terça-feira, 7 de outubro de 2008

A desconstrução da "aliança"

Estou doida para ver como será o segundo turno de campanha em Beagá. O que irá para a tv. O Lacerda está prometendo uma reviravolta. Mas como ele vai fazer isso? Não sei como alguém conseguirá transformá-lo de "picolé de xuxu" em um algodão doce colorido. Acho uma missão impossível.
O Quintão, tá na cara, vai continuar com o Jeca Tatu, afinal deu certo. E quando o povo cai de amores por um personagem, não tem jeito. Os exemplos recentes são o Alemão, a Grazzi, ambos do big brother, ou o Foguinho, de uma novela aí, ou ainda a viúva Porcina, tão antiga, mas até hoje lembrada.
Os personagens marcam o público de tal forma, que não há nada que os desmistifiquem. Na política, não podemos esquecer o "Lulinha paz e amor", que levou finalmente, o ex-sapo barbudo ao paraíso.
Mas a campanha do Lacerda não fez água só porque ele é muito ruim de tv.
Aos poucos a gente vai sabendo do massacre que foi a "construção" da aliança: imposições do governador sobre segmentos do serviço público mais suscetíveis a hierarquias e disciplinas.
Pressão sobre partidos menores, alguns de cor bem definida: tiveram suas cúpulas "compradas", para não lançarem candidatos. Outros, quando as cúpulas não conseguiram desestimular o renitente, deixaram seu candidato praticamente sozinho, só com apoios de senadores externos.
E no próprio partido concorrente do Lacerda, a pressão para que um determinado candidato não emplacasse, porque ele tinha um "perfil" mais à esquerda, que poderia concorrer na mesma raia do candidato do prefeito e do governador.
Quem teve esta brilhante idéia para minimizar o PMDB deve estar se remoendo agora e lamentando eternamente não ter deixado o outro concorrer, que para quem conhece, sabe que não tem o apelo popular do Quintão. E para quem não sabe do que estou falando é só rever as notícias que antecederam a preparação das chapas.
Tanta imposição, tanta arrogância, tanta prepotência tinham que desaguar em rebelião, afinal ali na urna, o voto é seu e somente seu.
Voltando ao Quintão. Esse crescimento me lembra muito o fenômeno Collor.
Entrou pequeno, inexpressivo e caiu no gosto popular. Virou herói. Mocinho de cara bonita e discurso populista, apelativo.
E os políticos protagonizaram a maior revoada partidária que se tem notícia. Todo mundo foi para o PRN, que na verdade continuou desconhecido. O partido era o Collor, tanto que o político que o seguia era o "collorido".
E deu no que deu.
Os afoitos por apoiar o Quintão deveriam se lembrar disso.
E eu torço para queimar a língua, se o Leonardo Quintão for eleito.
E não defendo também o apoio ao Lacerda. Cruz credo.
Mas também concedo a ele o benefício da dúvida.
Minha opção é pelo voto nulo: é legítimo, é das regras do jogo, tanto quanto o voto útil, que alguns se preparam para fazer agora no segundo turno.

6 comentários:

Anônimo disse...

Concordo com você. Vou ser obrigado a votar nulo no segundo turno, pois não concordo em dar meu voto para nenhum dos dois candidatos. Aliás, se eu não fosse obrigado, nem iria votar no segundo turno.

flavia disse...

a situação tá triste mesmo...

Anônimo disse...

Anônimo disse...
Meu principal comentário, hoje, é de críticas ao nosso principal jornal, que vou deixar de citar o nome, pois todos sabemos qual é. Ô jornalzinho sem-vergonha e comprado... Sem comentários... Venho observando a cobertura de um dos concorrentes, também de nome composto, há um tempo e acho que consegue ser um pouco mais analítica. Mesmo assim, para o leitor mineiro se sentir menos idiota, precisa dar uma lida sempre no JB, no Valor Econômico, na Folha de São Paulo, no Globo (alô, alô, tem de graça no site da Assembléia de Minas pra quem quiser ler, hein!), para ver que a derrota (que, quando é mencionada rapidamente nos jornais mineiros, recai apenas sobre o Pimentel) maior é do Aécio, que está até agora com o caroço de azeitona entalado na garganta.
Só para dar um exemplo concreto de como a imprensa mineira no geral deturpa e nos dá uma visão míope do processo. Em entrevistas nos jornais de fora de hoje, o governador mineiro que mora no Rio, como diz o JB, tenta diminuir o tom de derrota pessoal - ele afirma que continua no páreo e bem na fita, tanto que os dois candidatos que foram pro segundo turno o apóiam. Nos jornais da Serra do Curral, essa fala é inexistente; ao contrário, só há o reforço que ele faz que vai investir na campanha do candidato dele. Isso me incomoda profundamente na imprensa mineira; essa visão cega. O que é isso, haja dinheiro pra comprar tantas páginas. Todos os dias temos exemplos assim. Basta ler para ver.
Fora esse enfoque maior que deve ser dado em relação ao governador, pessoalmente acredito que o prefeito foi uma decepção. Sua gana pelo poder queimou seu filme com muita gente que o apoiava e votaria nele com certeza em 2010. Foi com tanta sede ao pote que acabou se dando mal. E não é que macaco velho também precisa aprender as lições da vida? Que esses dois fiquem mais humildes e aprendam a tratar o eleitor com o respeito que merece. Eleitor não é que nem jornal mineiro não, viu, Pimentécio?

Sarah

11:32

Salazar disse...

Olá Adriana!!!

Tenho lido suas ótimas postagens. Porém, minha "timidez escritural" (será que posso usar esta expressão?) me deixa inseguro em postar um cometário.
Hj, resolvi vencê-la e aí vai meu comentário.
Na política, no sv público, no futebol, na televisão, ..., na vida, nem sempre o melhor vence.
O que vale são os arranjos, os interesses de quem está no poder e de quem o sustenta, da mídia bem paga, dentre outros.
Neste momento, gostaria de ser eleitor da cidade do RJ. Aqui me sinto NULO.

Anônimo disse...

Salazaaar!
Qto tempo!
Concordo com sua análise. Póparar (é assim que o Quintão inventou de falar ultimamente) com essa frescura de timidez!
E por falar em Rio,onde mora o governador de Minas, gostei mesmo foi do Gabeira de toalha rosa choque.
Não só pela cor,mas também pelo local onde ela se sustentava (logo abaixo dos seios).
É por isso que eu gosto dele: não finge ser o que não é.
Abs

Anônimo disse...

Ei Adriana!

A equipe da campanha do Lacerda esqueceu de um pequeno detalhe nas eleições: O voto!

Abs

Daniel