sexta-feira, 5 de junho de 2009

Os desabrigados ambientais

E no Dia Mundial do Meio Ambiente, um texto para ler e refletir. Trata-se dos refugiados ambientais, centenas de pessoas que têm de abandonar seus lares diante das novas características geográficas de seu habitat, novas características provocadas pelas mudanças climáticas. Ilhas que desaparecem, orlas que são inundadas, beiras de rio idem. Veja no link abaixo:
http://educacao.uol.com.br/geografia/refugiados-ambientais.jhtm

E porque hoje é sexta, e se Deus quiser, eu só volto na segunda, desde claro, que ninguém jogue filhos pela janela, ninguém roube descaradamente o dinheiro público, não se rompa nenhuma barragem, aí vai uma poesia para vocês lembrarem o meio ambiente:

A folha
Carlos Drummond de Andrade

A natureza são duas.
Uma, tal qual se sabe a si mesma.
Outra, a que vemos. Mas vemos?
Ou é a ilusão das coisas?

Quem sou eu para sentir
o leque de uma palmeira?
Quem sou, para ser senhor
de uma fechada, sagrada
arca de vidas autônomas?

A pretensão de ser homem
e não coisa ou caracol
esfacela-me em frente à folha
que cai, depois de viver
intensa, caladamente,
e por ordem do Prefeito
vai sumir na varredura
mas continua em outra folha
alheia a meu privilégio
de ser mais forte que as folhas.

Um comentário:

APPedrosa disse...

Coloquei seu blog na minha listinha, mas ele simplesmente não atualiza. Fica lá como se a última postagem fosse há cinco meses! Estou tentando fazer o blogger pegar no tranco e voltar a me contar quando tem novos posts por aqui!
beijos
PS: lindo - como sempre - poema de Drummond.