Mais do que aprender arquitetura da informação em um fim de semana, um curso sobre o tema me ensinou um pouco mais sobre manter a mente aberta.
Gosto de conhecer experiências novas, idéias idem. E estes cursos costumam ser plenos de gente jovem, outros nem tanto, como eu, mas que estamos sempre com uma curiosidade infinita para aprender.
Para instigar nossa mente, deixá-la perplexa, cutucar a imaginação, o Daniel Diniz, professor do curso de Arquitetura da Informação, passou um vídeo sobre tecnologias de navegação para cegos, os obstáculos que eles encontram para navegar, quase tão intransponíveis como os do dia a dia das cidades, e as soluções simples, se se quiser realmente democratizar este mundo que nasceu sob o signo da socialização.
Uma internauta cega vai falando de suas dificuldades, principalmente com bancos, cujos sígnos de acesso seu programa de leitura não consegue decifrar, e outro, também cego, vai indicando as soluções para superação dessa ou daquela dificuldade.
Achei fantástico o vídeo e adorei a cutucada.
Nunca como agora achei perfeita a máximna "há muito mais sobre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia".
Preocupados em distribuir a informação nos sites e em fazer tudo corretamente, não nos passa pela cabeça os públicos especiais: cegos, portadores de deficiências de membros superiores (mãos e braços), crianças, adolescentes, velhos.
E me lembrei da foto do Stephen Hawking ("O universo numa casca de noz", entre outros tantos)aprisionado a uma cadeira de rodas, inteiramente imobilizado, mas totalmente lúcido, com uma mente a milhões de anos luz à frente das nossas, usando o computador com os olhos.
E me torno esperançada: de que haverá sempre gente pensando à nossa frente, olhando o mundo com outro olhar, o olhar dos menos, dos deficientes, dos loucos, dos desvairados.
E tenho certeza de que é essa gente que faz o mundo caminhar e que torna nossa vida mais confortável nos pequenos detalhes do nosso cotidiano.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
9 comentários:
Adriana, Fico muito feliz em saber que o vídeo apresentado em sala de aula foi muito mais que uma simples mídia e sim uma cutucada em nossa "limitada" visão.
Parabéns pelo seu post, pois a mensagem passada para alguns alunos em sala de aula está sendo propagada para centenas de pessoas.
Espero que os leitores façam a mesma reflexão e , muito mais que isso, mudem de atitude.
Abraços
Daniel
Adriana tenho lido todos seus blogs, e como sempre tudo muito interesante, te admiro muito como pessoa e como profissional, você é uma guerreira, parabéns, Denise
Leia Pierre Levy ...
Excelente indicação...
Pegando uma carona....Também indico Manuel Castels...
Abs
DAniel
Minha cara Adriana,
Bem-vinda ao grupo (pequeno, diga-se de passagem) de servidores da ALMG que já se preocupam com essa questão. Discutimos o tema no GT de Convergência Digital. Ainda não conseguimos implementar, mas a sugestão está lá, no relatório final.
Abraço,
Nilson
Léo,
Li Tecnologias da Inteligência em 2001, para o concurso da ALMG, mas idicaram somente dois capítulos. Adorei o que li, numa corrente contrária a dos demais candidatos (jornalistas, claro), que achavam um porre. (Aliás, típico dos jornalistas, especialistas em porra nenhuma e que detestam tudo o mais). Mas aí peguei o livro e li, li, li e quanto mais lia mais gostava, sobretudo pelo tratamento lírico que ele deu a alguns capítulos. Diria que é um livro de tecnologia poética, se é que existe isso.
Depois rodou na internet uma entrevista dele no Roda Viva, tb mto interessante. Aí virei fã de carteirinha.
Ótima lembrança
Nilson,
O grupo da Convergência Digital da ALMG está parecendo os alquimistas: ninguém sabe, ninguém viu. Estou doida para saber o que vcs estudaram por tanto tempo e o que vão sugerir.
Apresse a turma aí, pra divulgar o relatório, sô!
Abs
Daniel,
A não ser umas entrevistas, nunca li nada do Castels. Acho que a biblioteca da ALMG tem o Sociedade em Redes. Seguindo sua dica vou ler.
Bj
Adriana
Eu tive que "engulir" o PL na época de faculdade, do curso de administração. Mas depois, voltei a lê-lo, e começei a entender um pouco do que ele diz. Nada forçado é bom.
Outro autor interessante é o Lawrence Lessig, autor do "Free Culture". O livro está disponível para download na internet e faz parte da disseminação cultural que ele promove (Free Culture). É uma outra boa pedida.
Postar um comentário