domingo, 3 de agosto de 2008

100 anos de coincidências

Vou lendo os documentos de meu avô que me caem às mãos, encaminhados por uma prima por parte de pai e caio o queixo com as coincidências.
A maior por enquanto foi descobrir que este ano - quando pela primeira vez me interessei pela cidadania portuguesa, apesar de já saber da lei de nacionalidade há anos - , vai fazer 100 anos que meu avô desembarcou no Rio de Janeiro, exatamente em 10 de novembro de 1908.
Está lá, numa certidão que me foi entregue, da delegacia de Entre Rios. É que os estrangeiros foram obrigados a se cadastrar nas delegacias de polícia, por força de um Decreto de 1938.
E aos 58 anos, em 1947 ele foi lá cumprir sua obrigação, não sei porque tão depois, 9 anos, talvez porque como tudo no Brasil, o tempo entre o que se pretende e o que se faz é muito elástico.
Então, nesta data, 11 anos antes de morrer ele foi lá e prestou todas as informações, o nome dos filhos menores de idade, o ano que chegou ao Brasil, a data certa e a embarcação que o trouxe. E estava lá, no lugar do nome da embarcação: Mala Real Inglesa.
Achei estranho o nome, porque em pesquisas no sistema de internet do Arquivo Público Mineiro sobre imigrantes, não havia este nome de navio.
Vou à internet pesquisar e descubro que este era o nome de uma companhia de navegação inglesa, e não o nome do navio, que manteve uma linha para a América do Sul por 118 anos.
E me assombro com outra coincidência: os navios partiam de Southampton, Inglaterra, passavam por Portugal e vinham para o Rio de Janeiro. Em Southampton há uma universidade famosa, onde minha irmã Taís fez doutorado, 80 anos depois que meu avô pegou carona num navio saído de lá.
Reproduzo este texto abaixo
"A Royal Mail Steam Packet Company, mais conhecida na América Latina por Mala Real Inglesa, surgiu em 26 de setembro de 1839, no início da era vitoriana, portanto.
O primeiro contrato para transporte de correio marítimo foi assinado pelo Almirantado Britânico em 20 de março de 1840 e, à nova empresa de navegação, foi concedida a responsabilidade de assegurar um serviço quinzenal com saídas de Londres (Inglaterra) às Antilhas, com escalas em Barbados, Granada, Haiti, Cuba e México, contando já com ampla variedade de conexões, ligando outras ilhas e portos da América Central.
O sucesso foi quase imediato e Scot James McQueen, seu fundador, entusiasmado, decidiu criar um serviço idêntico para a América do Sul, com saídas de Southampton (Inglaterra) ao Rio de Janeiro, com escalas em Lisboa (Portugal), Madeira, Cabo Verde (Oceano Atlântico), Recife e Salvador (Brasil)".
Mas as coincidências continuam a aparecer. Volto ao assunto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é, nada acontece por acaso!