Ainda a mineração me ocupa. Ouvi o secretário de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, falar em um evento qualquer, que o ser humano ainda é basicamente extrativista. Coleta tudo que a natureza ainda lhe oferece.
Não pude deixar de me encantar com a singela, porém cruel análise.
E de pensar como o modelo econômico mineiro é arcaico e perigoso.
Vive hoje o boom da demanda aquecida das comodities, principalmente do minério de ferro, (já foi café, já foi leite), e se ilude com um falso crescimento, baseado nos bons preços internacionais do produto.
Minas Gerais continua atrelada a um modelo colonial de economia. Vive e respira os humores do mercado internacional, das metrópoles, cumprindo seu eterno papel de colônia, de satélite da economia globalizada.
A mineração cresceu mais de 400% no Estado, nos últimos anos.
São projetos e mais projetos acudindo às Minas Gerais.
Minério de ferro que até algum tempo atrás era considerado de pouco valor comercial é hoje disputado a preço de ouro pela MMX, em Conceição do Mato Dentro.
E quem ganha com isso?
Só as mineradoras.
Os impostos que ficam no Estado e nas cidades devastadas são insignificantes, tanto é que a tecla mais batida por prefeitos dessas cidades é que haja um aumento da Cfem, a compensação pela exploração de recursos minerais.
Em compensação, sem querer fazer trocadilho, as mineradoras estão cada vez mais multinacionais e multimilionárias, como a Vale, que já é a segunda maior empresa do setor, no mundo; ou a MMX, no empreendimento Minas-Rio, que antes de tirar um grão de ferro sequer em Minas, já foi vendida por uma fábula de U$ 5,5 milhões para a Anglo American.
Para o Estado e as cidades sobram apenas o passivo ambiental, a contaminação de rios, a devastação de matas e a paisagem lunar, onde antes havia serras azuis, verdes, douradas.
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