segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ameaça de asfaltamento do único trecho intacto da Estrada Real

O único trecho intacto da Estrada Real – compreendido entre Rio Acima/Itabirito - está ameaçado de ser asfaltado pelo DER. A ameaça está sendo denunciada por ambientalistas da Associação Ecológica de Sitiantes e Moradores do Entorno da Rodovia MG-30, que começa no BH-Shopping, na estrada que liga Belo Horizonte, Nova Lima, Raposos, Rio Acima e Itabirito, antigo caminho com de mais de 200 anos, que ligava Minas Gerais ao Rio de Janeiro. Para reverter o equivocado asfaltamento os defensores do meio ambiente e da história colonial fizeram um ante-projeto para que a estrada seja calçada com pedra "pé de moleque", “pedra de mão”, ou bloco intertravado sob o argumento que, assim feito dará maior autenticidade ao local e possibilitará permeabilidade e condições propícias para plantas, animais e pássaros conviverem harmoniosamente no meio ambiente. HISTÓRIA - Esta antiga estrada tem 23 km encascalhados e salpicados com pedras do tempo colonial. Foi construída com cortes radicais nos contrafortes da serra e da mata protegida na APA/SUL. Porém, as prefeituras de Rio Acima e Itabirito, insensíveis ao comprometimento ambientalista, tentam forçar a barra para asfaltar - com o equivocado argumento do progresso a qualquer custo, e com prejuízo ao meio ambiente, o que poderá acabar com o ecossistema da região e fará com que aumente o perigo de acidentes automobilísticos, pois o trecho é cheio de curvas e muitos precipícios abissais. Os pequenos sitiantes e moradores do entorno da Rodovia (pelo menos os mais conscientes), os ambientalistas e vários vereadores de Rio Acima, Itabirito, Nova Lima, Raposos e Belo Horizonte, juntamente com associações ambientais estão fazendo apelos ao DER, IBAMA, FEAM, IEF, IGAM, SISEMA e às secretarias de Cultura, de Desenvolvimento Urbano etc. para se unirem contra a ameaça de mais um crime ecológico, e de forma irreversível, caso seja perpetrado. DECISÃO ECOLÓGICA - Os sistemas de calçamento ecologicamente corretos são indicados para pavimentos que preservam o meio ambiente sem agredi-los. Os pisos feitos com pedra “pé de moleque” (“pedra de mão”), além da vantagem ambiental , são fortalecidos pelo argumento do aspecto social, pois deverá ser feito empregando material e mão de obra locais,e que poderá também incentivar a adoção do exemplo em várias outras cidade do entorno das estradas vicinais, com ganho ambiental e cultural. Trata-se, portanto, de uma alternativa que de ser considerada por administradores públicos e privados, projetistas, ambientalistas, consultores e empreiteiros, ou por qualquer pessoa envolvida na escolha dos tipos de pavimentos a serem utilizados nos mais diversos campos de aplicação. A escassez de água no meio ambiente e as formas de garantir o melhor aproveitamento desse recurso, são alguns dos temas mais discutidos em todo planeta. A UNESCO afirma que nos próximos cinqüenta anos, os problemas relacionados com a falta de água afetarão todas as pessoas no mundo. Uma das causas é a ação predatória do homem, que continua a intervir no ciclo hidrológico, aumentando e na intensificando os desastres naturais, seja com o desmatamento, ou até mesmo pela impermeabilização do solo, através da pavimentação asfáltica dessas áreas ambientais, como a que se pretende fazer. Ao longo dos anos, muitos fatores vêm modificando as exigências da gestão municipal, impondo a busca de novas soluções que sejam, ao mesmo tempo, práticas e capazes de agregar outros valores para a economia do município e para a vida dos contribuintes. A exemplo disso, as Prefeituras precisam fazer algumas alterações na Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo do Município, e aprovar mudanças que vêm de encontro às necessidades da sociedade e da cidade, em se adaptarem à dinâmica urbana e às conseqüências deste crescimento. É preciso ter a consciência de que as vias públicas e estradas coloniais deverão ser pavimentadas com revestimentos que tenham maior capacidade de permeabilização, para garantir através de medidas adequadas de planejamento de uso e ocupação do ambiente, os recursos hídricos na quantidade necessária e na qualidade desejada aos diversos usos, principalmente ambientais. O calçamento “pé de moleque”/“pedra de mão”, ou os blocos de concreto de pavimentação permitem a perfeita drenagem das águas de chuva. Ao mesmo tempo, evitam a impermeabilização do solo, pois sabe-se que as juntas entre as pedras ou blocos possibilitam a infiltração de uma de parcelas das águas incidentes, amenizando assim, o impacto ambiental, sendo considerado pisos ecologicamente corretos.
Adriano Duarte P. Cunha Sítio De Persi -Km 48 - Rodovia MG-30 Rio Acima – Minas Gerais

4 comentários:

persichinni07 disse...

CONTINUA A AMEAÇA DE ASFALTAMENTO DO UNICO TRECHO INTACTO DA ESTRADA REAL.

Este blog da jornalista Adriana -que é muito importante e necessário - deveria ser mais lido e comentado pelos ambientalistas e pessoas da cultura e pelas pessoas comprometidos com a VIDA.
Digo isso porque, afinal, está para ser perpetrado um crime ecológico e cultural, de maneira irreversível, com danos à natureza e à memória histórica.
Onde estão as ONG'S que não se tocam? Qual a posição da AMDA, da BIODIVERSITAS, do Projeto "Manuelzâo", do excelente advogado ambientalista Mário Werneck, do candidato verde Jorge Espechit, dos técnicos ambientais da FEAM, do IBAMA, das Secretarias de Meio Ambiente do Estado e das prefeituras de Itabirito e Rio Acima? e tantas outras Entidades? Prestem atenção ( e, pro favor, não tome nossa posição como uma forma de arrogância, ou imposição. Vejam pelo lado de nossa de indignação): Não podemos permitir que se desvie o foco principal que é a destruição da natureza e se faça, como os demagogos querem fazer, uma "gincana", ou enquete de "opinião pública" , para ver quem é contra ou a favor.
É preciso uma tomada radical de consciência.
Sabe-se que os Órgãos ambientais - sejam públicos ou privados - tem a missão de LUTAR pelo MEIO AMBIENTE E PELA CULTURA, E não se posicionarem como simplesmente adeptos do paternalismo, das "bolsas esmolas" cujo objetivo é o de fabricar vagabundos, gente sem cultura.
Hoje até uma criança de cinco anos sabe: ESTÃO DESTRUINDO NOSSO PLANETA.
Está ficando ATÉ CÕMICO SE NÃO FOSSE TRÁGICO.
ESTÁ FICANDO INSUSTENTÁVEL TER QUE ATURAR A BURRICE E O DESMANDO- prá ser eufemista, POIS DESSE JEITO ESTÁ FICANDO RIDÍCULO!!!
E a PUC.TV? O que que é aquilo minha gente? Fazer uma reportagem sem o cuidado de tomar partido da coisa correta? Por favor, Não vamos vulgarizar. A TV- PUC é educativa não é uma mera TV aberta, Sua missão também é, e principalmente, executar um trabalho de conscientização sobre a importância cultural, de preservar em nome da educação. E não, simplesmente, fazer ouvidos de mercador... Temos que ter compromisso com a verdade.
Foi decepcionante! Sua decisão de "ouvir os dois lados" foi simplesmente uma posição "em cima do muro". Tantos estudantes, tanto professor, tanto jornalista com capacidade de avançar na conscientização, mas que, infelizmente se rendeu ao lugar comum. Se rendeu ao fazer o óbvio que foi o de uma emissora que não tem compromisso com a coisa pública. Desculpe a blague: Mas dá até vontade de cassar o diploma dessa turma de “focas”. Como vocês conseguiram fazer uma coisa tão banal, tão ruim? Ora, meus jovens, vocês perderam o melhor gancho de estar ao lado da Natureza. Pois nessa condição não tem dois lados. Nessa história que é o meio ambiente, da preservação da cultura , temos que estar ao lado do bem.
E por favor, acordem para avançar nesse assunto preocupante que é o aquecimento global.
Essa balela de que o trecho aludido não é estrada real é uma total falta de conhecimento histórico. Já não engana ninguém, porque o "outro trecho”, do Cocho D’água foi pro beleléu . E ninguém da “comunidade local” ou da “Comunidade ambientalista” nada fizeram para impedir.
Parabéns aos sitiantes ambientais que tomaram a iniciativa de denunciar essa aberração histórica e ambiental. Parabéns aos moradores locais conscientes com a preservação.
Continuem em nome do Planeta Terra. Em nome da VIDA e da PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA
A hora é agora.Não adianta chorar depois! Aos destruidores da natureza nosso desprezo.
VAMOS RESGATAR A MEMÓRIA CULTURAL E AMBIENTAL.

Giuseppi Mol

Tatiana Mesquita disse...

Creio que as pessoas hoje são completamente desinformadas quanto a preservação da natureza e cultural que esse trecho possui em Rio Acima.

Com o asfaltamento muitos(moradores) enxergam apenas benefícios com a facilidade do transporte. Porém, muitos serão prejudicados, começando pela natureza (animais, água e ar). Assim também, quanto aos praticantes de esportes como ciclismo/motociclismo, pessoas que vem de longe para curtir um ambiente puro, sem poluição e de uma beleza sem igual.
Com o asfaltamento onde encontrarão isso?? A estrada terá maior fluxo, com carros poluindo o meio ambiente, pessoas afastando os animais de seu habitat natural... Enfim a poluição "urbana" tomará conta do meio ambiente e cultural que a estrada de Rio Acima/Itabirito proporciona aos que passam por ali.

APPedrosa disse...

Triste ver que tem governante que confunde antigo e histórico com "velharia". Tomara que haja mobilização suficiente para impedir isso.
Beijos
PS: tenho vindo pouco porque suas atualizações não aparecem para mim, não sei qual o motivo.

Nivia Machado disse...

Acredito eu que o motivo para que a Estrada Real tenha se tornado tão importante para o patrimônio histórico e cultural do país é devido ao fato de ter todas as características intactas.Modificar seja qual for suas caractérísticas,em nome do progresso, ou da segurança é também modificar parte da história. O DER deveria rever o projeto e perceber as necessidades ambientais e culturais do local.