terça-feira, 30 de setembro de 2008

Para Carlos Eduardo Oliveira

O que dizer a uma pessoa que deixa um recado desesperado em seu blog?
Que tenha fé? Que tenha perseverança? Que entregue tudo nas mãos de Deus?
Ainda assim será pouco para quem está num momento de aflição e desesperança completas.
Mais uma vez o descuido em hospital provoca vítimas.
A pergunta volta a ser: por que os hospitais não são obrigados a divulgar para a população seus índices de contaminação hospitalar?
Não é suficiente ter uma lei que obriga o comunicado à Anvisa. Quem fiscaliza?
Em umas postagens de junho ou julho do ano passado contei o caso de minha mãe, que internada no dito "melhor hospital" de Belo Horizonte, por causa de uma dor nas costas, acabou submetida a uma via crucis de 22 dias na UTI, traqueostomizada, dializada (diálise) e ligada a todos os dantescos aparelhos desses centros.
E houve ainda os casos das mães do Trota, da Luciene, da avó do Jader.
E agora a mãe do Carlos Eduardo. E também a mãe dos nossos colegas Márcio e Marcelo Metzker.
Até quando vamos ficar inertes vendo nossos parentes serem submetidos a essas torturas?
Mais do que nunca compartilho da opinião de uma médica da Anvisa, que tem um artigo sobre a desumanização da medicina. Sobre a inutilidade da tecnologia, frente à inexorabilidade de algumas moléstias. Ou frente à asséptica máquina que lhe esconde o contato com o médico.
Peço a Deus que Carlos Eduardo Oliveira - que em uma sexta-feira (12) deixou um apelo para que rezássemos para a mãe dele - , tenha encontrado um pouco de consolo para sua dor e seu assombramento.
E que este país volte a se mobilizar por uma mudança nesses procedimentos hospitalares, que transformam seres humanos em farrapos, reféns de máquinas torpes.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Começa a mudança ortográfica

O Lula assina hoje o decreto da mudança ortográfica, para marcar o centenário de morte do Machado de Assis.
O decreto é resultado do acordo ortográfico da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e vai atazanar um pouquinho mais a vida da gente, principalmente para quem já passou por duas mudanças.
Mas se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, vamos unificar a língua de Camões. E de Machado de Assis, de Lualdino Vieira (angolano), de Mia Couto (Moçambique).
Vamos perder o trema, vamos perder os acentos de alguns paroxítonos terminados em ditongos abertos, vamos mudar o hífen de lugar, e máximo do máximo, vamos oficializar o K,Y, W.
Só precisamos agora ensinar a ler e escrever nossos alunos de 9, 10 anos, que estão nas séries finais do antigo ensino primário e mal, mal desenham o nome e tartamudeiam algumas palavras.
Veja mais:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u448829.shtml

domingo, 28 de setembro de 2008

Os olhos azuis de Paul Newman

O mundo girou e eu estive fora do ar.
E num desses giros, foi-se embora Paul Newman.
Amei Paul Newman como ator, como estampa, como ídolo. Os olhos azuis mais infinitos.
Paul Newman em Butch Cassidy é pura alegria, andando naquela bicicleta ao som de "Raindrops keep falling on my head". O filme de 69 tinha ainda Robert Redford, no papel do outro personagem-título, Sundance Kid
E quando a gente pensava que não haveria uma música mais parecida com o personagem ou com o próprio ator, vem o Golpe de Mestre, e novamente uma música a cara do Paul Newman.
E a trilha sonora fica interminavelmente na cabeça da gente, na lembrança de Paul Newman contando aquele dinheirão.
E tem ainda filmes inesquecíveis como Gata em teto de zinco, A cor do dinheiro, de Martin Scorcese, Rebeldia indomável e Doce pássaro da juventude.
Pois agora ele se foi, como tantos outros que marcaram uma época do cinema em que a sutileza e a inteligência eram mais importantes do que as armas estratosféricas, o sangue jorrando fácil e os corpos despedaçados. Ahhrrcc!
Aguardo uma maratona Paul Newman na tv, se houver sensibilidade suficiente dos programadores.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Para dar um up no site

Minhas viagens pela web me deixam cada dia mais angustiada.
Estou com uma sensação muito forte de que estou perdendo o bonde da história.
A mudança tecnológica é muito rápida para poder acompanhar.
Fui procurar a definição de alguns termos que aparecem vez ou outra em textos na internet e caí em sites e mais sites especializados.
Por isso, agora estou com a obrigação de dar um up neste pequeno espaço de planeta que se chama Ondepublicar, só porque fui querer saber o que é SEO.
Prometo a mim mesma começar pelo que me compete fazer: dar um "tcham" nos títulos, para que eles melhorem minha posição nos buscadores, como Google.
Quanto aos outros passos do SEO, não posso fazer nada, já que a parte técnica aqui do pedaço é pronta, no formato todinho do blogspot, onde me hospedo.
E nessas andanças por aí, descobri algumas coisas que recomendo:
Para quem gosta de esportes, há um site bacana, feito por uma empresa chamada Bnary de Uberaba:
http://www.newsport.com.br/
E para quem gosta do ciberespaço, ótimos artigos podem ser encontrados no
http://imasters.uol.com.br/

terça-feira, 23 de setembro de 2008

MMX, a batalha final

E para quem acha que a MMX está fazendo com o mineroduto Minas Rio uma casa de mãe joana, em Conceição do Mato Dentro (apesar de quase), a turma do contra está mobilizadíssima.
Para ancorar o contra ao projeto, com ações judiciais, os grupos ambientalistas acionaram o Ministério Público de Conceição e do Serro.
Agora é aguardar a decisão do Copam em Diamantina, dia 29 próximo, quando será analisado o parecer técnico.
Sobre a votação da LP, a mobilização será em São Gonçalo do Rio Abaixo, dia 9 de outubro.
Aguardo notícias.

A voz do povo

Não sou eu que digo, é o povo:

"Mais de 70% da população brasileira quer jornalista com diploma
A pesquisa de opinião nacional CNT/Sensus, divulgada hoje (22), em Brasília, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), registra que a grande maioria da população brasileira é a favor da exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Dos dois mil entrevistados em todo Brasil, 74,3% se disseram a favor do diploma, 13,9% contra e 11,7% não souberam ou não responderam.
Os dados foram muito comemorados pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e pelos sindicatos de jornalistas. Para o presidente da FENAJ, Sergio Murillo de Andrade, este é melhor apoio que a campanha poderia obter e o resultado da pesquisa renova as forças dos que estão lutando pela regulamentação profissional. "Esses números da pesquisa CNT/Sensus mostram que a população brasileira tem a real dimensão da importância do jornalismo para o País e que quer receber informações de qualidade, apuradas por jornalistas formados".
Murillo afirmou, também, que esses dados ficam ainda mais importantes com a proximidade da votação da exigência do diploma pelo STF e espera que ministros percebam o desejo da sociedade. "O STF tem a chance de mostrar à população que anda junto com seus anseios, reconhecendo que jornalismo precisa ser feito por profissionais com formação teórica, técnica e ética e que o jornalismo independente e plural é condição indispensável para a verdadeira democracia".
A Pesquisa CNT/Sensus quis saber, também, o que a população acha da criação do Conselho Federal dos Jornalistas. Para a pergunta: o sr. (a) acha que deveria ou não deveria ser criado um Conselho Federal dos Jornalistas, para a regulamentação do exercício da profissão no País – como as OAB's para os Advogados e os CREA's para os Engenheiros, o resultado foi que 74,8 % acham que o Conselho deveria ser criado, 8,3% que não deveria ser criado, para 6,5% depende e 10,4% não sabem ou não responderam.
A última pergunta relacionada ao tema foi sobre a credibilidade das notícias. Parte dos entrevistados, 42,7%, disseram que acreditam nas notícias que lêem, ouvem ou assistem, 12,2% que não acreditam, 41,6% que acreditam parcialmente e 3,5% não sabem ou não responderam.
A Pesquisa foi realizada de 15 a 19 de setembro, com dois mil questionários aplicados em cinco regiões brasileiras e 24 estados, com sorteio aleatório de 136 municípios pelo método da Probabilidade Proporcional ao Tamanho – PPT. A margem de erro é de mais ou menos 3%."


Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
Av. Álvares Cabral, 400, Centro
(31) 3224-5011
E-mail: eventos@sjpmg.org.br
Site: www.jornalistasdeminas.org.br

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Os ministros contra os jornalistas

Definitivamente o ministério de Lula declarou guerra aos jornalistas.
Não se passa um dia sem que um deles saia com uma declaração estapafúrdia qualquer para atingir o livre exercício da profissão, e, conseqüentemente, da liberdade.
O herói do dia foi o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que ao invés de se preocupar com a arapongagem generalizada, descabida e institucionalizada, vem dar pitaco na profissão dos jornalistas.
Quer o douto cidadão que a Constituição Federal seja mudada para que o jornalista seja obrigado a informar o nome de suas fontes.
Um dos preceitos mais básicos, mais caros ao jornalismo, que permite a denúncia de esquemas e mais esquemas espúrios, o anonimato da fonte agora está na berlinda.
Sim, porque quando alguém do quilate de Jobim (quilate aqui entendido pela posição que ocupa na plutocracia lulista) pede o seu fim, aí tem coisa.
E tem coisa grossa, orquestrada por setores incomodados com a liberdade da imprensa, que por meio de denúncias de escândalos e mais escândalos vem obrigando os poderes (os três), a uma nova postura ética, exigência que é da sociedade, apenas traduzida pelos jornalistas.
Jobim talvez tenha se esquecido que o anonimato da fonte foi responsável pelo deslindamento de um dos escândalos políticos mais sérios do mundo, o Watergate, e pela conseqüente renúncia de Nixon. Só para falar num bem grande, que não dá para ninguém esquecer.
O receituário político brasileiro está coalhado de outros exemplos.
Dá para juntar Fernando Haddad, da Educação, Jobim, da Defesa e para assessorá-los, Vanucchi, dos Direitos Humanos (este só culpou os jornalistas pelas besteiras que falou) e fazer um campeonato de a "maior língua do mundo".
Enquanto isso, os resultados de suas respectivas pastas estão aí, clamando por mais ação e menos falação.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

E o ladrão chamou a polícia!

E aconteceu mesmo, não é piada: o ladrão chamou a polícia.
Foi hilário ouvir e ver a transcrição da gravação que a polícia de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, fez do telefonema do ladrão.
"Seguinte: vou ser bem sincero contigo. Eu roubei um carro agora. Peguei o carro e tinha uma criança dentro, cara. Não vi, entendeu, não vi. Peguei o carro e botei atrás do Enave, tá? Então tu manda uma viatura lá e manda o pai dele pegar ele e levar pra casa. Um piazinho, tá?"
E o ladrão deu outras informações, como o modelo do carro.
E ainda mandou a polícia avisar para o pai irresponsável, que na verdade era o padrasto e estava bebendo num bar, junto com a mãe do garoto, que o mataria, caso pegasse o carro de novo e encontrasse o piá dormindo lá dentro.
Ladrão solidário. Ladrão cidadão.
Este país não é o máximo?

Um vídeo premiado

Volto ao computador, pela madrugada, já que o sono não vem.
Bem feito, quem manda dormir à tardinha!
Mas foi bom ter vindo.
Encontro, no meu e-mail, uma mensagem da Dorinha Alvarenga contando que o vídeo "Conceição: guarde nos olhos" está entre os selecionados da 8ª Mostra Internacional de Vídeos de Montanha, que acontecerá no Rio de Janeiro.
Mesmo que não fique entre os primeiros colocados, só a seleção já é um prêmio.
Já é um prêmio também pelo fato de mostrar, como diz a Dorinha, para pessoas do mundo todo, a luta para salvar a Serra da Ferrugem, ou Serra do Sapo, em Conceição do Mato Dentro.
Luta de Davi contra Golias, davis todos aqueles que enfrentam a MMX, golias do "Eike Destruísta" (adorei o apelido, por isso vou adotar daqui para frente).
A professora Dorinha é arquiteta e atua na área de ecoempreendimentos. E dá muita dor de cabeça a alguns tubarões por aí. Bem feito para eles!
Me encontrei com ela em algum evento de meio ambiente na Assembléia, não lembro qual e ela me passou um CD com um outro vídeo chamado Dança, que também está no Youtube.
Para quem quiser ver o vídeo agora selecionado aí vai o link:

http://br.youtube.com/watch?v=kLxQjBsvQdo

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O ministro boca larga e os jornalistas

Um governo que tem ministros como os que o Lula tem não precisa de inimigos.
Primeiro vem um na tv, dá uma entrevista pedindo a revisão da Lei de Anistia, para punir os torturadores, anistiados junto com os torturados. Claro que depois, quando viu o tamanho da crise institucional envolvendo as Forças Armadas, desmentiu tudo. "Foi a imprensa que distorceu", óbvio, a culpa é sempre do jornalista.
Agora vem o da Educação, Fernando Haddad e diz que vai formar uma comissão para estudar o fim do diploma para o exercício do jornalismo.
Ô santa ignorância! Ô inocente útil!
Pois a declaração do ministro estampou uma das principais páginas da Folha de São Paulo hoje, exatamente no dia em que o Supremo Tribunal Federal iria analisar a ação que começou na justiça paulista, com uma destrambelhada de uma juíza de primeira instância ajuizando a favor de um camarada que queria ser jornalista sem ter passado pelo curso correspondente.
Aliás, vou trocar "correspondente", por "curso de formação", já que a coisa está tão bagunçada que já tem gente querendo fazer jornalismo por correspondência, em três meses.
Pois o Haddad foi mais infeliz ainda, disse que era a favor de se "flexibilizar" as exigências da profissão de jornalista. "Outros profissionais podem exercer o jornalismo, desde que passem por uma preparação".
Que preparação, ô ministro?
Um cursinho Madureza?
Por que não flexibilizar a profissão de engenheiro, médico, advogado, sociólogo, professor, dentista, arquiteto, só para citar as mais conhecidas?
Santa ignorância que acredita até hoje que para ser jornalista basta saber escrever. Até hoje não disserem para estes juízes e ministros que um currículo de quatro anos tem que ter algo mais do que o simples aprender a escrever?
Santa inocência que se presta a fazer o jogo do patronato, doido para "flexibilizar", porque aí pega esses mainardis da vida, e nem paga nada, só cedendo o espaço para que realizem seus egos incomensuráveis. Não precisam pagar salário, encargos, dar férias.
O cerne do erro está na indistinção entre jornalista e colaborador. Tudo bem, que o dono do jornal queira usar o colaborador, aquela figura "famosa", para escrever um artigo e agregar status à sua empresa. E vice-versa.
Mas quero ver como fica na hora de fazer a cobertura diária, de ficar horas numa reunião, numa assembléia, numa delegacia, numa porta de hospital, na estrada onde acabou de bater um ônibus cheio de romeiros, de cair um caminhão cheio de bóias-frias, nessa busca insana, cotidiana, de dar à sociedade o direito constitucional à informação, direito, aliás, humano, antes de constitucional.
Ministro da Educação deveria é discutir a qualidade das escolas, das universidades, dos currículos, das mensalidades exorbitantes das escolas privadas, dos motivos pelos quais os alunos chegam ao ensino médio tartamudeando numa simples leitura.
Ministro não tem de achar isso ou aquilo, tem é de fazer jus ao salário que recebe pago por nós, inclusive jornalistas, e melhorar o desempenho de sua pasta.
O ministro Haddad foi de uma infelicidade completa ao dar essa entrevista, nesse dia histórico para nós jornalistas, que nos mobilizamos em todo o Brasil, em defesa da exigência do diploma para o exercício da profissão.
O direito à informação não pode estar submetido à vontade de donos da mídia, ao viés de seus interesses. E contra isso, o antídoto é o jornalista formado em escolas.
Que alguém conte isso para o inocente útil, pelo amor de Deus!

PS - Estava terminando a postagem, quando recebi a nota do sindicato, que transcrevo abaixo:

x.x.x.x.x.


SJPMG promove mobilização pela regulamentação do diploma

“Se não houver a regulamentação, qualquer pessoa pode escrever sem compromisso nenhum com a ética, ou seja, ele não vai ser penalizado, a sociedade não vai poder reclamar dele junto, por exemplo, às Comissões de Ética”, alertou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Aloisio Morais Martins, durante manifestação realizada pela categoria, hoje, em defesa da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão.
No início da tarde, profissionais, estudantes e professores de jornalismo, portando bandeiras e camisas da campanha “Jornalistas por Formação”, reuniram-se em frente ao prédio da Justiça Federal, no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte, para conscientizar a sociedade sobre a importância da regulamentação do diploma. O Ato Público foi marcado também pelo discurso de jornalistas, além da distribuição de folhetos aos cidadãos.
Ao ressaltar a necessidade do diploma, a Diretora de Direito Autoral e Imagem do Sindicato dos Jornalistas, Vera Lucia Godoi de Faria, criticou a declaração do Ministro da Educação, Paulo Haddad, publicada, hoje, pelo jornal Folha de São Paulo, sobre a possibilidade de graduados em outras áreas poderem ser diplomados em Jornalismo mediante formação complementar: “Eu acho um absurdo porque é mais uma forma de precarizar a profissão, que exige tempo, dedicação, foi um momento inoportuno“.
A manifestação dos jornalistas, em Belo Horizonte, foi realizada simultaneamente ao Ato Público promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. A iniciativa visa sensibilizar os Ministros do STF, que votarão, em breve, a ação que questiona a exigência de formação profissional para Jornalista. Também foram coletados, em todo o Brasil, abaixo-assinados em favor da manutenção do diploma, encaminhados aos Ministros do STF, sendo mais de 3.000 assinaturas somente em Minas Gerais.
A campanha tem sido apoiada por diversos setores da sociedade, inclusive entidades de jornalismo de todo o mundo. “A formação é essencial para o exercício responsável da profissão. São técnicas, preceitos, princípios éticos. Seria um retrocesso a falta de regulamentação. A sociedade moderna exige um jornalismo cada vez mais qualificado e tem esse direito”, esclarece a Diretora Jurídica do Sindicato dos Jornalistas, Maria Candida de Medeiros Cânedo.

Mais informações
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
Av. Álvares Cabral, 400, Centro
(31) 3224-5011
E-mail: mailto:eventos@sjpmg.org.br
Site: http://www.jornalistasdeminas.org.br/

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O bom e velho regime

Com mais um mês acho que me transformo na modelo da clínica Fina Forma.
Não que eu seja linda ou escultural, vocês sabem, é só ver a foto ao lado.
Mas é que em menos de um mês na clínica de emagrecimento, perdi 2,7 quilos! Não é demais?
Nada de chás verde, branco, vermelho, arco-íris, apesar de estar tomando um chá de umbaúba, que eu nem sei bem para que serve, mas como resolvi aliar várias alternativas, fui de umbaúba também. Que é uma árvore, por sinal, à qual fui apresentada recentemente em Ravena.
Muito prazer.
E o método não tem nenhum mistério, só o bom e antigo "fechar a boca".
Pois foi o que fiz.
Tranquei a matraca, até em outros sentidos também, para aderir ao "em boca fechada não entra mosquito", porque este também deve engordar (inclusive em outras conotações, como os choques com a vizinhança).
E deu certo. Está dando certo. Passei fome uns dias, o estômago roncou, roncou e eu só lá, resistindo.
Com uma semana ele já estava domado, pequenino de novo, coisa de gente civilizada.
E se em um dia me excedo, comendo uma torta, tomando uns chopes, comendo um churrasco, no dia seguinte compenso, passando a líquido e quando a fome aperta, comendo uma frutinha aqui outra ali.
O ponto de partida foi um regime que recebi pela internet, chamado regime das notas. De acordo com o peso, idade e altura, só posso comer x notas por dia. E veio lá a lista com os alimentos e suas notas. Foi uma ótima referência.
Mas ótimo mesmo foi minha persistência. Como nunca precisei fazer regime, por ter sido magra a vida toda, nunca fui disciplinada para as questões do corpo: nem com comida, nem ginástica, essas bobagens que azucrinam a todas e todos também.
Mas então por que isso agora?
Ah! ingrata idade.
Fui à cardiologista e tomei um sabão. Estava tudo alterado: colesterol, triglicérides e num sei mais o quê.
- Bebe? Bebo
- Fuma? Não
Faz ginástica, caminhada, corrida, hidroginástica? Não, não, não e não.
Namora? Transa? Bom...
E sabão vai, sabão vem, que é assim, que é assado, e eu pensando, "pô essa dona é a médica ou a minha mãe?"
Aí queimei no golpe e resolvi radicalizar. Comigo é oito ou oitenta. Quero ver se as gorduras baixam ou não.
E o médico da clínica mandou a minha filha ficar de olho em mim, porque não punha muita fé em que eu fosse me empenhar mesmo na coisa.
Quero ver agora.
Vou querer desconto, afinal passo fome e a clínica dele é que leva a fama, só porque faço lá uma tal de carboxterapia e um tal de phisioplates?
Comigo não, violão!

domingo, 14 de setembro de 2008

A infecção hospitalar novamente

Mais de um ano depois que comecei a escrever aqui, para aplacar a dor da perda da minha mãe, que se foi por um descuido do hospital considerado modelo em Belo Horizonte; e que antes de lhe tirar a vida, lhe impingiu um sofrimento de 22 dois dias de aparelhos, remédios, exames, traqueostomia, recebo uma mensagem em uma postagem daquele período.
Um filho angustiado me escreve contando o seu e o sofrimento da mãe, que passou por uma cirurgia bem sucedida, mas depois pegou uma infecção hospitalar.
Cláudio escreveu de uma cidade de São Paulo.
Fico imaginando o desespero dele, sozinho, à noite, diante da angústia do imponderável, à frente de um computador, buscando consolo para uma dor atroz e pedindo orações para pessoas que nunca viu.
Rezei por ele e por sua mãe ainda nesta noite.
E fico imaginando até quando iremos presenciar o sofrimento de milhares e milhares de famílias, pela perda de seus entes queridos, pela irresponsabilidade e descuido de hospitais que cobram cada vez mais caro para oferecer saúde e cura e só oferecem a morte.
Quando haverá uma lei que obrigue os hospitais a publicarem mensalmente os seus números de infecção hospitalar?
Porque comunicarem à Anvisa eles já são obrigados, desde que Tancredo Neves morreu daquela forma ignominiosa, em 1985.
Mas de que adianta comunicar à Anvisa? É preciso que a população saiba quem se preocupa ou não com a infecção hospitalar, para poder ter um parâmetro de escolha na hora de internar seus familiares.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Porões da ditadura

O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Tarso Vannuchi, foi centro de uma polêmica recentemente. Em uma entrevista, disse uma frase descuidada que se transformou em tremenda saia justa para o governo do Lula: a revisão da Lei da Anistia, que colocou num saco só torturadores e torturados, perdoando a todos.
Participando da Conferência Estadual de Direitos Humanos na Assembléia, ontem e hoje, ele negou que tivesse defendido a revisão da lei.
Como sempre é culpa da imprensa que distorce tudo.
O camarada fala algo no meio de um monte de outras coisas e os jornalistas com diploma, treinados em cursos de quatro anos e mais para pinçar "furos" na verborragia das autoridades, dão destaque àquilo. No dia seguinte é aquela surpresa do descuidado, que corre para desmentir tudo.
Diz o ministro que esta revisão deve ser feita pelo Judiciário, como foi feito na Argentina e Chile. Ou seja, desmentiu que tivesse defendido a revisão pelo governo, mas não negou a idéia. Só a creditou ao órgão de direito.
E Minas Gerais, que tem um dos mais fortes movimentos de luta dos direitos humanos no país, deu o primeiro passo.
Colocou entre suas propostas para a conferência nacional em dezembro, a punição para os torturadores, mesmo que essa mancha negra da nossa história já tenha 20 anos. E a criação de um Centro da Memória, em Juiz de Fora, onde ficaram vários presos políticos, no presídio de Linhares.
Podem achar que é revanchismo, que é revirar antigos esqueletos, mas é preciso pensar naqueles que perderam filhos, irmãos, pais, desaparecidos nos porões da ditadura, e até hoje não tiveram acesso a seus restos mortais.
Não dá para varrer o lixo para debaixo do tapete eternamente. Não sou a favor de punições tardias, mas da abertura dos arquivos secretos, que até hoje se escondem sob a névoa do pára-poder do estado nacional. É preciso que toda a história seja conhecida e não apagada da nossa memória, como se nunca tivesse existido.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A lista do nepotismo

Há dias que estou para escrever sobre isso, mas é uma coisa ou outra e o assunto foi esquecido.
A inclusão de Taís Cougo na lista de nepotismo que a imprensa mineira fez e vem publicando sistematicamente é algo cômico, se não fosse trágico.
Cômico porque mistura alhos com bugalhos.
Trágico porque demonstra a falta de cuidado com o fato e compromisso com a verdade, pilares que devem nortear o trabalho do jornalista.
Taís Cougo - que eu não conheço pessoalmente, a não ser de vista, pelos corredores do curso de História da UFMG, e nem me deu procuração para defendê-la -, é a Taís Pimentel, esposa do prefeito e diretora do Museu Abílio Barreto. É funcionária da UFMG e só está emprestada à direção do museu, por competência e dedicação à causa pública.
Taís Cougo tem brilho próprio, como tinha Ruth Cardoso, que criou o Comunidade Solidária, extenso e primeiro projeto sério de segurança humana, embrião de todos estes "bolsas" que estão por aí.
Por isso, Taís não precisa ser "mulher do prefeito", cargo que muitas primeiras damas vivem por aí.
Entre elas, nosso exemplo maior, Marisa Letícia, que em oito anos de mandato do marido presidente, não disse a que veio. Aliás, nem sabemos a cor da sua voz. Não se tem notícia de um projeto dela sequer.
Mas ela frequenta as primeiras páginas dos jornais, sorridente e muda ao lado do marido, em inaugurações, viagens internacionais e festas juninas no Torto.
Enquanto isso, a historiadora, profissional reconhecida no meio acadêmico, Taís Pimentel, ou Cougo, frequenta as listas de nepotismo.
Dá para confiar numa imprensa assim?
E depois os jornais não sabem explicar para onde foram seus leitores...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Grampearam meu telefone!

Ligo para avisar que vou para o almoço:
"- Alô, alô, Tina?
- Alô, é.
_ Vou almoçar em casa. Quê cê vai fazer?
- grunch, grunch, gruin. ..
- O quê? Fala mais alto!
- Estou pensando em um cruing, grunch....
- Heim? Não entendi.
- Eu disse que estou pensando em fazer...
- Tá esta parte entendi, mas fala mais alto que sua voz está sumindo...
- Vou fazer um strogonoff, porque a crash, crock, cruing...
- Não ouvi nada, você está falando muito baixo, além do mais esta barulheira toda..."
Êpa!, barulho, som sumindo, zumbidos?
Ai meu Deus, grampearam meu telefone!
Peraí, mas não falei por telefone com o Lula, nem com o Gilmar, ou a Dilma.
Será que falei com o Jobim? Acho que não.
E com o Tarso? E o Protógenes? e o Tião?
Não, não e não.
Então por que meu telefone foi grampeado, santo Deus?
Será que foi a Abin? A Receita? A PF? A PRF?!?!
Ai Jesus, já me preparo para o interrogatório. "Não tem nada de errado com meu Imposto de Renda, está na malha fina porque errei o valor de despesa com dentista. Não, não comprei recibo não, só digitei um número errado".
E as manchetes de jornal, então?
É a lama.
Chego em casa apavorada e minha secretária diz com aquela mansidão:
- É, precisamos trocar o telefone, ele está muito ruim, a tomada toda quebrada e emendada, além do fio que está com uma fita isolante que pus".
Ah, paranóia, paranóia, fecha as asas sobre mim!

sábado, 6 de setembro de 2008

Fogo no mato

Me dá uma pena ver todo ano o fogo queimando o Rola Moça e a Serra do Curral!
Aquele paredão de labaredas lambendo quilômetros e quilômetros da vegetação seca, quase esturricada, dessa época do ano.
E aquele povo tentando apagar - os bombeiros e brigadistas-, com uma espécie de vassoura batendo e a enorme dificuldade de chegar perto, fazer o aceiro e tudo mais.
Esta época do ano é fogo, me perdoem o trocadilho.
Qualquer descuido e lá vem o incêndio.
Pois neste sábado, estava eu lá no bem bom num sítio em Ravena e uma pessoa resolve espantar uns marimbondos colocando fogo no chão próximo, para que a fumaça fizesse o serviço.
Descuidou um minutinho, indo ver a churrasqueira, e pronto: o fogo se espalhou rapidamente.
Nem precisa dizer que foi aquele corre-corre, o dono da casa aos berros, xingando o descuidado e a gente levando baldes de água.
Bem, conseguimos apagar o fogo, que foi bem perto da casa onde estávamos. Mas como o chão estava ressequido, o mato muito seco, muitas árvores completamente peladas de tão secas, bastante lenha pelo chão, foi preciso muito esforço para tudo não se transformar numa tragédia.
Tudo porque um marimbondo ferrou a boca de uma cadelinha vira-lata que foi por ali filar um resto de comida dos visitantes esporádicos do sítio, e o pirotécnico Zacarias não gostou de ver a bichinha com aquele beição depois da picada.
Quis logo fazer um estrago na caixa inteira e quase deita por chão a casa inteira e todo o terreno.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Holanda mais uma vez na frente

Pesco uma notícia na BBC muito interessante, por isso reproduzo parte e indico o link. Vale a pena ler.
Gostaria de saber quem no Brasil está com esta idéia tão avançada, já que o texto fala que um dos países interessados em copiar o modelo é o nosso.
"Uma discoteca em Roterdã, na Holanda, reabre suas portas nesta quinta-feira (4) se apresentando como a casa noturna "mais verde do mundo".
Os proprietários da Watt dizem que a casa é a primeira a seguir todos os critérios estabelecidos pelo Sustainable Dance Club (SDC), um conceito criado na Holanda há dois anos para estimular discotecas a utilizarem fontes alternativas de energia.
Segundo os criadores do novo espaço, os próprios freqüentadores serão a principal matriz energética da danceteria.
A energia é captada por sensores instalados por baixo da pista - convertida para alimentar a iluminação do ambiente. Ao dançar na pista, uma pessoa pode produzir de 5 a 10 watts, dependendo de seu peso.
Água da chuva
Nos banheiros, água da chuva coletada por caixas instaladas no teto escorre por tubos transparentes até o vaso sanitário. Dali, segue para ser purificada em tanques no subsolo.
Os conceitos de sustentabilidade também se estendem ao bar, onde serão servidas comidas e bebidas orgânicas.
Os funcionários vestem uniformes fornecidos por empresas escolhidas pelo seu currículo de respeito ao meio-ambiente. A iluminação é feita por lâmpadas que gastam 85% menos energia que as luzes comuns e os copos também serão de material 100% reciclável.
Oásis verde
O clube ainda oferecerá aos freqüentadores um “oásis verde”, um complexo criado no telhado para relaxamento e um quintal com plantas onde é possível tomar ar fresco.
Com a adoção dos novos padrões, a Watt espera gastar 50% menos energia do que os clubes não-sustentáveis do mesmo porte e reduzir suas emissões de CO2 em 30%.
Segundo a assessoria da SDC, donos de casas noturnas no Brasil, Grã-Bretanha, Portugal e Estados Unidos estão em contato com o projeto para estudar a viabilidade de se construir danceterias auto-sustentáveis em seus países."

Clivia Caracciolo, para a BBC Brasil

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O exterminador de gorduras

Dez entre dez conversas femininas passam por alguma novidade em matéria de regimes para emagrecer.
Depois dos regimes da lua, da sopa, das proteínas, dieta de Beverly Hills, dieta da beringela, do cogumelo do sol, dieta dos pontos, das notas, veio uma onda dos regimes baseados em chás.
O chá verde, tradicional e milenar no Oriente, caiu no nosso "gosto". Mas para compensar o amargo, inventaram o chá verde com sabor de laranja e de limão.
Veio também o chá sete ervas e depois o de 20 ervas, do qual fui adepta por uns dias.
Nunca soube quais eram as sete ervas, quanto mais as 20.
Aí ouvi falar de um chá branco, que está fazendo muito sucesso. Ainda não consegui descobrir do que se trata, porque no dia que fui ao mercado central, naquelas bancas de ervas, estava sem óculos e não consegui ler aquelas letras minúsculas.
E eis que, andando pela avenida Brasil, na Savassi, vejo um enorme cartaz numa casa de produtos naturais:
CHÁ VERMELHO, O EXTERMINADOR DE GORDURAS!
Cruzes, levei um susto, parecia anúncio de remédio de matar barata!
Alguém aí sabe do que se trata o exterminador?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Um sociólogo (des)cuida da comunicação paulista

Nada contra os sociólogos, mas sou de opinião de que cada macaco ocupe seu galho. Por isso sou do bloco que defende a obrigatoriedade do diploma para se exercer o jornalismo. Exercer o colunismo, a colaboração, aí são outros quinhentos.
Começo este post com esta observação porque ouvi uma conferência do secretário de comunicação de São Paulo, na última quinta-feira (28/8), Bruno Caetano.
Sociólogo, doutor em não sei quê e tal, bonitinho, arrumadinho, novinho.
Foi expor os projetos da sua pasta num congresso de assessores de imprensa do serviço público e falou besteira uma atrás da outra.
Simpatissíssimo, quase foi vaiado, ao mostrar preconceito contra o serviço público, contra idosos e outras pérolas que deixou escapar, que mostram bem, mais do que a formação acadêmica que tem, a formação ideológica para quem trabalha.
Disse que vai contratar empresas de assessoria de imprensa, mediante licitação, claro, para suprir a carência de pessoal de comunicação, no governo paulista.
Perguntei se ele pretendia privatizar a comunicação do governo de São Paulo e sua resposta foi aquele festival de insanidades: que o setor público fica desatualizado (devem ter esquecido de avisar para ele que aquele auditório era de assessores de comunicação do serviço público); não tem treinamento; não sabe lidar com a internet; é composto de gente muito velha e por aí.
E a pérola máxima: concursados são e ficam estáticos, quando o setor de comunicação exige mais agilidade.
Esqueceram de avisar para ele, de novo, que o concursado trabalha para a instituição e não para o governante. Este é passageiro, enquanto aquela é permanente e deve satisfações ao distinto público que a mantém com seus impostos.
Mas o secretário de comunicação é sociólogo, queriam o quê?

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O futuro é hoje

Do Congresso de Comunicação Pública mesmo, o melhor foram as abordagens sobre web 2.0, a mídia social. O enfoque dessa vez foi seu uso na comunicação pública.
Tenho sido recorrente, aqui neste pequeno espaço, sobre a importância do fato (30 e 31/5 e 2/6). Mas o serviço público ainda não acordou para a nova onda, que é definitiva, da internet colaborativa pela sociedade. O setor privado já se adaptou há muito e já usa o jornalismo colaborativo e outros meios de interação com a comunidade, basta passear pelos portais do Terra, da Globo, Uol, entre outros.
Mas o setor público continua aferrado a engrenagens burocráticas, usando a internet como usava e ainda usa o memorando, o carimbo, o ofício.
É muito difícil quebrar 500 anos de estruturas arcaicas, quando não há mentes abertas nos comandos. Além do mais, a democracia que advém dessas práticas é temerosa para alguns, afinal a crítica, a divergência, a inteligência, incomodam os medíocres.
Voz solitária no serviço público é o Ministério da Cultura, que tem um site com várias ferramentas da Web 2.0, como fóruns e blogs.
A grande maioria é uma vasta internet modelo "imprensa oficial".
O grande problema do setor público é abrir mão de parte do controle da informação, condição básica para que se dê a interatividade com o cidadão, e, conseqüentemente, se democratize a informação.