quarta-feira, 18 de junho de 2008

Ilhéus, o dilúvio

Bem, tem gente que tem a boca grande.
Foi só falar no sol e dia seguinte choveu prá ninguém botar defeito.
Pensei que Ilhéus fosse dissolver.
Aí peguei um ônibus e fui para o centro histórico da cidade.
Entrei no shopping Oi deles e comprei uma sombrinha de "5 real" e bati umas canelas pelas ruinhas.
Fui na casa do Jorge Amado e morri de dó.
Ô pobreza. Uma meia dúzia de objetos, numa casa enorme, com uma arquiterura linda, art nouveau, anos trinta.
Não sei por que a família do Jorge Amado não doa logo seus pertences e faz uns dois museus, um em Salvador, onde ele morava e outro em Ilhéus, onde passou a infância e juventude, antes de ir para o Rio, estudar Direito.
Aliás, Jorge Amado me decepcionou, depois que a guia da casa me contou que ele foi casado duas vezes: a primeira com uma carioca e a segunda com uma paulista. E eu nem sabia que a Zélia Gattai era paulista.
Pô, justamente o Jorge, que cantou e decantou as mulheres baianas, seu jeito, sua cor, seus cheiros?
A casa tem um piso em madeira todo decorado, em três tons. Muito lindo. Tem pinturas nos tetos e janelões em madeira maciça e frontões em ferro fundido.
Mas de objetos dele só umas poucas roupas, fotos e umas capas de livro nas línguas em que ele publicou.
Não consigo deixar de comparar com as casas de Pablo Neruda. Riquíssimas de acervo.
Dizem que em Salvador a casa de Jorge Amado - que inclusive está numa foto com Pablo Neruda na casa do poeta em Santiago, La Chascona-, está fechada, com todas as coisas lá dentro se estragando. Que os filhos (João Jorge e Paloma) nem ligam.
A casa de Ilhéus é mantida pela prefeitura. Jorge Amado nasceu em Itabuna e dessa casa só há uma fotinha na parede.
E ele foi publicado em 42 idiomas.

Chove chuva
Choveu mais um dia inteiro e forte.
Mas nós, como boas mineiras, juntamos as tralhas e fomos para a praia na Batuba Beach (isso mesmo, não estou gozando). Só que a chuva ficou tão forte que ficamos presas lá. Só duas pessoas.
Aí eu bebi uma cerveja, outra e nada da chuva parar, até ter coragem de arriscar uma pergunta para o garçom:
- Ô, não tem alguém aí para dar uma carona para a gente?
Batuba, que já está na entrada de Olivença, fica a uns 700 metros do Village Back Door, onde me hospedei.
Algum tempinho depois veio o dono do complexo de lazer para nos levar ao nosso hotel e ainda nos ofereceu uma cortesia para o resort Canabrava, "o dia que vocês quiserem, é só me ligar que eu franqueio a entrada de vocês". A família administra o resort, o complexo Batuba e o Hotel Opaba. Pai, filhos e a mãe. O bonzinho foi o Júnior (Ednei Júnior).
Bem, infelizmente não sobrou dia nenhum, porque amanhã tem um passeio que spromete, a Península do Maraú. E na sexta vamos a Itacaré.
Mas isso é tema para o post seguinte.

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