sábado, 9 de fevereiro de 2008

Nova rodoviária de Beagá III

Agora sobre o projeto:
Segundo o Estado de Minas, é uma obra de R$ 50 milhões, que a empresa vencedora da licitação deverá desembolsar para a construção, com a contrapartida de que poderá explorar o espaço por 30 anos.
A área construída de 27 mil metros quadrados é menor do que a da atual rodoviária, mas terá uma flexibilidade nas plataformas de embarque e desembarque, para permitir que não haja superlotação em datas de pico e nem ociosidade no restante do ano.
O negócio não é pouca coisa não: só com as tarifas de embarque o vencedor da licitação poderá arrecadar mais de R$ 350 mil mensais, ainda de acordo com o jornal EM.
O pontapé para as obras é a votação de projeto de lei, na Câmara, que autoriza a transferência da rodoviária para o bairro Calafate. O projeto foi votado em 1º turno no finalzinho do ano passado e a segunda votação está prevista para esta segunda-feira (11) e segundo as avaliações políticas, a aprovação não encontrará dificuldades.
No primeiro turno o projeto recebeu 16 emendas de vereadores, mas para se ter uma idéia do rolo compressor da prefeitura sobre o legislativo, os vereadores aprovaram um requerimento que dispensa a discussão do projeto e das emendas, ou seja, os distintos edis vão direto à votação.

Comportamento dos vereadores
E nesse "imbróglio" todo, o comportamento dos vereadores é estranhíssimo, afinal pelo menos cinco deles têm votos na região Oeste e Noroeste, que sofrerão os impactos da rodoviária. Maria Lúcia Scarpelli, que mora no Prado, Luzia Ferreira, que foi administradora da Regional Oeste, Preto, que mora no Grajaú, Neuzinha Santos que atuou na Noroeste e Neila Batista que foi administradora da Noroeste, cuja sede era na Rua Santa Quitéria, logo depois da Via Expressa, perto do Conjunto Santos Dumont.
Desses, só Preto é contra a construção e tem se movimentado para impedir que ela aconteça. As outras são do PT e PPS, seu aliado.
E os vereadores que têm compromisso com a população da cidade como um todo e não só com este ou aquele bairro, só dizem amém.
Até quando os políticos, principalmente os dos legislativos, vão ignorar que foram colocados no poder para defender quem votou neles e não para dizer sim ao prefeito, ou ao governador, ou ao presidente, diante dos compromissos desses com empreiteiras, bancos e indústrias?
A população da região Oeste não quer a rodoviária lá, porque sabe que o trânsito que já é caótico nas horas de pico, devido à presença da PUC, e ao acesso a Contagem ficará impraticável.
Porque sabe que a segurança, que já é uma das mais frágeis de Belo Horizonte (o Padre Eustáquio é o bairro com o maior índice de roubo de carros), ficará ainda pior.
Porque sabe, enfim, que para a região serão atraídos ladrões, assaltantes, marginais de toda espécie e desocupados, degradando completamente o ambiente essencialmente familiar da região da Via Expressa.
Se o motivo da transferência da rodoviária é o esgotamento da capacidade da atual, por que não se optou por desmembrá-la em mais uma unidade, construída em um local de vocação exclusivamente comercial?
Por que levar a rodoviária para uma área inteiramente vocacionada para residência familiar?
Continuo.

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