terça-feira, 19 de agosto de 2008

Marciana Elvira, enfim a certidão!

Quando estava nos últimos períodos do curso de história, optei por fazer licenciatura, quando a maioria da classe foi fazer bacharelado, era mais chique do que ser professor. Formada, acabei não sendo nem uma coisa nem outra, porque já era jornalista, minha verdadeira vocação.
Mas a escolha contrária ao bacharelado acho que já era uma premonição: ô coisa difícil esta de pesquisador!
Mais de um mês depois que comecei a buscar a certidão de nascimento do meu pai, no cartório de Entre Rios de Minas, eis, finalmente, que ela aparece.
E se não fosse a ajudazinha do cartório de Passa Tempo, ainda estaria vasculhando todos os cartórios da região de Entre Rios: São Brás do Suaçui, Lafaiete, Congonhas, Desterro, Jeceaba, Camapuã, Bituri (os dois últimos são distritos de Entre Rios e Jeceaba, respectivamente).
Mas desde o início eu sabia que estava em Entre Rios, porque a certidão dos irmãos do meu pai era de lá. Mas o rapaz do cartório não achava de jeito nenhum, mesmo com todos os dados, como data de nascimento e filiação, e muito empenho dele, segundo suas palavras ("eu não desisto fácil", repetia em todas nossas conversas. Imagina eu, pensava comigo.)
Aí tive a idéia de pedir no cartório onde meu pai casou, em Passa Tempo, alguma informação.
Foi para lá que ele, aos 21 anos, como já disse aqui antes, foi dar com os costados, cumprindo a inexorável herança do sangue lusitano de "singrar mares nunca dantes navegados".
Um dia depois do meu contado com o cartório de Passa Tempo, minha conterrânea Rosane me passa os dados da certidão de nascimento do meu pai: era só o que eu precisava: número do livro, folha e registro.
Pois agora a certidão já está sendo copiada lá em Entre Rios, aleluia!
Quando chego em casa pouco mais de três horas após a conversa no cartório de Entre Rios, aparece a primeira dificuldade: me ligam para dizer que não estão conseguindo ler o nome da avó do meu pai, minha bisavó, portanto.
- "Está muito apagado e a letra miúda, tem dois nomes, Marciana da Rocha, mas há alguma outra coisa, será Maria?", pergunta a moça de Entre Rios.
Ai meu Deus, me pegaram!
- "Não sei", começo a responder e me dá um estalo.
- "Espera aí, deve ser Elvira, é, é Elvira. A avó do meu pai se chamava Elvira, meu pai falava sempre disso, tanto que prestou uma homenagem a ela, colocando o mesmo nome em sua quinta filha". E fui lembrando da minha irmã Elvira, lá em São Paulo, sem saber da epopéia de seu nome.
- "Ah, agora parece mesmo isso, é Elvira mesmo, Marciana Elvira".
- "Não, é Elvira primeiro, nem sabia que tinha este Marciana".
- "É, mas tenho de copiar do jeito que está no original, não posso mudar, é Marciana primeiro".
Gente, e eu nem sabia que a Elvira era Marciana!
Ah, a força do gene!

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é!Eu achava que era lunática, mas já que me transferiram pra Marte, aceito, humildemente, a mudança. Gene é gene, fazer o quê?!