tem só curinga em seu apoiamento, como Maurice Strong - primeiro dirigente do Pnuma - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -, Angelina Jolie e Leonardo Di Caprio, entre outros.
Versões anteriores dos "diálogos", discutiram a reconstrução de Nova Orleans, (Nova Yorque, 2006) e a diversidade cultural, (Barcelona, 2004), que terá continuidade em novo "diálogo" a ser realizado em Valparaíso, Chile, em 2010.
Voltando ao encontro de Belo Horizonte: o tema aqui serão os recursos hídricos por causa da urgência do assunto para a sobrevivência do planeta. Em Minas, Brasil, América Latina, porque é neste pedaço do mundo que estão 26% da água doce à disposição da humanidade.
O grupo prepara os detalhes do encontro que terá ainda o apoio da Câmara de Deputados, que lança em abril, o projeto de mapeamento das bacias hidrográficas do Brasil. No Estado, o "Diálogos da Terra" integra um projeto maior chamado Verde Minas, que pretende implantar 30 centros de educação ambiental e que criou em Frutal, Triângulo Mineiro, o Hidroex - Instituto Unesco de Excelência em Águas, em parceria com esta agência da ONU.
Mineiramente, o espanhol Xavier Guijarro escapou de uma pergunta sobre a transposição do Rio São Francisco, afirmando que o "diálogos" discute temas globais.
Aí tive de dizer a ele da extensão do Velho Chico, que não é chamado de "rio da integração nacional" à-toa.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Guga não merecia

( João Pires )
Que me importa se o Guga está "podre" de rico e nem precisa jogar mais?
Me importa é a forma como ele está sendo obrigado a deixar o tênis, por absoluta falta de condição física.
A despedida dele ontem, no aberto da Bahia (Costa do Sauípe), me fez chorar um bom tempo. E quando a câmera de tv mostrava o público e seu ex-treinador Larri Passos, vi que não era a única emocionada. Também, com fundo musical e tudo, ninguém agüenta.
Mas teria chorado com ou sem fundo musical, quando Guga se despediu, pedindo desculpas à torcida, "por não agüentar mais" e agradecendo ao Larri.
Aquele moço magrinho, com aquele cabelo cacheado como um anjinho barroco, e a cara lavada de lágrimas.
É uma imagem antológica da tv. No final do ano estará nas retrospectivas e depois, provavelmente, em alguma tese de mestrado.
Guga merecia continuar mais tempo no tênis. Merecia sair porque estava "velho", quem sabe lá pelos trinta e poucos anos...

x.x.x.x

Tem-me acontecido perder o sono no meio da noite, com certa freqüência ultimamente, derrubando minha fama de inveterada dorminhoca. E nestes momentos, corro para o computador e vou passear pela internet. É quando descubro os exemplos do "engenho humano", como este do concurso fantasma para gestor de saúde.
É quando tenho também algumas idéias mirabolantes, como a de fazer uma campanha eleitoral inteiramente pela internet, por meio de listas de discussão, orkut, myspace, blog. Já me candidatei uma vez a vereadora de Beagá e volta e meia ainda encontro alguém que me pergunta: "vai voltar não?"
A campanha, matematicamente elaborada (progressão exponencial) seria inédita, criativa e quase sem custo, além de ecologicamente correta.
E nem adianta você copiar a idéia, porque já estou providenciando seu registro em cartório.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Concurso por internet é golpe

E como o assunto do dia são os concursos, descobrimos um novo golpe, ligado aos próprios.
Há na internet, o anúncio de um concurso de alguém chamado Instituto Brasileiro de Concursos e Provas, com salário inicial de R$ 8 mil, com vagas para uma carreira chamada Gestor de Saúde Pleno. Segundo o anúncio, o cargo é para o pólo Sudeste com vagas para Minas, São Paulo, Rio. (http://www.ibcpconcursos.com.br/index.cfm?FuseAction=dsp.concursos_det&ID=18 )
Engraçado que, apesar de ser gestor de saúde, não há exigência para formação nessa área.
Engraçado, de novo, é que a prova é pela internet, na primeira etapa.
Engraçado, mais uma vez, é que a inscrição é paga também pela internet, R$ 99,50.
Triste, é que se configura como mais um golpe para os incautos, a maioria jovens doidos para entrar no mercado de trabalho.
Triste, é que não só a "entidade" (aqui se você quiser encarar como sinônimo de ente do além, também pode) montou uma página completa na internet.
E mais triste ainda: entes sérios, como o Conselho de Psicologia, reproduziram em seus sites, a notícia do concurso.
Para saber sobre o concurso, antes de pagar, visite o fórum, este sim, sério, do PCI Concursos:
(http://www.forumpci.com.br/topico/4323235 )

A rodoviária está nas mãos do MP

Depois que a Câmara municipal cumpriu seu papel de dizer amém à prefeitura de Belo Horizonte, aprovando a transferência da rodoviária para o bairro Calafate, agora está nas mãos do Ministério Público acabar com a farra.
Primeiro, paralisando o processo todo, para que seja tudo investigado. Por exemplo, por que a BHTrans se recusa a fazer o relatório de Impacto de Vizinhança (RIV)?
Segundo, por que a prefeitura pretende construir naquele terreno que não lhe pertence? (O Estado cedeu apenas parte. Há uma grande parcela que é de propriedade particular.)
Terceiro, por que o edital de licitação já estava prontinho, há dois anos?
Quarto, por que, se o problema é desafogar o trânsito na área central da cidade, a transferência se dará para outra área a somente quatro quilômetros da original?
Quinto, sexto, sétimo, oitavo, é de competência do Ministério Público defender o cidadão, neste caso da rodoviária, totalmente vilipendiado pelo poder público.
E para responder às argumentações de que para qualquer lugar aonde a rodoviária fosse, desagradaria à população da região, e que em algum lugar ela tem de ser construída acrescento:
Concordo, mas a diferença é singela: - é preciso deixar as coisas claras, ao alcance de todos os atingidos, sem discursos cretinos e enganosos de melhorias. É preciso que a comunidade tenha o direito mínimo de participar, opinar e, por fim, saber quanto custou ao contribuinte belo - horizontino a aprovação, de afogadilho, do projeto da prefeitura.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A conta de luz mais cara

A consulta pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), sobre a revisão tarifária das contas de luz da Cemig, começa a mobilizar consumidores mineiros. Depois da divulgação de que Minas tem a segunda mais cara conta do país, atrás somente de Mato Grosso do Sul, começamos a nos dar conta (ops, olha o trocadilho!), de que talvez o Weliton Prado realmente tivesse razão.
O deputrado, do PT, passou um ano inteiro falando, na Assembléia, que a Cemig tinha a conta mais cara do país.
Ninguém deu muita bola, afinal política é assim mesmo. O papel do PT é aporrinhar a administração do PSDB e vice-versa, mesmo quando os dois, lá nas "mansardas" dos caciques, resolvem dizer que vão se juntar para a eleição do novo prefeito de Belo Horizonte.
Uma colega contou que a conta de luz da mãe dela foi de R$ 1.000,00 este mês, quando a média mensal não passava dos R$ 300,00.
Alguma coisa tem de estar errada, mas quando a gente vai à Cemig reclamar, eles nos mandam anotar os números do reloginho, voltar lá para ouvir que está tudo certo, que é esta exorbitância mesmo.
Já me aconteceu isto (não com uma conta de mil reais, porque se viesse uma nesse valor iria desligar a casa inteira por pelo menos um mês).
Mas como ainda acho minha conta muito alta, mesmo depois de ter desligado o freezer e comprado uma geladeira nova (a minha já tinha 11 anos) vou mandar o e-mail para a Aneel pedindo que a revisão tarifária da Cemig seja de pelo menos 30%. Afinal com tantos anos de conta alta, já pensou o que deve haver de sobrepreço aí?
Para quem quiser pedir abatimento na conta, como dizia minha mãe, ou pechinchar, mande um e-mail para a agência: ap007_2008@aneel.gov.br

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Bolão de Fubá, sublocação

Dia desses minha colega Karina, ao ler meu blog, diz: "que negócio é este de Canto do Trota? Eeidriaaana, sublocando espaço?"
Pois é, o jornalista Antônio Trotta me mandava uns textos que ele publica lá pelos jornais do Sul de Minas e comecei a publicá-los, até que resolvi sistematizar uma coluna para ele, afinal o compartilhamento do espaço foi proposto por mim desde a "inauguração".
Quem me visitar poderá saborear também as crônicas do Trotta, na coluna da direita.
E hoje, poderá saborear quase literalmente, ao ler o texto "bolão de fubá".
Como também sou bicho de mato, acostumada em roças, deu até para sentir o cheirinho do bolão de fubá e do café coado, que ele descreve em seu texto.
De repente veio a lembrança e a saudade da fazenda de Tia Júlia, para onde íamos, minha mãe, eu, Taís e Robson, em um caminhão de leite que saía da Nestlé de Oliveira. Fazenda chamada Morro Alto, onde tomei um tombo uma certa vez, por estar encarapitada numa cerca de curral e depois de ter os arranhões do joelho curados com iodo por Tia Júlia, ainda levei umas palmadas, "para deixar de dar trabalho".
Fazenda onde, além das "quitandas" do café (biscoito de polvilho, broa de fubá, biscoito quebra-quebra), tinha uma especialidade: o requeijão de raspa.
Impossível esquecer a panela que ela nos dava para raspar, depois do requeijão pronto.
E apesar de o bolo de fubá não ser assado no latão com brasas, como o da avó do Trotta, até hoje é para mim a melhor companhia do requeijão no café da manhã, da tarde ou da noite.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Assine a lista contra a nova rodoviária

Mas não vamos ficar só nas críticas. Hoje os vereadores devem bater o martelo no projeto que autoriza a transferência.
Como os políticos gostam de dizer, o projeto de lei é uma "carta branca" que a Câmara dará ao prefeito Pimentel. No projeto de lei não há nada, mas nada mesmo, garantindo melhorias de acesso, segurança para aquela região.
Mande um e-mail para os vereadores, se você quiser ficar do lado da população da região Oeste. Se quiser protestar, mande um e-mail, pedindo pelo menos mais discussão sobre o projeto de construção.
Para facilitar, anexo modelo do e-mail, que você pode mudar, acrescentando ou não seu nome.
"Sr(a) vereador (a)
Sou contra a construção da rodoviária no Calafate. A população da cidade tem o direito de discutir melhor o tema. Respeite meu voto".
Adriana Gomes


http://www.cmbh.mg.gov.br/index.php?option=com_vereador&Itemid=296

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Nova rodoviária de Beagá IV

Segunda-feira (11) é o dia D para a nova rodoviária. Os vereadores votam, em segundo turno, o projeto da prefeitura que autoriza a transferência para o Calafate.
As manobras começaram antes, por isso não temos muitas esperanças de reversão do quadro.
Mas sugestões, e até mais plausíveis do que a do atual projeto, apareceram, como a do deputado Alencar da Silveira, de construir o terminal no terreno do antigo aeroporto Carlos Prates. O impacto sócio-ambiental seria menor, porque é uma área que está muito próxima do Anel Rodoviário, o que facilitaria o acesso e saída dos ônibus.
Houve ainda outras sugestões como a construção em um terreno da região Norte, possivelmente em Venda Nova, também em um local de vocação mais comercial.
Mas nada foi aceito, porque não está em questão o debate público e sim a imposição burocrática da BHTrans, que só porque tinha a construção da nova rodoviária em seu plano de metas 2002/2004 precisa apresentar mais esta meta cumprida.
Doa a quem doer, diria Collor!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Nova rodoviária de Beagá III

Agora sobre o projeto:
Segundo o Estado de Minas, é uma obra de R$ 50 milhões, que a empresa vencedora da licitação deverá desembolsar para a construção, com a contrapartida de que poderá explorar o espaço por 30 anos.
A área construída de 27 mil metros quadrados é menor do que a da atual rodoviária, mas terá uma flexibilidade nas plataformas de embarque e desembarque, para permitir que não haja superlotação em datas de pico e nem ociosidade no restante do ano.
O negócio não é pouca coisa não: só com as tarifas de embarque o vencedor da licitação poderá arrecadar mais de R$ 350 mil mensais, ainda de acordo com o jornal EM.
O pontapé para as obras é a votação de projeto de lei, na Câmara, que autoriza a transferência da rodoviária para o bairro Calafate. O projeto foi votado em 1º turno no finalzinho do ano passado e a segunda votação está prevista para esta segunda-feira (11) e segundo as avaliações políticas, a aprovação não encontrará dificuldades.
No primeiro turno o projeto recebeu 16 emendas de vereadores, mas para se ter uma idéia do rolo compressor da prefeitura sobre o legislativo, os vereadores aprovaram um requerimento que dispensa a discussão do projeto e das emendas, ou seja, os distintos edis vão direto à votação.

Comportamento dos vereadores
E nesse "imbróglio" todo, o comportamento dos vereadores é estranhíssimo, afinal pelo menos cinco deles têm votos na região Oeste e Noroeste, que sofrerão os impactos da rodoviária. Maria Lúcia Scarpelli, que mora no Prado, Luzia Ferreira, que foi administradora da Regional Oeste, Preto, que mora no Grajaú, Neuzinha Santos que atuou na Noroeste e Neila Batista que foi administradora da Noroeste, cuja sede era na Rua Santa Quitéria, logo depois da Via Expressa, perto do Conjunto Santos Dumont.
Desses, só Preto é contra a construção e tem se movimentado para impedir que ela aconteça. As outras são do PT e PPS, seu aliado.
E os vereadores que têm compromisso com a população da cidade como um todo e não só com este ou aquele bairro, só dizem amém.
Até quando os políticos, principalmente os dos legislativos, vão ignorar que foram colocados no poder para defender quem votou neles e não para dizer sim ao prefeito, ou ao governador, ou ao presidente, diante dos compromissos desses com empreiteiras, bancos e indústrias?
A população da região Oeste não quer a rodoviária lá, porque sabe que o trânsito que já é caótico nas horas de pico, devido à presença da PUC, e ao acesso a Contagem ficará impraticável.
Porque sabe que a segurança, que já é uma das mais frágeis de Belo Horizonte (o Padre Eustáquio é o bairro com o maior índice de roubo de carros), ficará ainda pior.
Porque sabe, enfim, que para a região serão atraídos ladrões, assaltantes, marginais de toda espécie e desocupados, degradando completamente o ambiente essencialmente familiar da região da Via Expressa.
Se o motivo da transferência da rodoviária é o esgotamento da capacidade da atual, por que não se optou por desmembrá-la em mais uma unidade, construída em um local de vocação exclusivamente comercial?
Por que levar a rodoviária para uma área inteiramente vocacionada para residência familiar?
Continuo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Nova rodoviária de Beagá II

Mas o que eu tenho a ver com a construção da nova rodoviária no Calafate, se nem moro lá?
Pois morava e me mudei, assim que começaram as notícias mais concretas sobre a obra. Como tenho uma amiga que trabalha na Sudecap (a autarquia da prefeitura de Beagá que cuida de obras na cidade) que me disse que o projeto estava pronto, isto em 2005, tratei de vender meu apartamento e me mudar.
Não quis me arriscar achando que o movimento da população iria reverter o quadro, como apostou meu irmão que mora do outro lado da Via Expressa, no Padre Eustáquio e agora está apavorado.
Pela segunda vez fui varrida de um bairro onde morei mais de 10 anos, pela construção de uma obra muito impactante, não só para o trânsito, mas para a segurança e qualidade de vida.
A primeira vez foi quando da construção do Ceresp da Gameleira. Morava no Conjunto Henricão, um local que apesar de simples, foi ótimo para a criação da minha filha, com seus amplos espaços, árvores e muita criança.
Assim que começaram os boatos sobre a construção de uma unidade da Febem (que depois foi extinta) ou de um presídio, tratei de mudar, depois de ter morado no conjunto 15
anos.
Não nasci ontem e, portanto, não acredito no discurso oficial de que o "lugar vai ficar mais seguro".
Pois, menos de um mês depois da inauguração do Ceresp, houve uma fuga de presos, que foram se esconder adivinhem aonde? Isso mesmo, lá no Henricão.
Com as primeiras notícias da construção da nova rodoviária, não esperei dois tempos e me mudei.
Todas as iniciativas de saber o que se passava - já que volta e meia algum jornal dava a informação em destaque -, foram das associaões de bairros locais.
Nunca, mas nunca mesmo, a prefeitura tomou a iniciativa de fazer as "famosas audiências públicas", exigidas em diversas legislações, incluindo aí o Plano Diretor de Belo Horizonte, quando da construção de obras de grande impacto social.
Todos os encontros ocorridos até agora foram iniciativa das associações do Prado e Calafate e do Coração Eucarístico, como a manifestação na praça da Via Expressa, para o recolhimento de assinaturas contra a obra.
Mas o prefeito Pimentel, fechado em seu gabinete de ar refrigerado, ou resguardado do trânsito caótico da Via Expressa, do ar poluído e do barulho, em sua mansão arborizada, oficial, da Pampulha, faz ouvidos moucos.
Afinal uma das grandes aquisições da política moderna, sejam os governantes dessa ou daquela tendência, é assumí-los (os ouvidos moucos), logo no primeiro dia de seus mandatos.
No fim das contas, esse negócio de "povo" é muito "chato mesmo", quando somos nós que estamos no poder.
E o projeto está sendo tocado, a ferro e a fogo, como disse ontem, porque os interesses são muitos. Ou muito grandes.
Basta conferir as informações passadas pela BHTrans, sobre o edital de licitação "que já está pronto" há muito tempo, aguardando só a prefeitura dar o sinal verde.
É ou não é um caso para ser pensado? Afinal qual governo tem tanta certeza de aprovar um projeto em todas as instâncias (ambientais e no legislativo), a ponto de deixar pronto o edital, dois anos antes de o projeto ir à Câmara municipal e ao conhecimento da população?
Continuo.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Nova rodoviária de Beagá I

Como fiquei fora de Belo Horizonte boa parte de janeiro, acabei me descuidando de um assunto que já havia me prometido abordar desde dezembro passado: a construção, a ferro e fogo, da nova rodoviária no bairro Calafate.
Submetida à administração de Fernando Pimentel - uma das mais autoritárias que já vi na história de muitos governos, incluindo os militares -, dá vergonha de um dia ter sido petista de coração. Ter votado no partido, desde quando ele era apenas um sonho nosso de mudar as coisas neste país. De ter enfrentado cachorro pastor alemão da PM, para correr praça Afonso Arinos abaixo, em uma das inúmeras manifestações de estudantes no local. De ter tomado chuva grossa, enrolada, feliz, numa bandeira vermelha, na praça da Estação, só para ouvir Lula discursar em sua primeira campanha à presidência.
Tudo bem, eu não fui a única a acreditar no discurso de democracia, de transparência, de ética que se pregava à época. Apesar de ter sobrado alguma coisa de bom daqueles princípios - tanto no sentido de primórdios, como no de conjunto de regras morais -, o que sobra hoje no PT é arrogância, despreparo (gosto de pensar que é este o motivo para o uso abusivo dos cartões corporativos), estalinismo.
E Fernando Pimentel, o prefeito de Beagá, é um dos exemplos mais gritantes.
Nem vou relembrar a fundo outras situações de "sua gestão iluminista", citando apenas a frustrada tentativa de fechar o Mercado Santa Tereza, que a população do local não deixou.
Vou abordar somente a construção da rodoviária no bairro Calafate, que mesmo com a população de pelo menos quatro bairros da região (Calafate, Prado, Padre Eustáquio, Coração Eucarísitico)contrária, Pimentel garante que sai assim mesmo, que a construção é "irreversível".
Daí que é preciso investigar o que está por trás desse "irreversível", porque outras soluções existem e já foram apresentadas, todas rechaçadas pelo prefeito e seu estafe da BHTrans.
Por que será? Será outra "obra de empreiteira", como o Raul Paixão chamou a transposição do Rio São Francisco? (Veja postagem de 12 de dezembro de 2007).
Como é uma obra de R$ 50 milhões e quem ganhar a concessão poderá explorar o espaço por 30 anos...
E como é ano de campanha eleitoral no município...
Continuo amanhã.