domingo, 5 de outubro de 2008

A eleição volúvel

O que acontece com o eleitor de Belo Horizonte? Em menos de dois meses ele optou por três candidatos para prefeito. Com perfis inteiramente distintos, com ideologias desde a "bem esquerda" até a direita completa. É o eleitorado volúvel, de escolhas voláteis.
O eleitor belo horizontino está dando um banho nos analistas políticos: não dá para classificar esta movimentação ora para um, ora para outro candidato.
Nem matematicamente dá para entender, afinal os números de indecisos, brancos e nulos não cobrem as oscilações bruscas.
Parece até o clima da cidade, que de repente deu para despejar granizo de bom tamanho sobre nossas cabeças.
E agora, quase ao final da votação, é certo que haverá segundo turno (depois digo se queimei ou não a língua).
E o belo horizontino que começou a campanha roxo pela Jô Moraes, virou fã de carteirinha de Márcio Lacerda, de repente e espetacularmente; e no finalzinho caiu de amores por Leonardo Quintão.
Não dá para entender, afinal o morador da cidade aprova a gestão de Pimentel, com índices elevados de credibilidade. Aprovou também a aliança formada pelo prefeito e o governador e deu mostras disso, com a estrondosa subida do candidato deles. Mas no final da campanha começou a debandar para Quintão, seduzido pelo bom mocismo e carinha bonitinha do candidato.
Parece que a população de Beagá não tem aprendido lições recentes: bom mocinho e estampa levaram o Collor à presidência e todo mundo sabe no que deu.
Ou não. Há um eleitorado muito jovem e outro muito desinformado. Collor é coisa de um passado que já pode estar esquecido nas gavetas.
E o que se avizinha para Belo Horizonte é a possibilidade de uma gestão retrógrada, depois de 16 anos de governos populares e progressistas.
Pior, mais do que o histórico do PMDB, o grande temor é o engodo popular diante da construção de uma imagem falsa do seu candidato.
A população pode ter um choque ao acordar depois do segundo turno e descobrir que seu príncipe não passa de um sapo!
Do outro lado, a aliança. A intenção pode ter sido boa, mas o produto mostrou-se muito ruim.
Vamos ver se os marqueteiros conseguem ajeitar as coisas para o segundo turno. Duvido.
Para nós, eleitores que pensamos, que refletimos, infelizmente a coisa está perdida.
E a propaganda do TSE tem razão: quatro anos é muito tempo.

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