terça-feira, 9 de outubro de 2007

Um pé de pitanga

Leia no post de segunda a resenha de Prosa Sub
Do escritor Leonardo Machado, publicado pela editora Ophicina de Arte e Prosa, o livro será lançado no dia 24 de outubro, quarta-feira, às 19 horas, na escola de mergulho Maramar (rua Piauí, 1714 - Funcionários). Vá ao lançamento e tome um chopp por conta do autor.


Pertinho da minha casa, em plena avenida Olegário Maciel, tem um pé de pitanga. Mesmo sem chuva, com esta secura toda, as pitangas começaram a brotar lotando o pé, pequenino, humilde, redondinho.
De um dia para o outro, com algumas já vermelhinhas, o pezinho virou atração de quem sobe a avenida, em direção ao Diamond.
Muita gente pára, colhe lá suas frutinhas, olha ressabiada para o porteiro do prédio em frente e vai embora, feliz de comer uma inacreditável pitanga colhida numa rua qualquer da "selva de pedra".
Bem perto também, na rua Timbiras, do lado contrário da igrejona da Universal, tem uma bananeira. Também mirrada, plantada em um buraco do passeio. Pois, já vi uma penca de banana ainda verde nela. E na rua de cima, na Aimorés, tem uma enorme jaqueira. Mas esta não faz sucesso. Parece que o povo não liga muito para aquela frutona que cai esborrachada do pé, porque ela fica ali pelo chão mesmo, ninguém apanha. Também ela madurinha tem um cheiro fortíssimo.
As grandes cidades, apesar de ganharem a fama, nem sempre são essas "selvas de pedra" que o imaginário urbano cunhou.
Há muitos anos, antes de o Arrudas ser canalizado em suas beiradas, alí perto do Barro Preto alguém plantou uns pés de couve na sua margem, do lado de dentro mesmo do leito, ao nível da rua.
As mangueiras da avenida Alfredo Balena, em frente ao Pronto Socorro, já protagonizaram muitas matérias de Tv. Numa delas, recente, foi mostrado um sujeito que até criou um instrumento para colher as mangas mais lá das grimpas. E o cara vendia alí mesmo, em meio àquele trânsito impossível.
O pé de pitanga é um mimo dos porteiros que o aguam e o cercam de cuidados o ano inteiro. Ele não é propriedade do prédio, apesar de estar em seu passeio.
Ele é de todos e nós todos compartilhamos esta doçura que a cidade seca, poeirenta, calorenta, oferece.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aqui perto do serviço também tem um. Mas não é de pitanga. Tem um pé de sorvete e de coca-cola. O bom é que dá frutos o ano todo. O ruim é que cobram pelos frutos. Fazer o que ... Nada é perfeito.
Respondendo a um post que colocaram em um passado não tão remoto assim, sim, tem várias coisas boas para serem feitas no lugar do curso da ESG. Mas estou tentando um cargo de professor em pós graduação. Desta forma, a mensalidade do mestrado no ano que vem sai mais em conta.
By the way, amanhã tem reunião no Ambrósio, para comemorar (literalmente, regado a muita carne) o meu aniversário !