terça-feira, 3 de junho de 2008

Depois de Obama como fica a mídia tradicional


Aí está uma das suas fotos mais emblemáticas, com o lema que fez a cabeça dos americanos, para o inimaginável: um candidato negro e muçulmano. E tudo está no Flickr, gratuitamente


A campanha do democrata norte-amerciano Barack Obama é, certamente, um divisor de águas nas relações com a mídia tradicional.

A rede de colaboradores que ele armou, via seus assessores, usando os últimos recursos da tecnologia de informação e relacionamento, certamente determinará uma mudança de comportamento nas suas relações com a mídia.
Quem precisa da mídia tradicional para se comunicar, quando tem mais de 2 milhões de pessoas cadastradas, interagindo diariamente em seu site? Opinando, corrigindo, sugerindo, perguntando?
Quem precisará de jornais, revistas, tvs?
Claro que estes dão visibilidade, mas será que serão indispensáveis depois da campanha?
Se ele ganhar, tem toda esta rede ao seu lado, num movimento até perigoso para o congresso, e para a mídia.
Quando você fala diretamente com as pessoas, não precisa de "pagar" espaços. (pagar aqui é simbólico, porque lá, ao contrário da mídia brasileira, não existe esta figura espúria. Somente a matéria redacional e a publicidade e não esta subserviência que é aqui.)
Só que usei pagar, porque de uma certa forma, mesmo quando a moeda de troca não é o dinheiro, é preciso haver a simpatia de donos, editores, ou mesmo que a pessoa seja pauta determinada pela mídia.
Se ele não ganhar, terá um poder de pressão mais forte ainda.
Sua rede de colaboradores de mais de dois milhões de pessoas (este número é aumentado diariamente, na contagem do site) será seu aval.
Mas uma vez ele falará diretamente com seu eleitor/simpatizante/admirador/colaborador.
Sua campanha levou o boca a boca informatizado, já presente em instrumentos como Orkut, MySpace, YouTube, às últimas conseqüências.
Quem fala com um, dois milhões de pessoas diariamente e é respondido, precisa dos 300, 500, 800 mil leitores do New York, da Times?
E aqui no Brasil, esta campanha teria sucesso?
Dificilmente.
Ao contrário de lá, onde o simpatizante o é por convicção e não por obrigação, aqui, além do sentido de obrigação, há um consenso muito mais perverso: o da descredibilidade.
Capaz de um site desses, interativo, só ter palavrão, xingamentos e quetais.
O que você acham?

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu acho que seria legal ter esse tipo de campanha interativa no Brasil. Eu entraria no site do candidato todo dia só pra esculachar esse negócio todo!