Nem a dúvida sobre se houve ou não pagamento de resgate para a libertação de Ingrid Betancourt pode tirar o brilho da ação.
Que importa se o governo colombiano pagou o resgate ajudado pelos Estados Unidos e assessorado estrategicamente por Israel?
O que conta é que acabou aquela situação vergonhosa para qualquer governo de ter um cidadão em cativeiro por seis anos.
A libertação dela e outros 14 reféns é um golpe nas Farcs, que já estão enfraquecidas há muito tempo, desde que optaram pelo caminho do banditismo, abandonando o que um dia foi uma luta política legítima, contra governos corruptos e ditatoriais.
As Farcs perderam o bonde da história.
Bonito mesmo foi ver Ingrid no dia seguinte, sem aquele colete das forças armadas, mas num terninho simples, singelo, o rosto limpo e o longo cabelo trançado, penteado legítimo das mulheres autóctones do continente sul americano.
Afinal, apesar do "franco-colombiana" com que foi batizada na mídia mundial, Ingrid Betancourt é realmente colombiana, nascida na Colômbia, de pais colombianos. Só morou na França, estudou lá e se casou com um francês, do qual já estava separada antes do sequestro.
Mas isso também não importa.
Deixa os franceses terem seu ídolo, seu símbolo de coragem, ativismo, independência e consciência social.
Quem dera que nós tivéssemos um também, novamente!
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