A Igreja Universal promove sua "guerra santa" - que nós ocidentais gostamos de chamar "jihad islâmica", por absoluta falta de conhecimento do termo árabe -, numa anacrônica censura à imprensa.
A liberdade de imprensa está ameaçada, mais uma vez, por um poderoso qualquer, descontente com a exposição de suas entranhas pela mídia. Edir Macedo e seu império de comunicação, capitaneado pela Universal, quis revidar o simples fato de um órgão de imprensa ter feito um levantamento de seus bens.
E o "império contra-atacou" com balas de canhão: lotou a Justiça de ações contra os jornalistas e os jornais.
Sempre defendi a liberdade de imprensa, não incondicionalmente, mas com responsabilidade. Não dá para sair por aí publicando suposições, interpretações alheias amparadas em aspas. Nossa responsabilidade como jornalistas é informar a opinião pública, mas precisamos de confirmação do que nos é entregue como informação.
Levantar bens ou o enriquecimento da Igreja Universal nem precisa de muito esforço. Os magníficos templos estão por aí, ostensivamente, nos melhores endereços de muitas capitais. O crescimento da Rede Record e dos jornais também.
O que não se consegue entender é como a Receita Federal vem sendo olimpicamente ignorada há pelo menos uma década. Essa mesma Receita que costuma fisgar aí umas taínhas em sua malha fina, gente que erra nos cálculos, que se esquece de um recibo alí, outro aqui, que coloca em lugar errado uma declaração.
Mas quando se trata de Edir Macedo e suas moradias magníficas nos Estados Unidos, aí são outros 500. Euros, naturalmente.
Ainda bem que alguém tem um pouco de juízo neste país, como o Supremo Tribunal Federal, que revogou vários artigos da Lei de Imprensa e acabou com a farra de ações dos "fiéis" de Macedo contra os jornais. Só porque estes ousaram falar que a religião da Universal é uma mina de dinheiro.
O Supremo teve juízo para acabar com a "jihad" da Universal e também para começar o enterro de uma das legislações mais ultrapassadas: a Lei de Imprensa e sua fundamentação autoritária, resquício da Ditadura.
Que morra o resto da Lei de Imprensa e que se investigue seriamente Edir Macedo.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
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