Em dezembro, Belo Horizonte entra no circuito internacional das discussões sobre o direito de todos à água de qualidade. Durante pelo menos três dias, a cidade recebe, no Expominas, especialistas e bambambans do assunto no "Diálogos da Terra", programa permanente da ONG Green Cross, que a cada dois anos discute um tema para virar política global.
As informações foram passadas ontem em uma coletiva no Hotel Ibis, pelos presidentes da Green Cross, que promove o evento junto com o governo mineiro, dois secretários de Estado e um deputado federal. Celso Claro, Xavier Guijarro, da entidade nacional e espanhola, respectivamente, Otávio Elísio Alves de Brito, subsecretário de Ensino Superior do governo mineiro, Ilmar Bastos, subsecretário de gestão ambiental e o deputado Nárcio Rodrigues.
Para quem não sabe, a Green Cross é a ONG fundada e presidida por mrs Mikhail Gorbachev, que se aposentou do governo russo tendo em seu currículo o pior acidente nuclear do mundo, em 1986: a explosão de um reator da usina de Chernobyl. Gorbachev, à época, preferiu esconder do mundo e da própria Rússia, as dimensões da catástrofe, o que contribuiu muito para que a contaminação fosse maior.
Mrs Gorbachev é autor do livro "Carta da Terra", que norteia os três eixos principais das ações do Green Cross: a necessidade de manter o mundo em paz; a luta contra a pobreza, que continua a crescer em tempos de globalização intensa; e os problemas relacionados com a preservação do meio ambiente.
Apesar da gênese da entidade, (ou talvez por isso mesmo, afinal o homem sabe do que fala, e que também não tira em nada sua seriedade e méritos), tem só curinga em seu apoiamento, como Maurice Strong - primeiro dirigente do Pnuma - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente -, Angelina Jolie e Leonardo Di Caprio, entre outros.
Versões anteriores dos "diálogos", discutiram a reconstrução de Nova Orleans, (Nova Yorque, 2006) e a diversidade cultural, (Barcelona, 2004), que terá continuidade em novo "diálogo" a ser realizado em Valparaíso, Chile, em 2010.
Voltando ao encontro de Belo Horizonte: o tema aqui serão os recursos hídricos por causa da urgência do assunto para a sobrevivência do planeta. Em Minas, Brasil, América Latina, porque é neste pedaço do mundo que estão 26% da água doce à disposição da humanidade.
O grupo prepara os detalhes do encontro que terá ainda o apoio da Câmara de Deputados, que lança em abril, o projeto de mapeamento das bacias hidrográficas do Brasil. No Estado, o "Diálogos da Terra" integra um projeto maior chamado Verde Minas, que pretende implantar 30 centros de educação ambiental e que criou em Frutal, Triângulo Mineiro, o Hidroex - Instituto Unesco de Excelência em Águas, em parceria com esta agência da ONU.
Mineiramente, o espanhol Xavier Guijarro escapou de uma pergunta sobre a transposição do Rio São Francisco, afirmando que o "diálogos" discute temas globais.
Aí tive de dizer a ele da extensão do Velho Chico, que não é chamado de "rio da integração nacional" à-toa.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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