terça-feira, 30 de setembro de 2008

Para Carlos Eduardo Oliveira

O que dizer a uma pessoa que deixa um recado desesperado em seu blog?
Que tenha fé? Que tenha perseverança? Que entregue tudo nas mãos de Deus?
Ainda assim será pouco para quem está num momento de aflição e desesperança completas.
Mais uma vez o descuido em hospital provoca vítimas.
A pergunta volta a ser: por que os hospitais não são obrigados a divulgar para a população seus índices de contaminação hospitalar?
Não é suficiente ter uma lei que obriga o comunicado à Anvisa. Quem fiscaliza?
Em umas postagens de junho ou julho do ano passado contei o caso de minha mãe, que internada no dito "melhor hospital" de Belo Horizonte, por causa de uma dor nas costas, acabou submetida a uma via crucis de 22 dias na UTI, traqueostomizada, dializada (diálise) e ligada a todos os dantescos aparelhos desses centros.
E houve ainda os casos das mães do Trota, da Luciene, da avó do Jader.
E agora a mãe do Carlos Eduardo. E também a mãe dos nossos colegas Márcio e Marcelo Metzker.
Até quando vamos ficar inertes vendo nossos parentes serem submetidos a essas torturas?
Mais do que nunca compartilho da opinião de uma médica da Anvisa, que tem um artigo sobre a desumanização da medicina. Sobre a inutilidade da tecnologia, frente à inexorabilidade de algumas moléstias. Ou frente à asséptica máquina que lhe esconde o contato com o médico.
Peço a Deus que Carlos Eduardo Oliveira - que em uma sexta-feira (12) deixou um apelo para que rezássemos para a mãe dele - , tenha encontrado um pouco de consolo para sua dor e seu assombramento.
E que este país volte a se mobilizar por uma mudança nesses procedimentos hospitalares, que transformam seres humanos em farrapos, reféns de máquinas torpes.

Nenhum comentário: