sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cassação já para o deputado que se lixa

A Câmara Federal poderia fazer um gesto supremo "de corte na carne" - como se costuma chamar aquelas ações que ela própria perpetua contra algum de seus membros -, e cassar de vez dois deputados: o do castelo e o que "está se lixando para a opinião pública".
Este deputado Sérgio Moraes, do PTB gaúcho, é mesmo um elefante em loja de porcelana.
A declaração dele de que está se lixando para o que os jornais escrevem, e consequentemente, para a opinião pública, é alguma coisa nunca vista em termos de escárnio.
Qunado ele disse, com todas as letras, que não se importava a mínima com os jornais, sabia que estes, ruins, bons, engajados, comprometidos com um ou outro interesse, são o reflexo da opinião pública.
É ali, naquele pedaço cheio de imperfeições, que a sociedade se espelha.
E o deputado ignorar isso, bem, só usando a popular "me engana que eu gosto".
Por isso deve perder o mandato, já que não respeita o povo para quem deveria ser dirigido seu mandato, povo aliás, objetivo primordial de qualquer mandato político.
E o do castelo deve ser cassado não porque tem um castelo, que aliás construiu muito antes de ser deputado.
Mas por ter usado suas empresas para fornecer notas fiscais e justificar os seus gastos com a verba de representação. Quer algo mais espúrio do que isso? E o cara ainda se apropriava dos dinheiros descontados dos empregados, como o FGTS e o INSS.
Recall
Por isso, na reforma política que ora se discute no Congresso, é preciso urgente implantar um mecanismo já presente em alguns países, o do "recall de políticos".
Com este instrumento, a população pode tomar o mandato de presidentes, senadores, deputados, quando estes estiverem fora da linha, quer dizer muito fora da linha, com muito defeito de fabricação mesmo, daqueles que comprometem a segurança e o desempenho.
Tem até uma Proposta de Emenda à Constituição com este teor, do senador Eduardo Suplicy tramitando no Congresso.
Mas já viram né? É a história do cortar na carne. A matéria tramita a passo de tartaruga, apesar de ter opinião favorável do relator na Comissão de Constituição, senador Pedro Simon.

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