quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Nova rodoviária de Beagá I

Como fiquei fora de Belo Horizonte boa parte de janeiro, acabei me descuidando de um assunto que já havia me prometido abordar desde dezembro passado: a construção, a ferro e fogo, da nova rodoviária no bairro Calafate.
Submetida à administração de Fernando Pimentel - uma das mais autoritárias que já vi na história de muitos governos, incluindo os militares -, dá vergonha de um dia ter sido petista de coração. Ter votado no partido, desde quando ele era apenas um sonho nosso de mudar as coisas neste país. De ter enfrentado cachorro pastor alemão da PM, para correr praça Afonso Arinos abaixo, em uma das inúmeras manifestações de estudantes no local. De ter tomado chuva grossa, enrolada, feliz, numa bandeira vermelha, na praça da Estação, só para ouvir Lula discursar em sua primeira campanha à presidência.
Tudo bem, eu não fui a única a acreditar no discurso de democracia, de transparência, de ética que se pregava à época. Apesar de ter sobrado alguma coisa de bom daqueles princípios - tanto no sentido de primórdios, como no de conjunto de regras morais -, o que sobra hoje no PT é arrogância, despreparo (gosto de pensar que é este o motivo para o uso abusivo dos cartões corporativos), estalinismo.
E Fernando Pimentel, o prefeito de Beagá, é um dos exemplos mais gritantes.
Nem vou relembrar a fundo outras situações de "sua gestão iluminista", citando apenas a frustrada tentativa de fechar o Mercado Santa Tereza, que a população do local não deixou.
Vou abordar somente a construção da rodoviária no bairro Calafate, que mesmo com a população de pelo menos quatro bairros da região (Calafate, Prado, Padre Eustáquio, Coração Eucarísitico)contrária, Pimentel garante que sai assim mesmo, que a construção é "irreversível".
Daí que é preciso investigar o que está por trás desse "irreversível", porque outras soluções existem e já foram apresentadas, todas rechaçadas pelo prefeito e seu estafe da BHTrans.
Por que será? Será outra "obra de empreiteira", como o Raul Paixão chamou a transposição do Rio São Francisco? (Veja postagem de 12 de dezembro de 2007).
Como é uma obra de R$ 50 milhões e quem ganhar a concessão poderá explorar o espaço por 30 anos...
E como é ano de campanha eleitoral no município...
Continuo amanhã.

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