segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

As gavetas da alma

Enquanto não volto a trabalhar vou botando a casa em ordem. A interna e a externa.
A interna vai sendo alimentada com boas leituras e filmes.
A externa passa por uma limpeza completa: dedetização, lavagem, arrumação de louças e gavetas.
Me espanto com o tanto de papel que jogo fora hoje: um saco de lixo de 50 quilos, só das gavetas do meu quarto. Amanhã passo para as gavetas de roupas e o quarto do computador. E assim ao longo da semana até chegar na sala, que parece ser o único local que não tem nada guardado.
Fico pensando na nossa mania de engavetar as coisas. Na nossa mania de compartimentar a vida.
É endereço, pedaço de papel de tudo quanto é tipo, cartões de visita, folhetos de lojas, catálogos, papel de presente, tudo que a gente nunca usa.
Acho que temos dificuldade de nos desfazermos das coisas. Talvez resquício de um medo atávico de olhar em volta e nos vermos sozinhos, sem nada, na escura caverna dos tempos imemoriais. Nus.
Vamos juntando bugigangas no esforço cotidiano de construir nossa história pessoal e familiar.
E quando assustamos, esta história está vazando pelas gavetas.
É hora de renovar e de deixar algumas lembranças somente na alma e no coração.

2 comentários:

APPedrosa disse...

Eu fiz esse processo de limpeza há algum tempo e já estou precisando fazer de novo. Tenho a firme convicção de que papel brota. Não é possível que eu consiga juntar tanta coisa inútil em tão pouco tempo.
Beijo

Anônimo disse...

Fiz esse processo esta semana em minha bolsa... achei cada coisa!!!! rs
De vez em quando me pego fazendo este tipo de limpeza. Jogo muita coisa fora e guardo outras. O engraçado é que na próxima limpeza acabo jogando aquele que ficou na última. rs Só eu mesma!!!! kkkkk
bjs Camila