De novo, a “coincidência macabra”. Um dia depois que postei o texto sobre a epidemia de infecção hospitalar, prometendo voltar ao tema, o Hospital das Clínicas da Unicamp, de Campinas, anunciou hoje (24), a suspensão temporária de novas internações e cirurgias naquele estabelecimento.
A medida, que mostra alguma responsabilidade dos dirigentes, visa exatamente evitar um “surto” de infecção hospitalar, depois da contaminação de 12 pacientes internados em uma ala do hospital. O HC de Campinas detectou a presença de uma bactéria, a enterococcus faecium, resistente a antibióticos.
Além da suspensão de novas internações e de novas cirurgias, o HC está esterilizando todos os leitos do hospital, restringindo o fluxo de pacientes no pronto-socorro e trabalhando o problema com um comitê criado exclusivamente para este fim.
Louvável atitude que deveria ser seguida pelos hospitais Brasil afora, que desde a década de 80 são obrigados, pela Anvisa, a manter uma comissão de controle de infecção hospitalar. Todos a criam, mas poucos a mantêm funcionando, contrariando as resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que determinam ainda que os hospitais relatem seus casos de infecção.
Pesquisa do IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) de São Paulo, pretendeu levantar a situação em cada Estado, mas apenas três ou quatro responderam, por meio de suas secretarias de Saúde, à pesquisa. Por isso não sabemos quantas pessoas, quase sempre idosos, morrem por infecção hospitalar, por ano, por mês, em qualquer período, em qualquer parte do País.
A comoção que tomou conta do Brasil, na morte de Tancredo Neves, infectado no Hospital de Base de Brasília, originou todo um posicionamento dos órgãos de saúde do País, à época, mas agora é só uma página esquecida da nossa história.
Melhor é fazer como nos recomendou um primo, médico antigo da área de saúde pública: “melhor é ficar longe dos hospitais. Eles têm lá umas bactérias que não conseguem exterminar de jeito nenhum”.
Volto ao tema.
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