segunda-feira, 19 de maio de 2008

China e Mianmar

Conter a emoção ao ver aquelas cenas é quase impossível.
Um minuto de silêncio em memória das vítimas do terremoto na China dá vontade de chorar. E o choro sai espontaneamente.
As imagens dos milhões de chineses em silêncio, ao meio dia e pouco, hora em que ocorreu o tremor que matou quase 50 mil e desabrigou 5 milhões, levam a gente a pensar como um povo ordeiro supera com mais facilidade qualquer tragédia.
Chineses de terno e gravata, de uniforme escolar, de macacão de fábrica, de uniformes militares ainda revirando escombros.
E em outras cenas, o socorro às vítimas. Organizado, fluído, sem atropelos, sem ninguém disputando comida ou água. As doações de todos os países sendo recebidas e encaminhadas corretamente, àqueles atingidos.
Diferente das cenas de Mianmar, onde os militares bloquearam a ajuda internacional. Onde foi possível ver, com espanto e constrangimento, os alimentos serem atirados para a multidão, como se fossem ração aos porcos.
País vizinho da Tailândia, ex-integrante do império britânico (União da Birmânia, que tinha além dos dois, também a Índia e Paquistão), é um mísero território massacrado por sucessivos governos militares, por tragédias naturais, como o último ciclone que matou mais de 10 mil pessoas.
E pior do que tudo, massacrado pela ignorância, pela corrupção da meia dúzia de mandantes.
E o povo correndo atrás dos caminhões de alimentos e referendando o governo, na mesma semana do ciclone.
As duas cenas fazem chorar. A vulnerabilidade humana não tem fronteiras.

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