Em São Paulo começa hoje (5), a 3ª Conferência Regional sobre Mudanças Globais da América do Sul, que terá a apresentação de mais de 100 trabalhos relacionados com a mudança climática.
A discussão deve começar, naturalmente, pelo último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), que terá alguns de seus representantes presentes ao encontro. Junto com este relatório e suas sugestões, os cientistas da 3ª Conferência vão se deter especificamente sobre as mudanças na América do Sul e as soluções para a região.
O Brasil vai estar com as barbas de molho: além da poluição provocada pelas grandes queimadas em vastos territórios nacionais, o País é responsável por outra importante emissão poluente: o gás metano.
Embora a presença deste gás na atmosfera seja quatro vezes menor do que o gás carbônico, a origem de sua participação no aquecimento global chama a atenção, no caso brasileiro.
O metano brasileiro não é liberado pelos lixões, ainda que estes tenham uma importante contribuição, mas pelo rebanho bovino.
Em uma conversa de fim de semana, à beira de uma piscina e de muitas latas de cerveja, e por causa da presença de um ecologista ( Gustavo, geógrafo com ênfase em Meio Ambiente), fiquei sabendo do problema que o rebanho de gnus da África causa ao clima, com seus gases intestinais. Gnu é aquele animal que aparece sempre nos safáris, filmes, correndo desembestado pelas savanas africanas. Na verdade, a cena ocorre quando o rebanho, calculado em cerca de 2 milhões de animais, migra da Tanzânia para o Quênia, em busca de alimentação. Vocês podem imaginar o tipo de conversa que foi. As piadas, dois milhões de gnus correndo e ....
Aí, pesquisando daqui e dali sobre o assunto, acabei por deparar com a discussão sobre a emissão de metano oriundo dos gases do rebanho bovino brasileiro, o maior do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças. Milhões de toneladas de metano são liberados anualmente por esse processo "natural".
De acordo com especialistas, e com estes eu não discuto, a não ser para provocar o debate, cada molécula de metano, potencialmente, tem um efeito estufa maior, mas a nossa sorte é que a quantidade de metano na atmosfera é umas 250 vezes menor que o gás carbônico.
Daí que na Conferência deve aparecer alguma coisa sobre controle do gás metano no Brasil. Dizem que há muitos projetos nesse sentido, só que ligados às emissões dos lixões, que como vimos, não são os responsáveis maiores pelo metano na atmosfera.
Vou acompanhar os resultados do encontro de São Paulo para saber como os cientistas e pesquisadores, principalmente os da Embrapa, pretendem controlar a emissão da flatulência bovina.
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
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4 comentários:
Num eram 2 bilhões de gnus?
É por isso que eu sou amplamente a favor do rodízio de baby beef. Vamos raciocinar juntos: quanto mais cedo o boizinho é sacrificado para virar churrasco, menos tempo ele vai ter de vida para peidar. Com menos peido bovino na atmosfera, melhor a qualidade do ar e menor a destruição da camada de ozônio. Ou seja, vamos todos comer bezerrinhos assados e salvar o planeta!
Êdrieina, alegre-se, pois sua leitora favorita voltou!
Hoje tô muito cansada para fazer maiores comentários sobre seus posts, mas prometo que durante a semana vou me dedicar ao assunto.
Hasta la vista, baby!
Ainda continuo com a minha opinião da mesa: PMV (programa de migração voluntária) dos Gnus para a Amazônia. Depois, soltam os ativistas do Redwar, digo, Greenpeace lá e queima tudo.
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