quarta-feira, 30 de abril de 2008

Mineração no Topo do Mundo

Meu sobrinho de 11 anos, Henrique, em 2006,
no Topo do Mundo, antes do início do fim




Recentemente acompanhei um debate sobre um projeto de lei que anexa a Serra da Calçada ao Parque do Rola Moça. O debate incluiu ainda muitas críticas a outro projeto que quer passar o facão em parte da área desse parque.
Já havia escrito aqui sobre os dois casos e até colocado a poesia do Mário de Andrade. "Serra do Rola Moça".
Me impressionei com a mobilização sobre o caso. Primeiro de mais de 1.500 pessoas no alto da Serra da Moeda, perto do restaurante Topo do Mundo, em um glorioso abraço de proteção àquele pequeno canto de mundo, lindo, lindo, frágil, frágil, diante das garras abútreas das mineradoras.
Depois me impressionei com a audiência pública que reuniu ambientalistas, moradores da região do Barreiro, frades franciscanos e alunos de escolas. Nem tudo é desesperança.
Ainda bem que temos o Ministério Público sempre atento. Foi sua ação que impediu que a MBR continuasse a fazer prospecção ali na Serra da Moeda, furando mais de 30 buracos, com até 200 metros de profundidade.
Não há lençol freático que resista a isso, e, conseqüentemente, mananciais.
E do Rola Moça vem o abastecimento de água de uma boa parte de Belo Horizonte, Brumadinho e Nova Lima.
Mas inacreditavelmente, o prefeito de Nova Lima autorizou mais construção de condomínios naquela região do Topo do Mundo.
Triste poder público este que por causa de umas migalhas de impostos das mineradoras, entrega o futuro de toda uma população a um ilusório desenvolvimento, onde o que se adivinha é a escassez completa de água potável.

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