Do Congresso de Comunicação Pública mesmo, o melhor foram as abordagens sobre web 2.0, a mídia social. O enfoque dessa vez foi seu uso na comunicação pública.
Tenho sido recorrente, aqui neste pequeno espaço, sobre a importância do fato (30 e 31/5 e 2/6). Mas o serviço público ainda não acordou para a nova onda, que é definitiva, da internet colaborativa pela sociedade. O setor privado já se adaptou há muito e já usa o jornalismo colaborativo e outros meios de interação com a comunidade, basta passear pelos portais do Terra, da Globo, Uol, entre outros.
Mas o setor público continua aferrado a engrenagens burocráticas, usando a internet como usava e ainda usa o memorando, o carimbo, o ofício.
É muito difícil quebrar 500 anos de estruturas arcaicas, quando não há mentes abertas nos comandos. Além do mais, a democracia que advém dessas práticas é temerosa para alguns, afinal a crítica, a divergência, a inteligência, incomodam os medíocres.
Voz solitária no serviço público é o Ministério da Cultura, que tem um site com várias ferramentas da Web 2.0, como fóruns e blogs.
A grande maioria é uma vasta internet modelo "imprensa oficial".
O grande problema do setor público é abrir mão de parte do controle da informação, condição básica para que se dê a interatividade com o cidadão, e, conseqüentemente, se democratize a informação.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
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3 comentários:
Concordo plenamente com você. A comunicação no serviço público corre o risco de perder o bonde da História se não embarcar na onda da web 2.0. Temos conteúdo de boa qualidade, com muita informação e prestação de serviço, mas falta interatividade.
É que interatividade é um conceito assustador: pressupõe ouvir o que o outro tem a dizer, estar aberto a receber críticas, elogios, sugestões. Muitas vezes, a prestação de serviços é um disfarce desse distanciamento e funciona como uma pretensa ponte entre quem fala e quem recebe...
Pois é, Adriana. Desde o ano passado, quando eu e a Daniela Santiago participamos deste congresso, voltamos com esta idéia da Web 2.0 na cabeça e conversamos com algumas pessoas aqui. Também acho que o problema é este: resistência à interatividade.
Em São Paulo, conversamos depois com os palestrantes que concordaram que o mais difícil é vencer o argumento técnico de que "a segurança do site ficará comprometida"...
Quem sabe quando nossa internet for reformulada, nós teremos espaço para esta interatividade? Não custa nada tentar, né?
[]s,
Aline
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