quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Nova rodoviária de Beagá II

Mas o que eu tenho a ver com a construção da nova rodoviária no Calafate, se nem moro lá?
Pois morava e me mudei, assim que começaram as notícias mais concretas sobre a obra. Como tenho uma amiga que trabalha na Sudecap (a autarquia da prefeitura de Beagá que cuida de obras na cidade) que me disse que o projeto estava pronto, isto em 2005, tratei de vender meu apartamento e me mudar.
Não quis me arriscar achando que o movimento da população iria reverter o quadro, como apostou meu irmão que mora do outro lado da Via Expressa, no Padre Eustáquio e agora está apavorado.
Pela segunda vez fui varrida de um bairro onde morei mais de 10 anos, pela construção de uma obra muito impactante, não só para o trânsito, mas para a segurança e qualidade de vida.
A primeira vez foi quando da construção do Ceresp da Gameleira. Morava no Conjunto Henricão, um local que apesar de simples, foi ótimo para a criação da minha filha, com seus amplos espaços, árvores e muita criança.
Assim que começaram os boatos sobre a construção de uma unidade da Febem (que depois foi extinta) ou de um presídio, tratei de mudar, depois de ter morado no conjunto 15
anos.
Não nasci ontem e, portanto, não acredito no discurso oficial de que o "lugar vai ficar mais seguro".
Pois, menos de um mês depois da inauguração do Ceresp, houve uma fuga de presos, que foram se esconder adivinhem aonde? Isso mesmo, lá no Henricão.
Com as primeiras notícias da construção da nova rodoviária, não esperei dois tempos e me mudei.
Todas as iniciativas de saber o que se passava - já que volta e meia algum jornal dava a informação em destaque -, foram das associaões de bairros locais.
Nunca, mas nunca mesmo, a prefeitura tomou a iniciativa de fazer as "famosas audiências públicas", exigidas em diversas legislações, incluindo aí o Plano Diretor de Belo Horizonte, quando da construção de obras de grande impacto social.
Todos os encontros ocorridos até agora foram iniciativa das associações do Prado e Calafate e do Coração Eucarístico, como a manifestação na praça da Via Expressa, para o recolhimento de assinaturas contra a obra.
Mas o prefeito Pimentel, fechado em seu gabinete de ar refrigerado, ou resguardado do trânsito caótico da Via Expressa, do ar poluído e do barulho, em sua mansão arborizada, oficial, da Pampulha, faz ouvidos moucos.
Afinal uma das grandes aquisições da política moderna, sejam os governantes dessa ou daquela tendência, é assumí-los (os ouvidos moucos), logo no primeiro dia de seus mandatos.
No fim das contas, esse negócio de "povo" é muito "chato mesmo", quando somos nós que estamos no poder.
E o projeto está sendo tocado, a ferro e a fogo, como disse ontem, porque os interesses são muitos. Ou muito grandes.
Basta conferir as informações passadas pela BHTrans, sobre o edital de licitação "que já está pronto" há muito tempo, aguardando só a prefeitura dar o sinal verde.
É ou não é um caso para ser pensado? Afinal qual governo tem tanta certeza de aprovar um projeto em todas as instâncias (ambientais e no legislativo), a ponto de deixar pronto o edital, dois anos antes de o projeto ir à Câmara municipal e ao conhecimento da população?
Continuo.

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