sexta-feira, 6 de junho de 2008

O livro dos recordes de Jeceaba

Jeceaba, que fica logo ali, atrás do morro, como diziam os antigos, pode entrar para o livro dos recordes, logo, logo.
Além de ser a cidade onde meu pai nasceu e onde meu avô se estabeleceu lá pelos idos de 1908, vindo de Portugal, junto com outros patrícios e espanhóis, para construir um ramal da estrada de ferro Central do Brasil, Jeceaba pode virar a cidade com 100% de seus habitantes empregados.
Pelo menos é o que se deduz dos anúncios da construção de uma siderúrgica por lá. A empresa francesa - que foi alemã até recentemente -, se associou a um grupo japonês e juntos vão investir lá algo perto de US$1,6 bilhão.
Até aí tudo bem, afinal é dinheiro para árabe nenhum botar defeito (ou francês ou japonês, como quer a globalização).
O problema é quando termina o fato e começa o marketing.
Pois a empresa garante que vai dar quatro mil empregos durante as obras.
Bem, o dinheiro é dela, ela dá quanto quiser e para quem quiser. Acontece que a cidade só tem 5.500 habitantes.
Daí que Jeceaba vai entrar para o Guiness de qualquer jeito, afinal vai ser a cidade onde toda a população terá emprego, com exceção de uns poucos pirralhos com menos de 10 anos, talvez uns velhotes de mais de 70. O resto, homens, mulheres, jovens, pré-adolescentes, cachorros, papagaios, vai estar empregado.
Ô paraíso, Jeceaba!
Pena que no tempo do meu pai não tinha esta fartura. Ele teve de ir procurar emprego em Passa Tempo, onde conheceu minha mãe, se casou e nunca mais voltou a Jeceaba.
Aliás, pena não. Se a siderúrgica estivesse lá antes, meu pai não teria buscado "mares nunca dantes navegados", e eu não teria nascido, né mesmo?

4 comentários:

Anônimo disse...

Ei mamis,

pois é ainda bem mesmo que aqueles eram outros tempos. Aliás outro dia vi uma reportagem no MGTV mostando uma siderúrgica ou mineradora lá pros lados de conselheiro e que emprego também estava sobrando. Já pensou se essa moda pega????
bju

Anônimo disse...

Uai, que treim bão! Então vou pra lá também. Quem sabe não consigo um empreguinho e largo essa penúria nas terras de Piratininga, né?

Anônimo disse...

pois é moçada
o fato é que antes nao conhecida agora começa a encomodar alguns que nao aceitao
pois é fato vai ter emprego progresso e fartura ,
bobagem ficarem criticando , vem pra cá

Anônimo disse...

Bem vindo, Daniel,
Apareça sempre e contribua com notícias daí.
Abraço